Louise...
Enquanto John lavava a louça, tiramos os livros da mala e separamos pelo dia que Felícia iria estudar, fiz uma lista de por onde ela iria começar e o que ela conseguia estudar sem minha ajuda, deixamos tudo pronto para que ela pudesse começar. Letícia estava separando as canetas coloridas quando começou a passar mal e Felícia saiu correndo para buscar sua bombinha, ela ficou bem rápido e voltou ao que estava fazendo. Lhe mostrei os cadernos e livros que tinha comprado para ela que pediu para subir pois queria ler, Felícia pediu para que ela chamasse caso sentisse algo. Estávamos sentadas no chão revendo alguns assuntos que Felícia já sabia quando John entrou na sala.
– Pronto, mãe!
– Pela demora parecia que tinha louça a uma semana. – Ele a fuzilou.
– Olha, vou me reservar ao direito de permanecer em silencio, alias.... Irei me retirar senhoras.
– Bom, eu também vou.
– Não! – Felícia falou tão rápido que nos assustamos. – Fiquem mais um pouco, por favor!
– Não dá Fê, amanhã tenho que está cedo no tribunal.
– E eu na aula. – Na verdade eu não tinha aula, mas não queria arriscar ficar sozinha com ela.
– Tudo bem, então. – Ela entristeceu e eu quis abraça-la e nunca mais sair de perto dela.
– Amanhã eu venho para gente começar.
– Ok!
– Tchau, Fê! Te amo! – Ele a abraçou e beijou sua testa. – E você, cuidado com minha moto!
– Eu sei, John! – Ele saiu antes que eu pudesse pedir para me esperar. Joguei as coisas dentro da mochila. – Até amanhã, Felícia.
– Até! – Ela se jogou nos meus braços e eu não pude resistir, a apertei em um abraço, senti sua respiração em meu pescoço e estremeci, ficamos nos olhando e antes que eu não aguentasse mais e a beijasse, joguei a mochila nas costas e fugi, sim! Fugi!
Quando subi na moto e olhei para frente, ela estava na janela ao lado da porta me olhando, coloquei o capacete e sai em disparada. Estava no meio do caminho quando senti meu celular vibrar, geralmente só olharia em casa, mas algo me dizia para atender, encostei a moto. Era o número da casa de Felícia.
– Oi. Que droga, acho que veio na minha mochila, espera. – Coloquei o celular novamente no bolso da jaqueta e abri a mochila em busca da bombinha de Letícia, estava aqui. – Está aqui sim, já estou voltando.
Fiz a volta na moto e corri como uma louca em direção a casa, desliguei a moto, arranquei o capacete e sem nem pensar o joguei no chão, corri em direção a porta enquanto tirava a bombinha da mochila, quando cheguei a porta Felícia a abriu e corremos para o quarto, entreguei a bombinha a ela que imediatamente deu o remédio a Letícia. A respiração da menina demorou a voltar ao normal e Felícia teve que repetir o processo com o remédio por duas vezes e aos poucos, sua respiração voltou ao normal e ela pegou no sono novamente. Descemos para a sala.
– Me desculpa, eu coloquei as coisas na mochila e não prestei atenção. Mil desculpas, Felícia!
– Tudo bem, está tudo bem agora. – Ela se jogou no sofá. – Só.... Só me assustei quando não encontrei o remédio e a crise dela veio forte demais.
– Me desculpa. – Sentei ao seu lado e a abracei.
– Tudo bem, não aconteceu nada. – Ficamos abraçadas por um tempo, até que ela respirou fundo, antes que eu pudesse perceber estávamos deitadas no sofá, ela sobre mim.
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Entre Duas Linhas
RomansaFelícia é uma bela mulher de 28 anos, que desde o nascimento de sua filha se dedica unicamente a educação dela e aparições necessárias nos eventos políticos de seu marido, até descobrir uma traição e sua vida mudar completamente. Louise é uma garota...