📌 Capítulo 22 📌

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Louise...

- Felícia! – Foi a primeira coisa que saiu da minha boca quando abri meus olhos.

- Ei, calma aí! – Senti as mãos de John em meu braço e a claridade me fez fechar os olhos com força para conseguir me acostumar.

- A Felícia, onde ela está?

- Ela está aqui também, mas em outro lugar.

- Como assim outro lugar? – Tento levantar meu braço e sinto algo incomodando que consigo ver ser um acesso intravenoso.

- Calma aí, ok!? Você precisa ficar deitadinha aí até segunda ordem.

- Eu preciso ver a Felícia, John. Por Deus, eu só quero ver como ela está, não preciso de nada disso aqui. – Tento me levantar e ele me empurra pelos ombros para que eu volte a me deitar.

- Você vai ver quando ela sair da cirurgia e sim, você precisa de tudo isso aí. Teve sei lá quantas descargas de adrenalina de uma vez, você quer morrer por acaso? – Seu olhar era sério e eu suspiro em rendição.

- Como ela está? Faz muito tempo que está em cirurgia? – Falo me arrumando nos travesseiros. – Meu Deus! A Letícia, John!

- Está bem ali. – Ele indicou o outro lado do quarto com a mão.

A menina estava deitada em uma poltrona dormindo coberta por uma manta e tinha um curativo em sua testa, meus olhos marejaram ao lembrar da promessa que Felícia me fez fazer e nem ao menos me dei conta quando as lagrimas começaram a rolar por meu rosto.

- Ei.... – Sua mão me fazia um carinho no braço. – Vai ficar tudo bem, não fica assim. Vai dar tudo certo.

- Seu otimismo me impressiona sempre, mas eu quero saber como ela está realmente. – Seu suspiro foi pesado e ele voltou a sentar na cadeira ao lado da minha cama.

- O estado é grave, eles ainda não sabiam me dizer onde a bala pode ter atingindo, não sem começar a cirurgia. Ela foi muito agredida e para falar a verdade eles não sabem dizer nem se foi o tiro os as agressões que deixaram ela no estado que está.

- Quando eu a encontrei ela já estava muito machucada, ela sequer conseguia abrir os olhos John. – Eu continuava chorando por mais que eu me esforçasse para parar. – Ela... Ela me fez prometer que cuidaria da Letícia, mas John.... Como eu vou fazer isso? Ela precisa da mãe.

- Se ela te fez prometer é porque ela confia em você e irá cuidar dela enquanto a mãe se recupera e então vocês vão ficar se pegando por aí e cuidando da Lelê juntas.

- Que Deus nos ajude para que assim seja, meu amigo. – Um sorriso forçado apareceu em meus lábios e suas mãos apertaram as minhas.

Encostei minha cabeça no travesseiro e fechei meus olhos, eu só queria que tudo aquilo fosse um sonho ruim, eu não queria que ela estivesse passando por nada disso, ela não merecia o que aquele monstro tinha feito com ela, não merecia perder a vida pelas mãos de um homem que fez ela sofrer como ele fez.

- Pegaram ele? – Falei ainda com os olhos fechados e senti os dedos de John iniciarem um carinho em minha mão.

- Não, os policiais se concentraram em chegar na sala que a Letícia estava e ele conseguiu fugir de alguma forma magica que ninguém consegue explicar até agora.

- Mais que merda! – Apertei sua mão e permaneci segurando em um choro silencioso até voltar a pegar no sono.

Acordei com as vozes de John e mais dois homens que eu não reconhecia conversando na porta do quarto, um deles era médico e o outro vestia um terno alinhado, eles falavam baixo e eu não conseguia compreender o que era dito, voltei meu olhar para a poltrona em que Letícia dormia e encontrei seu olhar em mim, sorri e ela desceu da poltrona vindo em minha direção.

Entre Duas LinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora