⚡ Capítulo 15 ⚡

90 7 0
                                    

Louise....

Não demorou muito pra que John estivesse em frente a um púlpito respondendo as mais diversas perguntas dos jornalistas que estavam eufóricos dentro da pequena sala em cima do meu amigo como urubus em carniças, estavam sedentos por informações, cada qual que quisesse ser o primeiro a divulgar algo a mais sobre o caso, mas aquilo tudo estava me irritando pelo fato de toda a aglomeração ser em pró de Marcelo e seu status social e não por preocupação com a vida de uma criança e mulher indefesas nas mãos de um homem que já havia se mostrado capaz de qualquer coisa pra conseguir o que queria. Dei graças a Deus quando o celular de John começou a tocar em meu bolso e reconheci o número como um dos privados de Pedro, me afastei o mais rápido possível pra atender.

- Pode falar Pedro. – Eu não estava mais com paciência pra formalidades ou cordialidades.

- Consegui encontrar um lugar e temos 80% de chance de ser é certo, mas só vamos poder agir quando eu tiver certeza, pra isso terei que entrar e ficarei incomunicável por pelos menos algumas horas.

- Não dá pra ficar esperando sem saber noticia alguma Pedro. A gente precisa avisar a polícia pra conseguir ajuda pra entrar. – Eu andava de um lado a outro da sala.

- Não podemos entrar até ter certeza Louise, é arriscado demais, não sabemos o que vamos encontrar lá dentro.

- Mas Pedro....

- Sem mas ou meio mas, eu vou entrar, ver como estão as coisas e como elas estão e quando eu souber de tudo entro em contato com vocês, a gente precisa ter certeza de cada passo que vamos dar quando entrar pra busca-las, não vamos ter mais do que uma chance, entendeu?

Respirei fundo, minha mão livre nas têmporas, minha cabeça latejava.

- Você entendeu Louise? – Pedro também já não estava tão paciente assim.

- Entendi!

- Certo, nada de decisões precipitadas. Esperem o meu sinal!

- Tudo bem.... – Se fez silencio dos dois lados da linha. – Pedro....

- Pode falar.

- Cuida delas, por favor, não deixa que nada aconteça com elas, eu.... Eu não sei se....

- Vai ficar tudo bem menina, confia em mim que tudo vai dar certo. Te dou minha palavra!

- Obrigada Pedro! – Senti uma lagrima em minha bochecha e limpei o mais rápido que pude.

- Preciso ir! – A ligação foi encerrada e eu me joguei novamente naquela cadeira olhando fixamente pra tela daquele celular.

- Lou... O que houve? Alguma notícia? – John chegou ao meu lado como se tivesse corrido uma maratona inteira, sentou ao meu lado completamente ofegante.

- O Pedro encontrou um lugar que ele tem quase certeza que é onde ele está mantendo a Felícia e a Letícia. – John levantou em um salto.

- E o que você ainda tá fazendo aí sentada? Vamos agora falar com o delegado. – Segurei em seu braço.

- Não, a gente ainda não pode falar nada.

- Como assim? – Ele parou me olhando nos olhos.

- O Pedro disse pra esperar, ele vai dar um jeito de entrar e ver se elas realmente estão lá e se estão bem, disse que precisamos esperar porque só vamos ter uma chance pra entrar.

- Isso é brincar com a sorte Louise, o Pedro entrou lá sozinho e sabe se lá quantos seguranças o Marcelo tem com ele, a gente não sabe nem se o Pedro realmente vai conseguir entrar.

- Olha, o Pedro é da sua confiança, não é? – Ele apenas gesticulou em concordância. – Então vamos apenas confiar, ok? Ele vai conseguir, não vamos arriscar ainda mais a vida delas.

- Certo, mas se ele não der noticias em 1 hora, nós vamos avisar a todo mundo.

- Ok! 1 hora! – Nos sentamos novamente com o celular na minha mão e os dois olhando pra tela como se não tivéssemos mais nada a fazer.

Haviam se passado cerca de 40 minutos quando o celular notificou um SMS enviado por Pedro com instruções, mas com o pedido de espera junto.

- Isso é maluquice, a gente não pode ficar aqui sentados sem fazer nada Lou. – Ele passava as mãos pelos cabelos deixando-os completamente desalinhados.

- Não estamos sem fazer nada, estamos esperando mais instruções, já sabemos que elas estão lá e estão vivas.

- Olha, eu mesmo vou matar aquele desgraçado por tudo isso que ele tá fazendo todo mundo passar. – Ele levantou e chutou a parede a nossa frente.

- Calma, vamos conseguir, logo elas vão estar conosco.

- Como? Como você consegue manter a calma? Porque eu não vejo como Louise. – Meu amigo estava na minha frente, chorando. Não era mais o advogado falando, era o melhor amigo e tio delas, levantei e o abracei.

- Eu não consigo John, eu não consigo, eu só penso que eu não posso correr o risco de.... de.... de perder a mulher que eu amo. – Ele me abraçou ainda mais forte e me permiti chorar.

Se passaram mais algumas longas horas na espera de algum sinal de Pedro, os policiais também não conseguiam dar nenhum passo a frente nas investigações e os noticiários não falavam de outra coisa de hora em hora. Eu e John estávamos pra afundar o chão daquela delegacia de tanto que andávamos de um lado a outro todo o tempo. Até que a tela notificou novamente com mais instruções de Pedro, dessa nos mandando ir até o local, mas só entrar ao sinal dele. Nos olhamos e imediatamente correndo pra sala do delegado.

- Temos o endereço! – Falamos ao mesmo tempo assim que abrimos a porta da sala.

- Como conseguiram um endereço?

- Longa história e não temos tempo a perder, é um galpão de uma fábrica abandonada no setor industrial.... Vamos até lá, mas só vamos poder entrar quando recebermos o sinal.

- Que sinal? De quem? Alguém de confiança? Como vou saber que não é uma emboscada? – Ele olhava de um para o outro esperando por respostas.

- É de confiança, é meu detetive e ele já está infiltrado por isso pediu que só entrássemos ao sinal dele, mas pra isso precisamos estar lá e não aqui perdendo tempo. – Eu apenas olhava de um para o outro e via o quanto John estava prestes a explodir naquela sala.

- Certo... – O delegado respirou fundo e pareceu pensar sobre a decisão que iria tomar. – Vou mandar preparar as equipes, vamos precisar de toda a ajuda possível, não sabemos o que vamos encontrar pela frente.

- Os repórteres também não devem ser alertados ou poderiam publicar algo e nos atrapalhar.

- Vocês vão ter que segurar eles aqui. – Ele disse levantando e vestindo um colete.

- Não! – Dissemos juntos.

- O contato é meu e eu preciso estar junto.

- E ele é meu chefe e eu preciso estar com ele.

- Não estamos indo pra um tribunal e sim pra uma cena de crime, vocês vão esperar aqui, não preciso de mais civis machucados.

- Olha... – Falei em desespero e os dois me olharam. – A gente respeita o perímetro que o senhor definir, não vamos nos meter em nada a não ser passar as informações que chegarem pra gente, mas a gente vai de qualquer jeito, seja com vocês ou sem.

- É... Nós também temos o endereço. – John falou arqueando as sobrancelhas.

- Advogados. – Ele praguejou jogando dois coletes em nossa direção e pegando o telefone dando algumas ordens logo em seguida.

Não demorou para que saíssemos pelos fundos da delegacia e entrássemos em um galpão onde estavam algumas viaturas estacionadas e vários policiais equipados como se estivessem saindo pra uma guerra, receberam todas as instruções e se dividiram entre os carros, em poucos minutos estávamos a caminho do endereço que Pedro nos passou.



Pararei de sumir.... I Promise! .-.

Entre Duas LinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora