Desconcertada

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Alice POV
Eu estava nervosa, minhas mãos suavam e meu coração parecia que sairia pulando do meu peito, minha respiração ofegante me deixava zonza e minhas mãos trêmulas quase fizeram com que a torta de maçã que eu tirava do forno quase caísse.

Eu não sabia se estava pronta para encara-lo assim frente a frente, eu o via pela cidade e olhares que me arrepiavam sempre ocorriam, mas nesse jantar seria diferente, nesse jantar eu teria que conversar com ele, ficar poucos metros de distância, respirar o mesmo ar, e aquilo embrulhava meu estômago.

Ainda não sabia como Betty havia me convencido de servir esse jantar, era realmente uma loucura.

Para não sobrecarregar minha bondosa empregada, Tânia, decidi ajudá-la fazendo basicamente a única coisa que eu sabia preparar: torta de maçã. Eu era péssima na cozinha, mas sempre recebi elogios quando servia minha torta.

Eu vestia uma blusa bege larguinha de manga comprida com um grande decote, e havia colocado ela dentro de uma saia de couro preta de cintura alta que ia até um pouco acima do joelho. Em meus pés sapatos de salto louboutin pretos envernizados com solado vermelho. Minha maquiagem nos olhos estava leve acentuando meus olhos azuis, e em minha boca eu havia colocado um batom vermelho sangue.

Eu me sentia bem daquela maneira, havia caprichado, por que de alguma maneira eu queria impressiona-lo, mostrar que eu tinha a vida que sempre quis, mostrar que eu estava bem depois de um término conturbado entre nós dois.

Eu sabia que estava sendo um pouco infantil, afinal, nós havíamos namorado no ensino médio, e já fazia mais de vinte anos. Mas Fp me intrigava, ele era tudo aquilo que eu queria ser quando jovem. Me juntei aos serpentes por conta dele na época. Mas logo meus pais me obrigaram a sair daquele relacionamento, e praticamente tive um casamento arranjado com Hal.

Eu já conhecia o menino, Jughead, ele já havia estado algumas vezes em minha casa. Ele era parecido com o pai quando jovem, tirando seus olhos azuis, era idêntico, o que me trazia calafrios toda vez que o via. Ele era um bom menino e Betty havia me jurado de pés juntos que ele não seguia os mesmos passos que o pai, então resolvi dar uma chance.

A campainha tocou me fazendo sair dos meus devaneios, Betty correu para atender e eu estremeci novamente. Caminhei até a porta e lá estava ele. Ele não estava vestido como um gângster, vestia uma camisa social branca, uma calça jeans levemente justa preta e sapatos sociais. Sua barba estava alinhada e seu cabelo penteado para trás. Pude sentir meu corpo ficando quente e minhas mãos soando novamente.

Betty cumprimentou Jug com um selinho e abraçou levemente seu sogro. Jughead me deu um beijo em minha bochecha sorrindo simpaticamente e logo foi puxado por Betty até a sala de jantar. Betty sabia que eu já havia namorado Fp, por isso não havia feito nem questão de nos apresentar.

Eu fechei a porta e ele se aproximou de mim com um sorriso torto, debochado.

-Oi, Ali.- Me arrepiei ao ouvir aquele apelido.- Bom ver você.

-Oi, Fp.- Sorri sem jeito.- É bom ver você também.- Eu finalizei e ele deixou seu corpo próximo ao meu e depositou um beijo em minha bochecha me deixando sem fôlego, e se retirou indo até a sala de jantar.

Nos sentamos enquanto Tânia servia o jantar, eu estava sentada na ponta da mesa e Betty e Fp próximos a mim.

Depois de alguns papos que eu sinceramente não prestei atenção, Fp me olhou e sorriu maliciosamente me desconcertando.

-Adorei a casa, Ali.- Ele disse e Jug o lançou um olhar repreendedor.

-Obrigada.- Eu disse logo dando um gole em meu vinho.

In love with a criminal Onde histórias criam vida. Descubra agora