Sem voz, sem ar

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Alice POV
Dei um gole na cerveja que desceu perfeitamente em minha garganta. Geralmente eu costumava beber vinho ou uísque, coisas mais refinadas, mas era bom beber uma cerveja depois de tanto tempo.

Eu me sentei no sofá e ele sentou-se ao meu lado sempre com um olhar atrevido, sempre com um sorriso malicioso.

-O que você realmente quer comigo, Fp?- Falei em um tom calmo o fitando com os olhos cerrados.

-Quero ter certeza que a sua vida se tornou tudo aquilo que você disse que seria quando me largou.- Falou sério e eu gelei.- O marido sei que já não tem mais.

-O que você quer que diga?!- Dei de ombros.- Que me arrependi?

-É exatamente o que eu quero que você diga.- Fp disse após dar um gole em sua bebida.

-Eu não me arrependo de nada que fiz.- Menti e ele riu sem vontade.

-E eu não acredito em nada do que você disse.- o homem disse me fitando profundamente em meus olhos. Um frio em minha espinha surgiu ao perceber seu olhar, ele estava extremamente sério, seu corpo e sua feição diziam isso pra mim, mas seu olhar era diferente, era como se esperasse algo de mim.

-Eu não serviria pro seu mundo, Fp.- Eu suspirei.- Eu acho melhor eu ir embora.- Falei já me levantando e mais uma vez fui parada por um puxão me sentando novamente no sofá.

-Não, fica mais um pouco.- Ele pediu.- Vamos falar sobre outra coisa.- Me lançou um sorriso fraco.

E assim me dei por vencida. Nós começamos a conversar sobre os tempos de colégio, sobre as crianças, sobre coisas que aconteceram em nossas vidas depois do nosso término. Enquanto isso já havíamos bebido algumas cervejas, eu confesso que já estava tonta e ria de todas as piadas sem graça de Fp.

Nós estávamos nos divertindo tanto que nem percebemos que havíamos ficado completamente sozinhos no bar, ao perceber eu larguei a cerveja na mesinha que havia ali e o fitei.

-Meu Deus, Fp! Não tem mais ninguém aqui.- Ri fraco.- Betty deve estar preocupada.- Suspirei olhando no celular. Eram 3:40, mas não havia nenhuma chamada da minha filha.

-Viu só, ela nem reparou que você não está em casa.- Ele riu.- Eles são adolescentes, Ali, não se importam mais com os seus velhos.- Eu o olhei boquiaberta e ele deu uma gargalhada.

-Eu não sou velha!- Falei ofendida o fazendo rir ainda mais.

-Não, claro que não.- Ele sorriu aproximando seu rosto do meu.- É só uma maneira de falar, você está ótima.- Olhou para o meu corpo e eu pude sentir o mesmo estremecer.

-Você está flertando comigo?- Eu ri de leve, completamente bêbada.

-Está funcionando?- Ele sorriu aproximando mais seu rosto e eu engasguei, não consegui responder, a risada desapareceu e meu corpo congelou.

Fp segurou minha nuca segurando meus cabelos levemente e beijou meus lábios. Meu coração disparou e eu retribui o beijo. "Droga" pensei me entregando completamente enquanto colocava uma das mãos em seu rosto. Eu sempre fui completamente apaixonada por Fp, por mais que ele me arrenegasse profundamente. Aquela paixão estava adormecida todos esses anos sem seu contato, mas aquele beijo foi como se eu estivesse no ensino médio novamente.

Ele sorriu entre o beijo e eu fiz o mesmo, achando aquilo uma completa loucura, mas não estava nem um pouco afim de parar.

O beijo foi se intensificando cada vez mais e quando vi já estava sem minha blusa e ele sem sua jaqueta. Ele me puxou para o colo dele me fazendo ficar de frente para o mesmo e apertou meus seios com as mãos enquanto beijava meu pescoço descoberto.

In love with a criminal Onde histórias criam vida. Descubra agora