In love with a criminal

No meio do nada

Alice POV
-Ihhhh, dessa vez foi rápido, hem?- Disse o homem no outro lado da linha sem nem me deixar falar.- O que você quer loirinha?

-Te esganar, seu filho da puta!- Eu disse já irritada enquanto olhava para o corpo do homem no chão.- Eu matei um homem, o homem que me mandou a caixa!- Eu cuspi as palavras e então o telefone ficou mudo.

Tentei ligar mais algumas vezes para Fp, sem sucesso. A fúria por Fp ter simplesmente desligado na minha cara era maior do que meu desespero de ter acabado de assassinar um homem na sala da minha casa.

Andei de um lado para outro enquanto o sangue vermelho escuro encharcava meu carpete. Os olhos do homem ainda abertos, paralisados, me traziam arrepios, quando de repente fortes batidas em minha porta surgiram.

-Quem é?- Eu disse me aproximando da porta forçando naturalidade.

-É o papai noel!- Disse Fp e eu revirei os olhos e abri a porta rapidamente logo a fechando após a passagem do homem.

Ele encontrou com cautela na cena do crime e eu o segui. Fp me olhou com os olhos arregalados e gaguejou por alguns segundos sem saber exatamente o que falar.

-Abre logo essa boca e me fala alguma coisa!- Eu disse implorando enquanto ele ainda parecia espantado.- Até parece que nunca viu nada assim.- Falei enquanto cruzava os braços logo soltando um suspiro.

-E-eu não acredito que você matou uma pessoa.- O homem falou enquanto negava com a cabeça sem tirar os olhos do morto.

-Você tá me julgando?!- Disse indignada enquanto colocava as mãos na cintura.- Você que matou um homem na minha cozinha a poucos dias atrás, você que me deu uma arma, você que causou tudo isso!

-Era pra você assustar o cara, não matá-lo!- Fp falou enquanto apontava para o desconhecido.

-Mas que porra, você não pode cuidar disso?- Falei já preocupada.

-Como você acha que eu vou cuidar disso?- Ele deu de ombros logo soltando um suspiro profundo.

-Como você cuidou do outro homem, droga!- Eu disse entredentes enquanto ele passava a mão em seus fios, desconcertado. - Bota ele em uma cova, junto com o outro, eu sei lá!

-Tenho cara de dono de cemitério por acaso?!- Falou ele já irritado.- Eu e você vamos ter que cuidar disso, os serpentes estão sendo vigiados de perto pela polícia, qualquer movimentação estranha vai trazer suspeitas.

E então eu e Fp começamos a tramar um plano para que tirássemos o corpo da minha casa e déssemos um sumiço.

Entre uma discussão e outra, decidimos enterra-lo a alguns quilômetros da cidade, em uma mata qualquer. Peguei uma lona na garagem e com uma certa dificuldade ajudei Fp a enrolar o homem na mesma.

Colocamos o defunto no porta-malas do carro e saímos em disparada para fora da cidade, em uma estrada de chão esburacada, Fp dirigiu por algum tempo enquanto uma chuva fraca começava.

Após escolhermos o lugar desejado, saímos do carro na estrada deserta e tiramos o corpo do homem do carro e junto uma pá.

Adentramos uma floresta densa e escura, onde a terra da mesma já se transformava em barro por conta da chuva, fazendo com que meus saltos afundassem em alguns instantes.

-Aqui está ótimo.- Disse Fp ofegante enquanto largávamos o corpo do homem no chão.- Aí minha coluna!- Ele reclamou e eu revirei os olhos pegando a pá da sua mão.

-Velho.- Murmurei e pude ouvir sua risada fraca atrás de mim enquanto eu cavava com dificuldade.- Eu sei que você está olhando para a minha bunda, pervertido!- Eu disse irritada já ensopada enquanto a chuva aumentava a intensidade cada vez mais.