⊷ Estocolmo ⊷

T R Ê S

J I M I N

Acordar em plena segunda feira de manhã após passar a madrugada inteira estudando para as provas finais é com certeza a segunda maior loucura que eu já fiz na vida.

A primeira foi me assumir pros meus pais homofobicos.

Não me arrependo.

Mas ainda assim, continuarei nessa luta até conseguir o diploma e exercer a profissão de médico.
Quero ser independente. Quero ser conhecido como um dos melhores médicos do hospital em que vou trabalhar. Quero ser conhecido por mérito e por minhas conquistas, não por ser filho do homem mais rico de toda Seul.

Não me orgulho nem um pouco desse título. Meus pais desfilam em eventos como a família modelo do país, esbanjando sorrisos falsos e uma união eterna entre nós. Mas infelizmente as coisas ruins não são mostradas na mídia...

Como diz a rainha Melanie Martinez: Todos pensam que somos perfeitos, por favor, não deixe eles olharem através das cortinas!

Levantei da cama com 0% de disposição para começar o dia estudando a anatomia humana. Tomei um banho demorado para espantar toda a preguiça do meu corpo, o que foi inútil. Após sair do banho, sequei os cabelos e começei meus cuidados diários com a pele. Voltei para o quarto e vesti o uniforme sem graça daquele lugar. Fiz uma maquiagem leve nos olhos, passei um pouco de brilho labial e coloquei alguns brincos e anéis pra dar um pouco mais de "vida" para essa roupa horrível.

- Park Jimin, você é uma delícia! - falei para mim mesmo no espelho antes de sair do quarto.

Desci para enfrentar o campo de guerra que também é conhecido como café da manhã com meus pais. Pura guerra de farpas e arrogância, a qual eu sempre sou atingido cruelmente pelos dois. Mas eu me acostumei ao longo dos anos, e hoje sei me defender.

- Bom dia, omma. Bom dia appa! - falei meio sem humor, sentando no meu lugar de sempre.

- O que estava fazendo acordado até as 3 da manhã, Jimin? - minha mãe perguntou sem tirar os olhos do seu café.

- Estudando para as provas finais. Vou me formar mês que vem, então tenho que estar preparado! - respondi, sendo servido por senhora Han - Obrigado, senhora Han!

- Sabe que é inútil estudar medicina sendo que você vai dirigir a empresa depois que eu morrer, não é? - meu pai disse arrogante.

- Na verdade, pai, eu não pretendo ser um empresário! Quero ser médico, o melhor de Seul! - comecei a comer.

- Isso só será possível enquanto eu viver. Depois que este velho bater as botas, você vai ficar no meu lugar querendo ou não! - aumentou o tom de voz.

- Quando o senhor morrer, papai, eu serei o médico quem vai lhe atender para determinar a hora do óbito! - levtantei - Já terminei meu café da manhã. Tenham um ótimo dia!

- Você ainda vai fazer esta família e nosso patrimônio desandar, Park Jimin! - minha mãe disse antes que eu me afastasse.

- Esta família já está desandando desde o casamento forçado de vocês dois, mamãe! - saí dali, deixando os dois sem argumentos.

Sem muita paciência, peguei minha mochila, coloquei nas costas e segui para o portão onde meu motorista me esperava.

- Dia difícil, Park? - o homem de máscara e óculos escuros perguntou ao abrir a porta pra mim.