S E T E

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J U N G K O O K

Ficar perto de Jimin está se tornando cada vez mais perigoso. O garoto está realmente atraído por mim, e eu não sei como lidar com isso. Sinto que conheço esse tipo de acontecimento de algum canto, mas não consigo me recordar agora.

Quando Jimin adormeceu, o deitei confortavelmente na cama, saindo de fininho e deixando a porta trancada.
Desci para a sala, onde meu pai escrevia coisas em uma agenda. Sentei ao lado do mais velho no sofá, olhando para a TV ligada no jornal, mas sem prestar atenção no que ela transmitia de fato.

- Como está indo o plano? - perguntei.

- O homem está enrolando pra não pagar! Disse que vai colocar a polícia, o exército, a Nasa e o caralho á quatro atrás de nós! - riu.

- Nós não deixamos pistas, não é?

- Eu explodi o carro com o telefone do garoto dentro! Só salvei a mochila e umas coisas aleatórias que estavam dentro do carro.

- A mochila com livros? - assentiu - Onde está?

- Guardei no guarda roupas!

Um silêncio se instalou no ambiente. Eu precisava entender o que estava acontecendo com Jimin, e nada como um velho inteligente para me explicar!

- Pai... é possível uma pessoa se sentir atraída pela pessoa que sequestrou ela? - perguntei, tendo a atenção do velho.

- Ele tá atraído por você, não é? - assenti cabisbaixo - Sabia que ia dar merda!

- Tem um nome pra isso, não é? Quando alguém se apaixona pelo sequestrador?

- Síndrome de Estocolmo! - o velho disse calmo - Sabe o que é isso, não sabe?

- Sei...

- E sabe que vai ter que se afastar dele, não é? - me olhou sério.

- Também sei... mas prometi que ficaria até ele melhorar, então vai demorar! - respirei fundo.

- Ele tem medo de mim, não é? - assenti, então o velho riu - Se ele tivesse medo de você, talvez não tivesse desenvolvido a síndrome!

- Eu não quero ser temido, quero ser respeitado! Ele tem tanto medo de você que fugiria na primeira oportunidade. Comigo não, ele fica desamarrado e nem pensa em sair de perto de mim!

- Por que será, né? - ironizou, levantando do sofá e pegando a chave de uma caminhonete velha de entrega de mercadorias - Vou para Seul. Preciso manter tudo em ordem, então só volto amanhã. Tem camisinhas na sua mochila, adeus! - saiu sem mais nem menos.

- Idiota! - ri.

- Jeon... - ouvi uma vozinha chorosa me chamar do andar de cima.

- Jimin? - chamei ao chegar no quarto.

Encontrei o garoto encolhido, tremendo feito um pinscher debaixo do edredom. Ele suava, e parecia estar delirando por causa da febre. Peguei o termômetro na sacola, medindo sua febre.

- 41°! - me espantei - Jimin, preciso te dar um banho na água fria!

- Jeon... e-eu não consigo! Não, Jeon, eu não vou! - delirava.

⊷ Estocolmo ⊷Onde histórias criam vida. Descubra agora