⊷ Estocolmo ⊷

Q U A T R O

J U N G K O O K

Algumas horas antes...

- Vamos lá, Jeon Jungkook, você consegue! - repeti pra mim mesmo pela milésima vez - É só um velho inofensivo!

Eu estava parado á meia hora atrás de um lixeiro, apenas observando o motorista de Jimin tomar um café em uma lanchonete pouco movimentada, esperando o momento certo para atacar.

- Jungkook? Está me ouvindo? - a voz do meu pai xiava pelo walk-talk.

- Estou, pai!

- Acabei de chegar na casa! Lembra o caminho, não é?

- Lembro!

- Não demore, garoto. Estou te esperando!

É agora ou nunca!

O homem grisalho se levantou, deixou o dinheiro embaixo da xícara vazia e andou até um beco ao lado da lanchonete. O segui até aquele lugar sujo, vendo que ele foi apenas fazer xixi.
Me aproximei com a arma em punho, e logo o homem pôs as mãos para o alto.

- Pode levar o que quiser, senhor! - o homem disse em desespero.

- Suas roupas e a chave do carro! Agora!

- M-mas...

- AGORA!

O homem timidamente começou a se despir na minha frente. Deus é testemunha do quanto eu me segurei para não rir nesse momento, qua graças a Deus teve fim quando ele me entregou as roupas e a chave do carro. Entrei no mesmo e acelerei, rindo feito um desgraçado dentro do veículo.

Parei atrás do prédio da faculdade de Jimin, e me troquei dentro do carro. No tempo que restou até o sinal tocar na hora da saída, troquei as placas do carro por placas falsas.

Depois, tudo o que precisei fazer foi me passar pelo motorista até o garoto notar, mas quando isso aconteceu, já estávamos á quilômetros de distância de Seul.

Confesso que tive um pouco de pena ao ver Jimin tão assustado, encolhido no canto do banco enquanto chorava baixinho. Parecia uma criança.

Quando chegamos na casa, desci do carro e dei a volta até a porta do garoto.

- Agora eu vou ter que te amarrar, bebê! - vi ele estender os pulsos com pressa.

- Eu vou te obedecer, moço. Só não me machuca, por favor! - pediu com os olhinhos cheios de lágrimas e o narizinho avermelhado.

- Bom garoto! - terminei de amarrar o garoto, puxando-o para dentro da casa velha no meio do nada.

- Olhe só, temos visita! - meu pai disse ao me ver entrar com o garoto - Você é uma graça, Park!

- Deixa de joguinho psicopata e vai se livrar do carro e do telefone, velho maluco! - tirei a máscara e o óculos, tendo o olhar surpreso de Jimin.

- É você! - chorou mais - Por que tá fazendo isso, moço?

- Vai continuar perguntando? - apontei a arma para si, vendo ele fechar os olhos e se encolher - Ótimo!