Capítulo Dez√∆ { Summer }

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Sinto algo no bolso vibrar e fecho os olhos gemendo de insatisfação. Os dois conversam e ele pergunta sempre oque aconteceu. A mesma sempre se aquieta.

Pego o celular e vejo o nome de Cairo na tela. Respiro fundo e deixo a ligação cair.

Espero que me perdoe algum dia.

( ... )

Entro dentro de sua casa e não analiso direito, ela sobe as escadas e nos a seguimos, quando entramos nessa rua, já esse lado estava mais movimentado.

- Sinto muito, só tenho um quarto e a cama é de casal, então...- ela encolhe os ombros.

Antes que eu pudesse dizer algo ele foi mais rápido em fazê-lo.- Tudo bem, nós dividimos.

O olho cínica e bufo.- Vai sonhando, ainda não chegamos na parte da relação em que dividimos algo, Luke.- digo e entro no quarto.

Ouço seu riso abafado e sorrio de lado, isso vai dar oque falar.

Alguns minutos depois ele entra e eu me jogo na cama, fito o teto pensativa -sobre meu irmão, lógico-.

- Tudo bem?- ele se senta ao meu lado.

- Sim, é que...- penso e respiro fundo.- Quando eu te encontrei, eu havia deixado uma pessoa importante para trás. E não sei se ele vai, algum dia, me perdoar.

- Se essa pessoa ama você, não importa oque faça, ou diz. Ela sempre, vai te perdoar. Por que é isso que pessoas que amam fazem, ela perdoam.- murmura e deita ao meu lado.- Quem é?

- Meu irmão, minha família. Meus amigos.- respondo e minha garganta se fecha.

Não chora!

Não ouse!

- Vai ficar tudo bem...- ele sussurra e deita minha cabeça em seu peito, fazendo carinho no meu cabelo.

Adormeço.

( ... )

Abro meus olhos e não estou mais no quarto, viro em círculos e tudo esta escuro, frio. Estou no fundo de um lago, tento subir mas algo segura meu pé, chuto, soco, grito. Nada.

NÃO!!

Olho ao redor e sinto a falta de ar chegando, tento segurar mas logo algo força minha boca se abrir e a agua entrar, como se estilhaços descessem e estraçalhassem a mesma.

Eu sinto muito, sinto muito mesmo.

O corpo imóvel do meu pai aparece na minha visão, uma sombra negra está em pé, perto de sua cabeça e olho para cima, como se rezasse.

Meu corpo formiga e sinto uma ardência na barriga, coloco a mão lá e algo quente e viscoso aparece, sangue. O meu sangue.

A tontura me atinge e só vejo escuridão.

Puxo o máximo de ar possível e levanto rápido, respiro ofegante e olho ao meu redor assustada.

Vou me acalmando devagar e passo a mão no rosto, tirando os resquícios de suor.

- Bom dia.- viro minha linha de visão até ele e o vejo com uma toalha da cintura.

Gotinhas caem sobre seu tronco nú e bem marcado, o cabelo úmido e jogado para trás, o rosto envergonhado e vermelho.

Oh, paizinho do céu. Que perdição!

- Eu vou sair daqui, porque eu não vou me responsabilizar pelos meus próximos atos, contra você.- saio da cama e vou para a porta sentindo seu olhar sobre mim.- Ah! Bom dia, gotoso.

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