Ninguém nunca me viu realmente, eu sou aquela pessoa insignificante que não tem nenhum papel na vida. Mas isso mudou, Ele me viu, Ele me quiz.
Me chamo Summer Di Marco, tenho 18 anos e estou prestes a terminar o colegial, estudo em High School Forks...
O som das águas batendo contra as pedras deixa o ambiente repleto de paz, os cabelos negros são jogados para trás enquanto na sua face uma expressão serena vai aparecendo, um sorriso fraco preguiçosamente enfeita os lábios vermelhos dela que esboça a imagem do sorriso se tornando largo.
— É boa essa paz, não é?– sussurra para o nada.
As aves voam sobre os céus azuis fazendo a garota abrir os olhos e fitar eles com neutralidade.
— Pena que no fim, estaremos todos mortos.– completa e se deita na grama.
Os pés balançando sobre o ar livre do penhasco, ao longe, uma cabana simples aparece no campo de visão, de lá, sai um garotinho de 4 anos correndo afobado e pulando sobre a mulher.
Os olhos azuis cintilam e um sorriso inocente brinca na face do garoto.
— Meu amor...– ela beija a bochecha dele e levanta seu tronco.— Oque fez?
Ele ri sapeca e começa a correr, ela nega e fica de pé começando a correr em velocidade anormal atrás do garoto, ele ao notar, some em um borrão logo aparecendo metros mais longe do que antes.
— Lucian! – chama e então, o surpreende parando atrás do mesmo.
Ele grita surpreso e gargalha sem respirar pelas cócegas distribuídas pela sua mãe.
— Mamãe! Mamãe! Para!– fala e respira ofegante.— Você ganhou!
A mulher sorri vitoriosa e se larga deitada ao lado do garoto.
A pele pálida, os olhos azuis, os cabelos negros e curtos lembrando alguém. Nunca, em anos, pensou que ao fugir, algo maior e muito mais poderoso iria com ela. Um bebê.
— Conta uma história?– pergunta e deita a cabeça na barriga da mulher.
— A muito tempo, uma garota humana nasceu, rodeada dos mais estranhos seres...– começa e o aperta contra si.— Um monstro até então desconhecido, a perseguia, e esse monstro tinha dois nomes. Morte e destino. Um fio dourado ligava os três de modo que, mesmo que fugisse....
— Eles a encontravam.– diz e levanta a cabeça confuso.— Mãe, como ela se livrou deles?
— Eu não sei, gostaria de saber também, Lucian. Mas como todas as guerras, essa jornada que a humana teve, também trouxe mortes, decepções, verdades escondidas e um amor que a levaria aos céus e inferno.– respira fundo e fecha os olhos tomando expressões dolorosas.— No final de tudo, ela soube quem era e oque era, mas ninguém mais se lembrada da humana. Fadada a andar na terra pela eternidade, com sombras malignas sobre sua vida e decisões, ela fugiu. Com medo e acovardada.– diz e abre os olhos.
— Porque?
— Para que quem ele amasse, ficasse bem... Mesmo que isso, custasse sua própria felicidade.
( . . . )
— Summer.– chama e a vê negar.— Pare de fugir.
— Não posso.– sussurra e se senta com as mãos no rosto.— Asmodeus, oque será dele quando você me levar?
— É provável que ele fique cheio de ódio e destrua o mundo, ou que no fim, ele o salve. Cabe somente ao garoto escolher.– murmura e se ajoelha perto dela.
A sombra grande esguia, se ergue estendendo a mão, a mulher suspira e derrotada, assente. Levanta e então, entrega um anel dourado na mão dele. Num piscar de olhos, ele some.
— Mamãe?– o menino murmura coçando os olhos.
— Outro pesadelo?
Ele assente e ela o pega no colo, seu corpo se encolhe contra o da mãe e ela o leva até o próprio quarto se deitando enquanto ele a graça forte. Cantarolando baixo, faz carinho na cabeça dele e o mesmo boceja, a canção vai ficando baixa até que pare.
Os olhos azuis ficam lacrimejando e logo as lágrimas caem em abundância pelo rosto, um soluço baixo irrompe seu peito e ela fecha os olhos com força.
— Asmodeus... Pai.– chama em sussurros fracos.
Da escuridão no canto, uma forma vai aparecendo e logo um homem negro, de terno e olhos dourados ouro, aparece. Os cabelos curtos e negros como a noite jogados perfeitamente para trás dando elegância e poder.
— Está na hora.– diz e fica perto da porta com um relógio na mão.
— Pai, eu... Não quero ir.– fala e arruma o menino na cama.
— E eu não quero ceifar a vida da minha filha. Mas nem eu tenho tanto poder para contrariar a morte e o destino. – rebate e suspira.— Gostaria que tivesse outra forma.
Os olhos azuis e dourados recaem sobre o garoto que adormece calmo, e como um sopro o homem desaparece.
A mulher sorri e então cai em um baue seco no chão, tamanho alarde acordam o garoto que assustado, corre até a mulher e se ajoelha a segurando.
— Mãe!? Mamãe!?– chama alto mas a mesma só o fita com amor.
— Lucian, nunca se esqueça do que eu te falei.– diz e então segura a face pequena e vermelha do menino, lágrimas caem dos olhos de ambos.
— Procurar tio caio, encontrar o papai e deixar tudo pronto.– murmura e deita sobre seu colo.— Não quero ficar sozinho aqui mamãe, eu tô com medo.
— Não tema, lobinho... A escuridão é sua amiga, e a luz sua protetora.– sussurra e então, seus olhos ficam opacos.
O choro baixo do garoto ecoa pela colina vazia, os ventos fracos se tornam fortes e as águas rasas crescem se tornado uma onda enorme que requebra contra as pedras levando embora parte da colina. Deitando a cabeça da mulher cuidadosamente, o menino beija a cabeça dela e seus olhos azuis brikham num tom arroxeado, verde e vermelho. As ondas retornam mais fortes e grandes e com um simples toque, destrói a casa, a colina e leva embora o corpo falecido da mulher.
Ao longe, sombras flutuam sobre o ar logo parando na rua soltando um corpo pequeno e que treme pelo frio, o garoto levanta do chão e estende a mão chamando as sombras que logo, se infiltram no colar que pende largo e grande sobre seu pescoço.
Andando descalço e devagar, o menino continua a chorar sem nunca olhar para trás, sem nunca fraquejar e obedecendo sua mãe.
"Ligados por um laço mais forte que sangue, mais fino que fios, mais firme que a terra. O destino do mundo recai sobre um simples garoto que teve tudo tirado de si jovem demais, com ódio nublando suas escolhas e inundando sua alma, destrói tudo oque vê, corrói tudo oque encontra e mata tudo oque lhe toca."
O filho das trevas, guardado pela luz. Neto de Asmodeus, descendente da coroa negra e a reencarnação de um anjo caído, ele se tornará o estopim do fim, ou o recomeço de novas descobertas. Tanto ruins, quanto boas.
Esse livro foi curto e chegou ao fim, gente desculpa mesmo pelo sumiço. Prometo recompenssa-los com a continuação do livro. Fiquei meio ultrajada com esse final, mas coisas ruins tem que acontecer para que boas prevaleçam. Né não?
Amanhecer sombrio logo, logo começará!
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