Capítulo 8

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— Já está na hora de acordar, meu amor. — ouço minha mãe dizer. — O sol já está lindo lá fora.

Abro os olhos sentindo lambidas em meu rosto. Bem que eu gostaria que fosse o Rick lambendo o meu corpo, mas na verdade é a Laila, nossa cadela, que abana o rabo, toda feliz por estar em minha cama.

— Como você dormiu, lindona?! — pergunto fazendo carinho em sua cabeça.

Como resposta ela me lambe ainda mais, fazendo-me sorrir. Nossa cadela vira-lata é preta e por ser velhinha, tem vários pelos brancos. Ela tem uns onze anos, já não enxerga e nem ouve mais tão bem, tem mais alguns problemas de saúde, mas está firme e forte com a gente. Vai continuar por muito tempo ainda, se Deus quiser.

Só então vejo minha mãe sorrindo segurando uma bandeja com comida. Será que sou muito mimada? Sempre disseram que sim, que meus pais tinham que ter mais filhos senão eu seria insuportável. A verdade é que as pessoas falam demais, meus pais acabaram não tendo mais filhos e não acho que me tornei uma pessoa insuportável. Claro que fui sim muito mimada, mas no bom sentido, porque sempre tive muito amor, carinho, proteção e atenção, isso não significa que eles passavam a mão na minha cabeça, sempre que necessário eu levava umas broncas, ficava de castigo.

— Bom dia, mamãe. — desejo ainda sonolenta. — Não precisava trazer café da manhã na cama.

— É claro que precisava, quero mimar a minha filha. — declara com um enorme sorriso. — Como você dormiu?

Sento-me na cama e a contragosto coloco a Laila no chão, porque se ela ver a comida vai querer e ela não pode, tem uma dieta especifica por causa de sua saúde. Minha mãe coloca a bandeja em meu colo. Tem um copo de leite com achocolatado, pão francês, frios, pão de queijo e um pedaço de mamão. Tudo o que eu amo comer de café da manhã, só não sei se consigo comer tudo. Tomo primeiro um gole do leite. Delicioso.

— Dormi muito bem. — finalmente respondo. — E a senhora e o pai?

— Melhor impossível. — diz e pisca um olho.

Pelo jeito a noite dos dois foi boa, devem ter comemorado muito o aniversário dela. Ontem fomos jantar no restaurante preferido da minha mãe, que fica numa cidade vizinha e tem uma comida deliciosa. Durante o jantar já percebi que os dois estavam de chamego, quero nem imaginar como foi a noite. Eles são tão perfeitos juntos.

— E onde o pai está? — pergunto curiosa.

— No jardim! Hoje eu obriguei ele a colocar o chapéu. — conta como se fosse uma vitória. — Não vai ficar com a careca ardendo.

Impossível não rir por ela obrigar ele a usar o chapéu. E é claro que meu pai estaria lá, ele ama cuidar das flores do enorme jardim que tem aqui em casa. Com certeza é uma de suas coisas favoritas no mundo, ganhando até da engenharia.

— Deixa eu te contar, filha?! Sabe aquele seu namoradinho? Qual o nome dele mesmo? Daniel?...Danilo! Ele engravidou a filha da dona Sonia da padaria da esquina. Sabe quem ela é?

Meu sorriso aumenta ainda mais com a conversa de cidade pequena, todo mundo sabe da vida de todo mundo, e também com a inocência da minha mãe. Danilo nunca foi um namoradinho, era apenas um amigo com benefícios que tinha quando era solteira e vinha para cá nas férias. Ficar praticamente um mês sem sexo era difícil, então ele supria essa necessidade. Ele é gostosinho, me dava alguns orgasmos, mas o nosso papo não fluía muito.

— Sei sim, é a Bruna. — respondo o nome da moça. — Eles estão juntos?

— Sim, parece que vão até se casar. Você está bem com isso? — questiona curiosa.

Ter Você (POSTAGENS PARADAS TEMPORARIAMENTE)Onde histórias criam vida. Descubra agora