Capítulo 18

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Passei o dia pensando se ia ou não para a casa dos meus pais quando chegasse do trabalho. Como esse final de semana não tem aula na pós-graduação, o normal seria eu ir para o interior. Nos últimos meses passei bem mais tempo com os meus pais. Receber o carinho deles foi com certeza muito bom. Conversar com os dois me ajudou muito. Acho que sou muito privilegiada por ter essa relação com eles, infelizmente não são todas as pessoas que têm. Mas nesse final de semana, vou ficar por aqui mesmo. Quero sair, ver gente, dançar. Aproveitar minha nova fase de solteira. Cansei que ficar sofrendo, vivendo de passado.

Ligo para minha mãe para contar a minha decisão. Meu pai atende o celular dela dizendo que ela está no banho.

— Era algum problema? — ele pergunta.

— Não! É só que que esse final de semana não vou para casa, não. — aviso. — Vou ficar por aqui mesmo.

— Tudo bem! Aviso sua mãe. — diz com toda calma do mundo.

— Nossa! Pensei que fosse ficar triste, mas está achando bom eu não ir. — murmuro.

— Preferia que viesse, mas você ficar aí significa que está conseguindo... lidar melhor com tudo. — meu pai explica. — E aposto que quer ficar aí para sair a noite.

Meu Deus! Os meus pais me conhecem tão bem. Às vezes fico até surpresa.

— Quero sair para dançar, pai! — assumo. — Faz tempo que não faço isso.

— Pois saia mesmo! Aproveite sua juventude. Claro que com responsabilidade.

Sorrio com suas palavras. Pai é pai. Não tem jeito.

— O senhor também tenha responsabilidade ao sair a noite, hein?! Sei que vão numa festa na cidade vizinha. Não vá beber e dirigir.

Ele solta uma risada gostosa, que tanto amo.

— Você sabe que nunca faço isso! — afirma. — Jamais colocaria a vida da sua mãe em perigo por causa de álcool.

Meu sorriso aumenta ainda mais com sua declaração, achando muito fofa. Converso com ele um pouco, depois minha mãe vem falar comigo. Ela também diz que fica feliz por eu sair para dançar, mesmo querendo me ter embaixo de suas asas. Não contei aos dois sobre ter visto o Ricardo, acho que isso não tem relevância nenhuma, já basta tudo o que aconteceu até então. Por mais que possa doer, não quero ficar remoendo isso, quero apenas focar no futuro.

***

— Ju, não acredito que você me arrastou para essa boate! — Isa comenta sorrindo, enquanto entramos no local.

Observo que casa noturna ainda não está muito cheia. Estou muito empolgada com a noite. Fazia tempo que não saia para dançar e sempre foi algo que gostei muito. Sempre me deixou mais leve, mais calma. É como se tivesse descarregado minhas energias. Por isso chamei a Isa para vir. Ela não é muito uma pessoa de boates, baladas, essas coisas. Lembro que na época da faculdade ela gostava muito de ir a barzinhos, acho que porque é melhor para conversar, mas hoje consegui trazê-la para cá garantindo que ia ser muito bom. Assim espero!

— Vamos aproveitar nossa noite! — digo animada. — Depois dessa semana de trabalho acho que merecemos nos divertir.

— Merecemos mesmo. — concorda.

Vamos até o bar. Penso no que pedir para beber. Estou evitando álcool, mas acho que hoje mereço isso. E viemos de Uber, então não preciso me preocupar em dirigir! Também não é como se eu fosse ficar bêbada, só mais relaxada para curtir mesmo.

Ter Você (POSTAGENS PARADAS TEMPORARIAMENTE)Onde histórias criam vida. Descubra agora