O recomeço

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Era aproximadamente uma da tarde quando ouvi o som da campainha, meus pais haviam ido trabalhar como sempre, mais uma vez estava sozinha em casa, prometi que ficaria bem, que seria responsável e me cuidaria.

Caminhei devagar até a porta, não queria fazer esforços que causariam danos ao pequeno dentro de mim. Quando abri dei de cara com Arthur segurando uma sacola, nesta estava escrito "mundo do bebê", revirei os olhos ao perceber que ele provavelmente entraria e teria que desfrutar da sua terrível e nauseante campainha.

Tentei ser simpática, ele entrou e sentou-se no sofá, já havia passado três meses desde nossa última conversa sobre nós, depois disso tudo se resumia ao bebê, além disso meus pais estavam presente na maioria das vezes, com excessão das consultas e exames, é claro, pois, era Arthur quem me levava ao médico sempre, o que não era tão ruim, fazia com que eu chamasse menos atenção, também me encorajava quando o assunto era agulhas, omg, como grávida toma vacinas, e nem quero falar sobre os litros de sangue que arrancaram do meu corpo, mas ele sempre estava ali segurando minha mão, dizendo baixinho "aguenta firme pelo nosso filhote", por mais insano que parecesse havia uma possibilidade de eu estar novamente me apaixonando por aquele idiota.

Nós ainda não tínhamos feito a ultrassonografia para saber o sexo do neném, porém, ele insistia em comprar mil coisas em tom azul garantindo ser um menino, o que me fazia sorrir as vezes, óbvio que se fosse menina vestiria as roupas nela do mesmo jeito, achava essa coisa de cor um belo fricote.

Minha barriga estava aparente, bem redondinha, lembrava metade de uma melancia, o bebê já chutava, uma sensação perturbadora, confesso! Lembrava uma lombriga, a noite quando finalmente eu conseguia dormir o neném começava dançar dentro de mim. Fechei a porta e resolvi me sentar ao lado de Arthur, por mais constrangedora que fosse a situação.

_Aurora, desculpa ter vindo sem avisar, mas gostaria de marcar a data da ultrassonografia, e precisamos fazer isso juntos. Acha que é muito cedo?_ Perguntou Arthur, quebrando o gelo. Ele estava encantador, usava um suéter azul marinho, calças pretas, all star branco, seus cabelos fios de bronze, e seus olhos negros, como era bonito esse cara.

_ Podemos marcar se quiser, não estou muito curiosa._ Respondi tentando manter minha atenção na sacola.

_ Ok. Então vamos marcar, estou muito curioso, doido para comprar mais roupas. Isso aqui é para ele._ Falou colocando a sacola em meu colo. Sorri, e abri o pacote, havia uma camisa pólo verde muito pequena dentro, super elegante do por sinal, fiquei surpresa por não ser azul, o que me fez gargalhar, causando espanto nele.

_Desculpa, é que você sempre compra azul, fiquei curiosa com essa sendo verde. _ Expliquei para que não ficasse constrangido.

_ahhh. Bom, eu com toda certeza iria comprar a azul, mas quando pus os olhos nessa verde, não sei o que houve, imaginei o neném vestido nessa camisa, nossa como meu filho será lindo nela pensei._ Justificou empolgado, seus olhos brilhavam falando do nosso filho, ele sem dúvidas seria um pai incrível.

Aquela cena me fez pensar se não estava na hora de considerar a possibilidade de voltar para Arthur, nós teríamos um bebê, talvez fosse bom ter ele por perto, ter um colo, ter afeto. Com certeza estava no ápice da carência por cogitar essa hipótese, mas fazer o que? Nem sempre o conto de fadas acontece, as vezes temos que nos conformar com o que a vida manda.

Não resisti, e impulsivamente o beijei, ele retribuiu o gesto, antes que me desse conta estava em cima dele tirando suas roupas, tirei primeiro seu suéter com a finalidade de admirar seu peitoral, segurei os músculos dos seus braços, ele apertou minha cintura gentilmente, o calor percorria por todo meu corpo, seus lábios beijaram meu pescoço, seu hálito quente em meu ouvido fez cócegas, arranquei sua calça, ele me deitou no sofá, retirou meu vestido, deixando meus seios a mostra, depois levou sua mão cuidadosamente até a minha calcinha, senti um pouco de vergonha no começo, mas tentei relaxar, continuei a beijá-lo, saí daquela posição submissa e deitei sobre ele, com os meus lábios percorri todo seu abdômen, o que o fez gemer, tirei sua cueca, e pude ver seu órgão ereto, senti uma vontade absurda de possuir aquele homem, de devorá-lo como uma leoa, então comecei a sugá-lo, Arthur se contorcia de prazer gritando meu nome, nunca me senti tão poderosa antes, tão mulher, por fim ele passou seu corpo por cima do meu e fizemos amor, de um jeito totalmente diferente de antes.

Vestimos nossas roupas e ficamos abraçados, Arthur brincava com uma mecha do meu cabelo, assim como fazia nos tempos antigos, senti o medo invadir meu coração ao lembrar de todo sofrimento que havia passado, será que Arthur me magoaria novamente? Ele me amava ou estava fingindo novamente? Mas afinal de contas qual motivo teria para fingir? O mais óbvio era que ele realmente estava ali por vontade própria visto que eu era a mãe do filho dele.

_Está com fome meu amor?_ Disse Arthur interrompendo meus pensamentos.

_Ahhhh. Estou sim. Você quer pedir alguma coisa?_ Com certeza era uma boa ideia, pois, estava faminta, não havia almoçado ainda.

_ Ok. Vou pedir pizza e sorvete?_ Ele discou alguns números no celular e fez os pedidos, sua concentração para escolher os sabores da pizza era fora do comum, parecia um executivo diante de uma grande decisão, não contive o riso. O que o fez levantar as sobrancelhas em sinal de reprovação, mas, sua expressão logo ficou suave.

_Pedi de quatro queijos e o sorvete optei por chocolate._ Sussurrou voltando para perto de mim. Eu assenti, embora o fato dele não ter me consultado sobre o sabor da pizza tivesse me deixado levemente chateada.

Ele colocou a mão sobre a minha barriga, e conversou com o bebê por alguns minutos era impressionante como o pequeno pulava mais que pipoca quando o papai falava com ele, realmente eu estava fazendo a escolha certa, meu filho queria o pai perto, não era correto negar essa felicidade a ele, estaria sendo muito egoísta se o fizesse.

A pizza chegou interrompendo nosso momento comercial de presunto, Arthur colocou a pizza em um prato, acompanhada de uma coca zero de um litro e levou para o sofá onde estava sentada, como era bom aquele dengo, devoramos tudo em minutos, afinal de contas estávamos famintos depois de gastar tanta energia (risos). Subimos para o meu quarto, colocamos um filme e assistimos enquanto tomávamos o pote de sorvete com aproximadamente duzentas gramas, o filme era sobre um cara que conhece uma mulher, mas, ele a vê magra enquanto todos a viam gordinha, muito engraçado e tocante pela moral que a história traz, ver as cenas superficiais me deixavam chocada e faziam com o que eu lembrasse das coisas ruins que me aconteceram só por estar fora dos padrões de beleza. Abracei Arthur o mais forte que pude para sentir a proteção dos seus braços fortes. Acabei Adormecendo.

361° As Faces De AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora