As consequências

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No dia seguinte, passei a manhã inteira na cama, eu só conseguia pensar nos vídeos, olhei no meu celular haviam várias mensagens de Arthur, também haviam algumas muitas de Cassie.

Cassie: Amiga, bom dia. Olha gostaria de saber como você está, o Liam me mandou os vídeos, ele ainda tinha esperanças com você, mas depois do que houve ele simplesmente quer te esquecer. Eu não quero dizer que te avisei porque será muito cruel, minha vontade é quebrar a cara desse Arthur. Me liga.

Eu não respondi, só passava pela minha cabeça meus pais assistindo aquela cena medonha, eu dizendo "eu te amo" e gemendo feito uma prostituta nos braços daquele canalha. O pior era que eu o amava, por um certo tempo realmente acreditei que tínhamos algo real e puro, por mais que as coisas tivessem acontecido de forma louca e rápida. Esperei os meus pais irem até o meu quarto para levar a minha sentença, o que não aconteceu, talvez eles não tivessem visto ainda, tentei ficar calma, mas estava tão perdida, chorei feito um bebê, segurei meu travesseiro. Segundos depois ouvi batidas na porta do meu quarto, meus pais com toda certeza pensei, preparei minha mente para o castigo, porém quando abri minha mãe apenas me abraçou e choramos juntas por um longo tempo.

Um mês depois decidi retornar para escola, ainda estava fazendo terapia, mas não queria perder o ano, era semana de provas. Ao chegar no Colégio não houve risos, as pessoas pareciam ter esquecido do que ocorreu. Encontrei Cassie, foi estranho, pois, ela estava sentada ao lado de outra garota e nosso contato não passou de um aceno com a cabeça, talvez ela estivesse chateada por eu não ter respondido suas mensagens. Infelizmente eu estava sozinha dali para frente.

A noite quando cheguei em casa meus pais ainda não haviam chegado, resolvi fazer um milkshake de morango, tomei um copo de trezentos mL, em seguida fui para o quarto, onde tomei um delicioso banho e fui estudar. De repente senti uma tontura, um enjoo enorme, vomitei tudo o que havia acabado de comer, aquilo estava acontecendo com certa frequência, liguei para Cassie, mesmo sabendo que não tinha esse direito.

Eu: Cassie, Boa noite. Você pode vir até a minha casa?

Ela respondeu no mesmo instante.

Cassie: Boa noite, amiga.
               ;)
              Claro, só precisa me dar o                          endereço kkkkk.

Lembrei que ela nunca havia ido até a minha casa, rapidamente passei o endereço, em trinta minutos ela estava lá.

_ O que houve Aurora?_ Perguntou Cassie extremamente aflita.

_Acho que estou grávida._Respondi seca.

_O que?_ Arregalou os olhos surpresa.

_Sim, estou atrasada um mês e ando enjoando tudo, e nós fizemos biologia ne, pelo menos eu fiz, você só paquerava o professor, sei os indícios de uma gravidez._ Tentei ser engraçada, mas ela estava em pânico.

_Meu deus! Você vai contar para o Arthur?_ Indagou, ainda em choque.
Nesse momento lembrei de Arthur, eu ainda não tinha pensado nisso, ele era o pai, será que ele iria gostar da notícia, a última coisa que queria era falar com aquele idiota.

_Não queria fazer isso, ele não precisa saber que é dele!_ Falei, pensativa.
Realmente, ele não deveria participar disso, eu cuidaria do meu bebê sozinha, tantas mulheres fazem isso, ninguém saberia do pai, nem mesmo os meus pais , que com certeza iriam me matar quando soubessem.

_Então, vai ser mãe solteira?_ Perguntou Cassie, preocupada. Ela com certeza estava me achando uma maluca, mas não mudaria minha opinião, mesmo sabendo que minha faculdade dançaria e que talvez eu sofresse muito não tendo condições para sustentar meu filho, eu seguiria em frente.

Mas por outro lado, pensei no bebê, sem pai, como devia ser horrível crescer sem um pai, ter só o nome da mãe.

Por fim, Cassie acabou me convencendo a ligar para Arthur, não estava nem um pouco feliz com isso, afinal de contas ele destruiu a minha vida em muitos aspectos, mas faria isso pelo neném, afinal de contas uma mãe faz tudo pelo seu bebê.

Antes de ligar para Arthur Cassie e eu compramos um teste de gravidez na farmácia, fiz o teste já sabendo quase certamente o resultado, minha menstruação sempre foi regular, depois de cinco minutos lá estava o sinal de + afirmando que havia alguém crescendo dentro de mim, lágrimas molharam o meu rosto, "Fodi a minha vida" pensei.
Trinta minutos depois Cassie foi embora, respirei fundo e liguei para Arthur, ele atendeu no segundo toque.

Eu : Arthur, boa noite.
       Preciso falar com você, é muito sério, se não fosse eu nem estaria ligando, eu jurei para mim mesma que nunca mais falaria com você.

Arthur: Boa noite, Aurora.
Em alguns minutos estarei em sua casa, estou com saudades.

Eu desliguei, a voz dele parecia triste. Em poucos minutos ele estava em minha sala, meus pais ainda estavam no trabalho, o que nos dava mais privacidade. Ele estava abatido, sombrio, não parecia o mesmo garoto risonho.

_Olha eu sei que eu fui..._ Interrompi a fala dele, pois já previa o que ele diria em seguida, e não acreditava que ele estivesse realmente arrependido.

_Estou grávida_ Tentei ser direta.

_O que ?_ Ele fez gesto de "0" com a boca demonstrando espanto._ É meu?_ ele finalizou.

_Óbvio, ao contrário de você, eu não saio fodendo com todo mundo_ Gritei, ele estava me tirando do sério, como ele ousava dizer aquilo.

_Dá para tirar?_ Disse ele com voz vacilante._ Eu posso pagar por isso_ completou.

Meu olhos encheram de lágrimas, eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo, ele realmente havia dito "tirar" como se o bebê fosse um objeto. Rejeição dói muito, sabe, mas ouvir alguém rejeitando nosso filho dói absurdamente.

Expulsei ele, que ainda teve a impafia de se fazer de ofendido. Subi para o quarto e chorei até minhas lágrimas secarem, peguei meu travesseiro, abracei minha barriga e dormi.

361° As Faces De AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora