Princípio

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"Olá,

Meu nome é aurora bianucci, tenho 17 anos, sou complexa, levemente inteligente, tenho uma taxa de humor que varia entre zero e zero vírgula um, e acho que esse ano escreverei minha vida nesse caderno, como de costume todos os anos faço isso, não é como um diário, é como uma tábua de salvação, já que não tenho ninguém que me suporte por mais do que cinco minutos."

Minhas férias haviam terminado, o que não era nada ruim já que eu não as usava para algo útil, e esse seria meu último ano no ensino médio, depois disso tudo estava prestes a mudar, viria a faculdade e os problemas da tão sonhada vida adulta, na verdade nem imaginava como deveria ser essa tal de vida, eu nunca fui boa em muita coisa, por isso não sabia o que iria cursar , mas isso meus pais decidiriam por mim (com certeza)!!

Durante a manhã, organizei o meu quarto, toda aquela bagunça me dava nos nervos, não que eu seja extremamente metódica, mas me sentia como um personagem da caverna do dragão.

Então, em algumas horas lá estava eu sentada em frente à televisão assistindo mais uma comédia romântica altamente previsível e clichê , mas, como não tinha amigos e meus pais passavam horas em sua imobiliária , vendendo sonhos, para pessoas bobas que acreditavam nisso e enchiam nossos cofres, essa seria minha única distração . Desliguei a televisão, peguei meu celular, olhei meu aplicativo de mensagens, não havia nada, acessei o facebook, fiquei durante horas atualizando a página principal, curtindo fotos de colegas que nunca me deram um bom dia, compartilhando memes ridículos. Fitei a janela da sala por alguns instantes na direção da rua, mas, não havia nada, apenas veículos fazendo seu papel de transportar pessoas. De repente, uma garota da minha antiga turma postou uma foto, uma bela foto, em que estavam ela e mais três amigos, alguns copos de refrigerante e  hambúrgueres, sem dúvidas essa foi mais uma grande tarde no Mcdonalds, lembrei que nos falamos uma vez, quando ela chegou na escola ,era novata e não tinha amigos ,por isso, fui uma excelente  trave de apoio, até ela descobrir...

_Querida, você prometeu que iria sair hoje! _ Acusou-me mamãe ao entrar pela porta.

_ A seção do cinema estava lotada , achei melhor ficar e limpar a casa._ respondi usando argumentos que encerrariam a discussão. Meus pais sabiam da minha incapacidade de fazer amigos ou apenas conviver socialmente com pessoas, por isso, sempre estavam me estimulando a superar isso.

Minha mãe era uma mulher magnífica, inteligente , forte, determinada, destemida, além das características já citadas, tinha olhos verdes redondos, cabelos ruivos sempre curtos e cacheados ,usava óculos estilo ray-ban que lhe conferiam um visual sexy, completamente o meu oposto, talvez eu fosse adotada.

Duas horas depois decidi visitar um imóvel com ela, embora fossem dezoito horas, o dever estaria sempre em primeiro lugar. Após uma hora de viagem chegamos à uma bela casa, que embora fosse  grande possuia aparência antiga, mas, parecia confortável. Tive a sensação de já ter estado lá.

_Bom, chegamos, os quartos são na parte superior_ afirmou mamãe, com um sorriso empolgante característico dela.

Assenti. Depois subir as escadas e caminhei em direção aos quartos, talvez ela estivesse pensando que fazer um tur pela casa me deixaria menos entediada!

Ao abrir a porta encontrei um cômodo grande ,muito confortável por sinal, apenas a cor deixou-me inquieta, as paredes eram de um bege entristecedor, a cama era branca e, havia uma mesinha de cabeceira rosa, mas apenas algo  encantou-me, uma estante magenta, havia algo acolhedor naquela cor.

Como que de súbito olhei para porta e minha mãe estava parada a olhar-me, parecia que algo o preocupava, talvez o fato de eu ser uma adolescente que não tinha nenhum programa na sexta a noite diferente de sair com a mamãe.

_O que achou?_ Ela franziu o cenho, o que resultou em uma careta.

_Maravilhoso!._ Pensei em dizer que quase nada havia me agradado, mas refleti, aquilo era o trabalho dela, não poderia ser tão sádica. Também  senti curiosidade sobre quem era o possível comprador, talvez o conde drácula.

A noite passou como num flash, assim como o final de semana.

Era domingo à noite, e logo ao amanhecer começaria o meu pior pesadelo, A ESCOLA NOVA!

361° As Faces De AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora