28. Reunião de antepassados

373 32 3
                                    

- Certo. Mas não se esqueça de tirar pelo menos cinco minutos para fazer um lanche ou algo do tipo. E o mesmo vale para você, Mokuba. Não quero ver vocês dois por aí com um resfriado.

- É preciso mais do que um resfriado para me derrubar, Luka. – ele me deu um beijo no topo da cabeça – E Mokuba, prepare os equipamentos de desinfecção para quando eu voltar. Não quero que nem eu e nem a Corporação Kaiba fiquem contaminados com germes de empresas como aquela.

Enquanto Seto se afastava, fiquei pensando em como ele era capaz de mudar tão facilmente de temperamento e personalidade.

- Mokuba, você não acha que deixa-lo ir assim é perigoso? O humor dele não está lá uma maravilha.

- Ele sabe o que faz, Luka. Não é a primeira vez que uma coisa assim acontece. Quanto mais rápido acabarmos com as cópias que estão fazendo, mais depressa ainda podemos nos focar nos preparativos para o torneio na semana que vem.

- Semana que vem? Pensei que seria mês que vem.

- Nós também. Mas um pequeno erro de digitação das mídias agora nos obriga a adiantar tudo sem tempo para respirar. Por isso Seto está tão nervoso, pois não temos tempo a perder com gente querendo lucrar com as nossas ideias.

- Entendo... Bem, volto no final das aulas para ajudar.

- Certo. Vamos precisar de toda ajuda possível. Até mais tarde, Luka.

- Até mais tarde. E não se esqueça de fazer uma pausa para se alimentar!

- Não vou, prometo. O problema vai ser convencer o Seto.

Poderia ter parado em algum restaurante por aí para almoçar, mas decidi ir para minha casa mesmo, assim poderia descansar um pouco também. No entanto, encontrei com Yugi e seu avô, que estavam indo para a loja para casa e me chamaram para almoçar na casa deles. Embora eu tenha recusado insistentemente, o senhor Solomon Muto não era uma pessoa que aceitava "não" como resposta.

- A última vez que você almoçou em casa foi há tanto tempo que não consigo me lembrar.

Segui com eles até nosso destino e confesso sentir uma onda de nostalgia me invadindo quando entrei na casa deles. Até parece que foi ontem que meus pais me deixavam aqui para brincar com meus amigos a tarde toda em todos os finais de semana... Realmente as coisas mudam depressa.

Ajudei o "vovô" a preparar tudo – digo "vovô" por ele insistir que eu o chamasse assim e não mais formalmente – e Yugi também deu sua contribuição. Era como um almoço em família e eu admito sentir falta de coisas assim. Mesmo com a companhia do Seto e do Mokuba, não era a mesma coisa. Um almoço feito pelos outros não é tão agradável e divertido do que pessoas próximas cozinhando juntas.

A conversa era variada e agradável, o senhor Muto estava muito feliz por ter conseguido receber exemplares do novo disco de duelo em sua loja para vende-los, pois era a primeira vez que a Corporação Kaiba dava uma chance para ele. Logo, associaram este fato ao meu relacionamento com o dono da empresa.

Como ainda me restava bastante tempo, aceitei uma breve partida de monstros de duelo contra o Yugi, mas assim que sacamos as cartas meu colar do Dragão Branco começou a emitir um brilho suave, bem como o Enigma do Milênio do meu amigo. Uma luz branca foi se fortalecendo até me cegar por completo, era como se eu estivesse presa em algum lugar. Tentei caminhar, mas não chegava a lugar algum. Ninguém me ouvia e nem aparecia, o que começou a me deixar preocupada.

Depois de não sei quanto tempo, senti como se algo estivesse me puxando e logo aquela imensidão branca foi desaparecendo para me deixar ver a sala de estar da casa dos Muto, mas com a diferença que eu estava cara a cara com Atem, que disse:

- Tudo isso está nas mãos dele. O que te resta é esperar, Kisara.

- Do que está falando, Atem? O que aconte...

O faraó desapareceu para dar lugar ao Yugi, que parecia tão confuso quanto eu.

- O que aconteceu aqui?

- Não faço ideia. – respondi, olhando para o colar – Era como se alguém estivesse no meu corpo... Quando voltei a ter o controle, Atem disse que tudo estava nas mãos "dele" e o que me restava era esperar. Mas ele disse o nome "Kisara" também. Você tem alguma ideia do que poderia ser?

- Dessa vez não. O faraó e eu sempre dividimos os pensamentos, mas não consegui me conectar a ele, o que me deixa curioso. Será que seu colar funciona como o Enigma?

- Não sei. Ishizu me disse que o espírito do Dragão Branco está no colar, mas não tenho certeza.

- Kisara é a guardiã do Olhos Azuis, não é? – assenti – Acho que ela ainda está junto com o dragão, afinal... Só queria saber do que eles estavam falando.

- Eu também, e me parecia importante.

Olhei as horas e me despedi, seguindo meu caminho para a faculdade sem parar de pensar no que tinha acabado de acontecer. Yugi disse que tentaria perguntar a Atem sobre o ocorrido, mas não estávamos muito convencidos de que ele nos contaria alguma coisa, vez que até mesmo impediu sua conexão com meu amigo.

Querido Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora