8. Pausa para o café

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Nem sei por quanto tempo fiquei imersa em tudo isso. Apenas me dei conta de que as horas voaram quando ouvi o Seto falando comigo:

- Vou fazer uma pausa para o café. Quer ir junto?

- Geralmente eu recusaria, mas acho que alguns minutos de ar fresco podem me fazer bem.

- Acho que você acabou avançando mais do que o esperado, no fim das contas. A cafeteria é no fim do quarteirão.

- Tudo bem. Eu só vou...

- Já disse para guardar seus trocados. – ele me interrompeu quando me viu pegando minha bolsa - Eu pago, já que estou te convidando.

Depois de trancar a sala a sete chaves, o segui em direção a tal cafeteria. No caminho, encontramos com Joey e Yugi, que nos pararam para conversar.

- Ei Luka! E como vai indo seu primeiro dia de trabalho?

- Muito bem, na verdade. E vocês, o que estão fazendo?

- Estamos voltando do terminal rodoviário. A Téa tinha uma viagem para se apresentar. E seu duelo com o Kaiba, quando vai ser?

- Já foi, na verdade. Perdi, como o esperado, mas consegui atingir os pontos de vida dele.

- Mesmo? E quanto foi?

- Metade, o que é surpreendente. Afinal, não esperava muito de alguém que conhece vocês. – Kaiba respondeu para o Joey – Luka tem futuro.

- Ora, ora, já virou amigo dela, Kaiba?

- Isso não significa que tenho que ser legal com vocês. Vamos indo, Luka.

Me despedi depressa enquanto Seto seguia a passos mais rápidos para ganhar distância deles. Corri para alcança-lo e só então ele diminuiu o passo. Entramos e nos sentamos perto das enormes janelas enquanto um garçom vinha nos atender. Pedi apenas um café com leite e ele pediu uma xícara de café expresso e uma fatia de bolo de chocolate. Enquanto esperávamos, na calçada os meninos passaram em frente à janela onde estávamos. Joey acenou escandalosamente e Yugi saiu empurrando-o para longe, balançando a cabeça em negativa.

- Wheeler continua indiscreto e barulhento como sempre. Não sei como você consegue suportá-lo.

- Na verdade foi esse jeito dele que me fazia sorrir um pouco quando meus pais morreram. Sou muito grata ao apoio que todos eles me deram no começo.

- Não tem família também?

- Não mais. Estou por conta própria há um ano.

O garçom voltou e deixou nossos pedidos rapidamente antes de sair. Seto empurrou o prato com o bolo na minha direção.

- Não precisa se incomodar.

- Não pedi para mim. – ele disse – Considere como uma recompensa pelo bom trabalho. Nunca fui muito do tipo que gosta de doces.

- Obrigada.

- Não precisa ter tanta formalidade. Sabe, não sei por que, mas Mokuba tem uma simpatia fora do comum por você, por isso não me incomodo em pagar uma refeição ou outra. Ele fica feliz quando vamos os três sair para almoçar ou qualquer outra coisa.

- Acho que percebi. Ele me trata como uma irmã.

- Justamente por isso você não precisa ter formalidade para conosco. Se o Mokuba te considera parte da família, então acho que posso fazer o mesmo.

Dei um meio sorriso para ele, embora não tivesse retorno. Acho que Seto não era carrancudo por mal e por isso imagino que me acostumaria com esse jeito dele. Voltamos para a empresa e fiquei por mais uma hora antes de voltar para casa, pois não queria exceder demais meu tempo trabalhando. Ele ainda ficou por lá e aparentemente trabalharia até tarde, visto que a cada cinco minutos alguém ligava na sala dele.

Querido Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora