Especial de Natal 2019

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Kaiba: E a gente já começa assim?

Autora: Assim como?

Kaiba: *aponta pra foto do capítulo*

Autora: Ah, para de reclamar. O Yami tá vestido de rena na foto e não falou nada.

Yami: É época de Natal, Kaiba. Cadê seu espírito natalino?

Kaiba: *revira os olhos* quanta baboseira...

Mokuba: Baboseira nada, coloca o chapéu aí, Seto *põe um gorro de Papai Noel na cabeça do Kaiba*

Kaiba: Até você?

Luka: Ai Seto, pega um biscoito e um copo de leite e para com isso *aparece com uma bandeja de biscoitos e coloca na mesa*

Joey: Ele devia era ajudar a gente a montar essa árvore aqui. Faltam vários enfeites ainda.

Luka: É uma boa ideia...

Kaiba: Nananinanão, você já me fez concordar com o absurdo, Luka. Até porque o Faraó também não tá fazendo nada.

Autora: Tem certeza? Olha lá.

Yami: *ajuda o Yugi a colocar a estrela na árvore*

Kaiba: .......

Téa: E se a gente contasse uma história de Natal? A gente já terminou de montar a árvore mesmo.

Autora:  Boa! Já sei o que vai ser, só vamos fazer uma pequena modificação...

Yugi: E qual história vai ser?

Autora: Conhecem aquela história de um velhinho muito ranzinza e que recebeu a vista dos espíritos do Natal? *todo mundo concorda* Pois é essa que vamos contar, mas mudando algumas coisas.

Kaiba: Já estou prevendo mais loucuras....

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- Vamos trabalhar, não estou pagando vocês para esquentarem as cadeiras.

- S-sim, Senhor Kaiba.

A época de Natal era, assim como para praticamente qualquer empresa, o momento de maior lucro nas vendas. No entanto, para a Corporação Kaiba, as coisas eram ainda melhores pelo fato de seus preços serem mais baixos do que os da concorrência, o que era uma vantagem.

Já era dia 23 de dezembro e Seto Kaiba não tocava no assunto de dar um dia de descanso para seus funcionários ou mesmo uma pequena recompensa para eles.

- Seto, o Natal está chegando. Não vai dar um descanso pra eles? - Mokuba pergunta ao irmão - É a época do ano em que as pessoas esperam ficar com suas famílias.

- Besteira. Não podemos perder a chance de ter mais lucro.

O Kaiba mais novo suspirou e voltou a cuidar da papelada. De nada adiantaria tentar convencer Seto que ele deveria ser um pouco mais mão aberta.

O expediente terminou e todos foram para suas casas. O Kaiba mais velho, mesmo assim, continuava com seus telefonemas e mensagens sem dar atenção a mais nada ao seu redor. Jantaram e então foram dormir.

- Tá bom, acho que entendo um pouco do motivo de você ser tão coração de pedra...

Seto acordou com um pulo ao ouvir a voz de certo alguém que, definitivamente, não gostava nem um pouco. Ao olhar para os pés da cama, Joey estava ali.

- E desde quando deixam entrar tipos como você? Vou fazer questão de demitir o idiota que não te colocou pra fora.

- Ei, ei, calma aí, Kaiba. Eu só tô aqui pra te lembrar da sua infância.

- Deixe de ser ridículo e suma daqui agora.

- Tá bom, vai ter que ser do jeito mais difícil, então. Eu sou o "Espírito do Natal Passado" e não vou embora até te mostrar o passado.

- Que absurdo.

Um álbum antigo de fotografias apareceu em cima da cama e Seto começou a olhar as fotos de quando era criança. Seus pais nunca estavam presentes na época de Natal, pois estavam sempre muito ocupados. E depois, quando ele e Mokuba foram mandados para o orfanato, continuaram sozinhos do mesmo jeito e de forma ainda pior.

- Não é porque você e o Mokuba foram deixados de lado que isso significa que os filhos dos seus funcionários precisam sofrer a mesma coisa.

- Se já acabou com a loucura, eu gostaria de ir dormir.

Joey sumiu da mesma forma que apareceu e Kaiba novamente se ajeitou para dormir, se não fosse por alguém sacudindo-o pelo ombro.

- Que tipo de brincadeira é essa agora? Até você está nessa, Yugi?

- Se importa de dar uma volta até a casa de alguns funcionários seus?

- De jeito nenhum vou sair daqui à uma hora dessas para isso.

- Vou ter que dizer o mesmo que o Joey, então. Eu estou aqui para te mostrar o Presente e não vou embora até você sair daí.

Revirando os olhos, Seto foi trocar de roupa e seguiu Yugi a pé até a casa de um dos funcionários do setor de montagem dos discos de duelo. Pela janela, dava para ver o trabalhador, sua esposa e a filha pequena.

- Papai! Papai! Você vai estar aqui no dia do Natal, né? A mamãe disse que vai cozinhar um monte de coisa!

- Infelizmente o papai precisa trabalhar, minha querida.

A expressão da menina mudou para decepção. Kaiba logo se pegou pensando que essa era a mesma resposta que seus pais davam antigamente e a tristeza da garotinha era a mesma que a dele e de seu irmão.

Foram para mais duas casas não tão longe dali e a mesma cena se repetia. O rapaz de olhos azuis não queria dar o braço a torcer de que, cada vez mais, entendia a frustração daquelas crianças.

- E aí? - Yugi perguntou - Vamos voltar?

Seto assentiu e, em um piscar de olhos, estavam de volta na mansão Kaiba. Yugi desapareceu assim como Joey, mas mesmo assim o Kaiba mais velho não foi capaz de sequer colocar o pijama, pois foi para o espelho verificar o que estava pesando em seu pescoço de repente. E, para sua surpresa, era o Colar do Milênio.

- Tem algo que meu colar gostaria de lhe mostrar, Kaiba. - Ishizu apareceu de surpresa - É melhor não tentar lutar contra isso.

- E dessa vez não vou. - ele resmungou - Se eu negar, já sei que você vai falar a mesma coisa que Yugi e Wheeler.

- Pois muito bem. Feche os olhos e deixe o Colar falar com você.

O Kaiba mais velho acabou obedecendo, um pouco a contragosto. Conseguiu ver seus funcionários cabisbaixos, as famílias deles desoladas e podia até ouvir os comentários ruins a seu respeito. "Coração de pedra", "Desumano", entre outros dizeres. Além disso, via o desapontamento no rosto de Mokuba e tal visão valia mais do que mil palavras.

Com isso, acabou tomando uma decisão que imaginou que jamais tomaria: sentou-se à escrivaninha e não tardou em mandar emails para os funcionários, dispensando-os de trabalharem na véspera e no dia de Natal. Por tudo o que viu, entendeu que nenhum lucro valia mais do que passar um feriado importante com a única família que lhe restara e o mesmo podia se pensar para seus funcionários.

Querido Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora