36. Seguindo com o presente

374 27 42
                                    

Era visível o quanto eles estavam felizes por me verem acordada de novo e me senti mais acolhida do que nunca. Eu já tinha saído da sala de emergências e estava em um dos quartos enquanto os médicos preparavam alguns exames para terem certeza de que eu estava apta a voltar para casa.

- Cadê o seu irmão, Mokuba? Você já foi e voltou umas três vezes.

- Está vindo, dessa vez é sério.

Segundos depois Seto aparece com um buquê de rosas vermelhas e rosadas que eu não faço ideia de onde ele arrumou à uma hora daquelas.

- São lindas.

- Iguais a você.

Seu beijo foi gentil e doce, como do nosso encontro. Recebi inúmeros beijos no rosto e Seto parecia não querer me largar mais.

- Sem querer estragar o momento. - Joey começou a reclamar - Mas acho que a gente já ficou de vela por tempo suficiente.

- Não me incomodo que continuem assim, Wheeler. - meu namorado respondeu - Pelo menos isso vocês conseguem fazer.

A enfermeira apareceu para me preparar para o exame e, enquanto isso, eles ficaram me esperando e conversando. Téa e Mokuba tinham saído para arrumarem algo para todos encherem o estômago.

Quando voltei, estavam jogando Monstros de Cápsula. Meu namorado foi o primeiro a querer saber dos resultados, que não acusavam nada de anormal, ao contrário. Minha cicatriz havia desaparecido completamente e nunca me senti tão bem. Por um instante, perto da minha cama, vi Kisara e o Alto Sacerdote juntos e sorrindo, o que me deixou aliviada por ver que as coisas tinham dado certo.

Teria que ficar até amanhã depois do almoço para checarem minha condição por inteiro. Seto foi se ajeitando do meu lado na minha cama enquanto Mokuba deitava em um sofá, Téa no outro e os meninos arrumavam seus lugares no tapete.

- Esse quarto até parece uma pousada. - a enfermeira deu uma risada - Normalmente eu não poderia deixar tanta gente assim e muito menos acompanhantes dormindo junto com os pacientes, mas como sei o que aconteceu vou deixá-los aproveitar dessa vez.

As luzes foram apagadas, restando apenas a do abajur. Mesmo no escuro, conversamos por algum tempo até cairmos no sono, com a diferença de que, desta vez, eu não tinha mais medo de não acordar.

-------------

Seto e Mokuba foram os primeiros a acordarem para irem até a empresa ver como as coisas estavam e cuidarem dos afazeres. Téa e Joey saíram para fazer sabe-se lá o quê, restando apenas Yugi e Tristan me esperando fazer os exames e os médicos me darem alta. O almoço passou e logo meu namorado estava de volta, pronto para me levar embora.

- Aconteceu alguma coisa, Seto?

- Não. Por quê?

- Você está com uma cara estranha.

- Defina "estranha".

- Como quando uma criança apronta e finge que não fez nada.

- Não fui eu quem aprontei nada, foram seus amigos. Você vai ver quando chegarmos.

O motorista nos levou até a minha casa, embora minhas coisas estivessem em outro lugar. Assim que a porta se abriu me vi em um mar de bexigas coloridas e uma mesa arrumada como se fosse o aniversário de alguém.

- Gente, meu aniversário ainda está longe.

- Que nada! - Joey respondeu - Você agora tem dois aniversários, porque depois daquela podemos dizer que você nasceu de novo. Aproveita porque foi o Kaiba quem bancou tudo isso.

- Não se acostume, Wheeler. Abri uma exceção porque eu não tinha tempo de correr atrás das coisas.

Eles eram os melhores e os mais loucos, disso eu não tinha dúvidas. Até cantaram parabéns. 

- Muito bem, agora é hora do presente! - Mokuba anunciou, olhando um por um - Se é que alguém tem algum, né? - silêncio - Vão dizer que esqueceram do mais importante?

Ele me entregou uma caixa de veludo rosa, que tinha um colar de cristal com o formato de uma estrela para compensar a perda pelo meu antigo colar do Dragão Branco. Agradeci e o resto do pessoal continuou sem ação.

- Esses patetas precisaram do meu dinheiro para tudo isso, é claro que não comprariam nada, Mokuba. Acho que apenas nós dois temos condições para tal.

- Nossa amizade é o presente perfeito para todas as ocasiões. - Tristan respondeu, um pouquinho contrariado - Não há dinheiro que compre amigos como nós ou presente que seja melhor do que isso.

- Quer apostar? - Seto me entregou uma caixa retangular de madeira branca com o símbolo da Corporação Kaiba.

- Isso é um baralho ou estou enganada? - Téa perguntou.

- Ele não perdoa nem isso... - Joey resmungou - A Luka acabou de sair do hospital e ele já vem com um duelo... É a cara do Kaiba mesmo.

Abri o presente e não havia palavras para descrever minha surpresa e alegria ao ver o que tinha lá dentro. Ao contrário do que estavam pensando, não eram cartas. Na verdade, era algo que ninguém sequer imaginaria que estaria em uma caixa daquelas. O sorriso do Seto aumentava enquanto analisava minha expressão.

- Você aceita se tornar minha senhorita Kaiba para sempre?

- Mas é claro que sim!

Ele se aproximou e colocou o anel de noivado no meu dedo antes de me dar mais um beijo. 

- É, parece que dessa não dá pra ganhar. - Tristan respondeu.

- Eu sabia que um dia eu poderia sair por aí me achando por ser amiga da senhora Kaiba! - Téa dava pulinhos de alegria.

Eu continuava sorrindo como uma boba, sem acreditar que tudo aquilo estava acontecendo mesmo. Quem diria que uma garota simples como eu seria a esposa de Seto Kaiba? Não tínhamos pressa para o casamento, pois agora que minha saúde estava normalizada não havia nada a temer. Seguiríamos um dia de cada vez até nosso grande dia chegar.

Querido Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora