Por Lucca,
Os aplausos são encerrados assim que o prefeito sai do palco. O garçom passa retirando as taças da mesa e eu entrego a minha. Olhei rapidamente no relógio e terei tempo para almoçar com Antonella hoje.
Estou em um evento patrocinado pelo prefeito em sua casa, ao sul de Napoli. Ele está na campanha da reeleição, desse modo organizou uma festa para mostrar seus grandes feitos. Grande parte dos empresários da cidade está por aqui, prestigiando essa festa chata. E eu achando que o padrinho de Roma que dava festas entediantes.
De todos os homens presentes aqui, o prefeito tem conhecimento que nenhum tem força quanto eu. Não estou sendo arrogante ou algo do tipo, mas todos que estão aqui, já tiveram problemas e procuraram nossa família. Eles sabem, e por isso que volta e meia eu sou o centro das atenções.
É a minha primeira reunião como o novo padrinho, o que causou insegurança entre os presentes nesse lugar, já que a minha família não costuma trocar de padrinhos em tão curto espaço de tempo. Boa parte aqui ainda esperava Giovani e seu péssimo temperamento com as negociações.
— Padrinho. — me levanto para cumprimentar um grande empresário da construção civil. — Fiquei surpreso ao vê-lo, eu esperava por Giovani.
— Ele se afastou do cargo, alguns problemas pessoais.
— Sì. Mande lembranças para ele e para o seu pai, o Dom é um homem justo. — sento de volta na cadeira e peço para ele sentar rapidamente. — Não sei se o antigo padrinho lhe contou sobre os meus desejos de expandir minha empresa para o Norte. — nego com a cabeça. — Claro. Homens ocupados. Penso em expandir para o Norte, próximo de Treviso. — apenas escuto, mantendo meu semblante imparcial. Aprendi com o meu pai quando ele negociava. — No entanto, o sindicato do norte é forte e tenho problemas em contratar gente para a mão-de-obra pesada.
— O sindicato não quer negociar.
— Não. Sabe como aqueles porcos do Norte têm preconceitos conosco do Sul. O sindicato não quer me ajudar com os trabalhadores.
— Entendo.
— Padrinho, se chegastes a ser o novo padrinho sei que és um homem honrado, que poderá me ajudar nessa trave. Sempre fui leal à sua família, fui fiel ao seu pai, ao seu irmão e serei a ti.
— Eu sei. Irei resolver isso para você. — bato no ombro nele. — Em uma semana não terás problemas, conheço pessoas do Norte que irão lhe ajudar.
— Madonna! Abençoado sejas. — ele beija minhas mãos. Eis um hábito que detesto. — Grazie!
— Um simples favor para um velho amigo. — respondo com um riso de lado, e ele se despede.
Não sei quanto tempo ainda tenho nessa festa.
Vejo Pietro se aproximando com o prefeito da cidade, ele beija minha mão.
— Bom vê-lo por aqui.
— Fiquei feliz em receber o convite, vejo que se lembrou da família. — cumprimento.
— Como poderia esquecer? Mande abraços ao padrinho Francesco e sua esposa. — assinto. — Estou em maus lençóis nessa campanha.
— Meu consegliere me informou, imigrantes.
— Sim. Não sei bem o que fazer.
— Às vezes temos a matéria-prima na mão e não notamos. — falo e pauso ao vê-lo confuso. — Use-os em obras. Uma parte necessária, apenas para dizer que fez algo. Use o que tem ao seu favor, e ainda fará uma boa imagem perante a sociedade. Simplice.
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Divã (Concluída)
ChickLitO cotidiano na direção da máfia é algo bastante exaustivo, e isso fica ainda mais evidente quando nota-se que Lucca Martinelli, o braço direito do grande líder da família Martinelli, é alguém que sofre com problemas de insônia e que após seguir os c...