Quem quiser ouvir escutando essa musica.
Por Lucca,
Resolvi vir até a clínica. Hoje não seria um dia de consulta para mim, e acho que se fosse, ela não me aceitaria mais já que deixou bem claro sua decisão.
Eu não sei que merda de relacionamento os dois tiveram, mas com certeza deixou marcas nela e daquelas difíceis de cicatrizar. Sinto que, de alguma forma, isso é ruim para mim também.
A vaga que costumo estacionar está com outro veículo, por isso estaciono em frente a clínica, em uma área proibida.
Ainda não pensei bem no que realmente quero falar com ela, para ter paz comigo mesmo, decidi só nesse momento que serei direto e irei confrontá-la até saber da verdade.
As férias estão chegando, pensei de convidá-la para passar alguns dias em San Remo a bordo de um yacht. Se ela me conceder o aval. Eu estou precisando relaxar e adoraria que ela fosse comigo.
Sorte que Giovani não tem o dom de ler pensamentos, ou iria dizer que me tornei um "escravoceta". Sei que ainda não cheguei nisso, mas realmente estou interessado nela, mais até do que eu imaginava.
Em algum momento um homem se interessa alguém, não é mesmo?
Vejo o último paciente sair e eu resolvo entrar. Preciso tirar minhas dúvidas com ela, com o pensamento que não seja verdade. Eu não sei o quanto isso me afetaria se for verdade.
Eu prefiro seriamente que não.
- Signore Bertolazzi, estamos fechando. Nosso expediente acabou. - sua secretária me informou.
- Quero falar com Antonella.
- Eu acho que não é possível. Estamos fechando. - ela repete.
- Me desculpe. - ignoro suas palavras e caminho até ao corredor sendo seguido por ela. Abro a porta do consultório e a encontro organizando alguns papéis.
- Eu tentei impedir. - sua assistente diz aflita.
Antonella se vira e vejo sua surpresa ao me encontrar ali.
- Lucca?
- Preciso conversar com você. - a secretária agora me olha curiosamente. - A sós.
- Eu já terminei meu expediente. Hoje você não tem consulta e nem é mais o meu paciente.
- Não vim aqui como paciente e sobre isso gostaria de dizer uma relaxante foda-se!
- Isabelle você poderia... - vejo a morena sair, fechando a porta e Antonella rapidamente se altera. - O que eu falei na nossa última conversa aqui. Não ficou satisfeito com o encontro? Ou o quê? Quer realizar o resto do seu sonho aqui?
- Quê isso? Vocês psicólogos tem algum complexo de sexo? Tudo é isso? Eu não vim falar disso, na verdade isso nem passou pela minha cabeça, sua maluca.
- Então o que quer?
- Quero conversar com você. Antonella, eu... - retiro minha luva, hesito por alguns segundos, mas decido continuar. - Realmente estou interessado em você. Tirando a parte da sua psicologia chata para cacete, você é uma mulher diferente. - eu pauso novamente, estou pisando em um campo minado, então tenho que ser cauteloso. - Ontem eu estive em Roma e encontrei o seu ex por lá. - ela se senta no divã, passando a mão pelo rosto. - Ele me colocou em uma posição delicada e eu não dei nenhum passo para trás. - Antonella me escuta atentamente e vejo certa confusão em seus olhos. - Ele disse que você ainda era dele, quero saber se isso é verdade. Não dormirei em paz enquanto eu não ouvir sua versão. Noto que ela está vestindo uma roupa típica de inverno e está quente lá fora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Divã (Concluída)
Literatura FemininaO cotidiano na direção da máfia é algo bastante exaustivo, e isso fica ainda mais evidente quando nota-se que Lucca Martinelli, o braço direito do grande líder da família Martinelli, é alguém que sofre com problemas de insônia e que após seguir os c...