Antonella X

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Oi gente, então houve um erro ao postar esse capítulo, acabei colocando no lugar o capítulo de um outro livro meu ( de sadomasoquismo, quem quiser só ir no meu perfil) enfim, esse é o capítulo certo! Foi mal hehe

E gente, agradecemos pelos 7K

Por Antonella;

A minha noite foi difícil; Eu não consegui pregar os olhos e a cena do Mateo sangrando na minha frente me deixava em pânico. Eu sempre vi a morte de uma forma simples, talvez por tentar compreender os sentimentos que as pessoas sentiam, pesquisei como reagir a morte seja natural ou inesperada.

Cada um tem o seu modo de reagir perante a dor. Dentro de mim há um turbilhão, pois como reagir a dor da morte que você causou? Como lidar com essa pragmática?

Eu o matei. Matei um homem com qual convivi anos. Li trabalhos, artigos sobre assassinos, sobre serial killers, de como eles não mostram nenhum sentimento ou remorso diante do brutal crime.

Sobre mim, uma parte diz que agi errado, que sou uma assassina, matei alguém que não merecia morrer, no entanto, meu outro pensamento diz que agi corretamente, ele iria me matar. Esse é o lado qual me assusta: Eu penso que agi corretamente.

Lucca também pensa dessa forma.

— Aqui, panquecas com geleia de kiwi. — Lucca me entregou o prato. — Suco de pêssego.

O agradeço. Dou uma mordida enorme, Lucca me observa, pareço uma esfomeada. Todos esses acontecimentos me deixaram sem apetite, acredito que agora voltou.

— E o corpo? — pergunto. A imagem dele morto me vem a mente novamente.

— A polícia limpou tudo.

— Vão querer que eu deponha, óbvio.

— Não por enquanto. — Lucca me diz pacífico. É bom saber que ele está ao meu lado neste momento tão difícil. Ele se mantém frio a tudo.

— É estranho. Você falou que ele queria me matar?

— Falei tudo cara mia, expliquei tudo. Sabe, ... — ele levantou-se. — Eles estão acostumados com isso, na verdade ficaram até felizes pelo o rumo.

Franzi meu cenho.

— Geralmente as mulheres morrem e desta vez o bastardo morreu. Você foi uma sortuda, cara mia.

— Sortuda ... — Não é bem essa palavra que me defino no momento. Minha vida está ao avesso. — Parece que tudo que estudei, tudo o que aprendi para a minha vida de como formar o meu caráter está sendo desmanchando. Eu modelei o meu caráter.

— Então quer dizer que você tinha um temperamento diferente?

— Não, caráter e temperamento são coisas diferentes, temperamento é genético, nasce conosco, já o caráter é adquirido com a nossa forma de enxergar a vida. Eu tinha um caráter disciplinado, sempre seguindo as regras e as minhas convicções e de repente, tudo mudou. E isso reflete agora na minha personalidade.

— Eu estou confuso, personalidade é o caráter?

— Não, é a soma dele com o temperamento. Uma vez Allport disse que o caráter é, simplesmente, a personalidade avaliada do ponto de vista ético.

— Esse não conheço. Ainda estou no tal do Jung. — Lucca sentou-se ao meu lado da cama. — O que você está tentando dizer?

— Que me desconheço. Eu estou confusa.

Lucca passou a mão no rosto.

— Deveria ter dito que estava confusa se toda essa enrolação psicológica.

Divã (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora