REBECA LIBERMAN
O sol se punha no horizonte, as nuvens caminhavam pelo céu alaranjado e a brisa crepuscular atravessava a copa das arvores a fazendo se movimentar. Os pássaros voavam em bando para a floresta de River Spring, os carros iam e vinham. O dia estava no seu fim, foi então que ouvi o barulho da velha picape vermelha que meu amado marido dirigia há exatos quatorze anos.
O carro era uma velharia, mas ele havia sido presente de seu pai ante que partisse. Incrível o que ele conseguira com seis meses de trabalho duro. O carro voltara a funcionar e andar por essas ruas. O motor rugia como um leão e era poluente, pela fumaça que brotava do cano de descarga do carro. A tintura vermelha estava velha e resecada, lascas de tintas saiam com cada lavagem.
Então o carro parou em frente à propriedade, ele desceu do carro e me olhou com um breve sorriso no rosto, mas seus olhos estavam tristes. Ele não era como antes. Ele havia mudado ate certo ponto, parecia que os meses lhe envelheceram anos e seu rosto cansado mostrava o vazio que havia.
Ele caminhou ate mim e se sentou do meu lado no velho banco de balanço, empurrando-o fazendo que balançássemos de maneira monótona e tranquila, ele segurou minha mão e olhou para o horizonte por cima do telhados das casas.
- Como foi no trabalho? – perguntei.
- Bem. – ele se limitou a dizer.
Sam Liberman nunca foi de muitas palavras, sempre foi rude e tradicionalista. Prezava a família e seu maior orgulho era nosso filho.
Adam.
- Como... Como ele... Esta?
Apertei sua mão.
- Bem meu amor, creio que bem.
- Ele gostou do quarto?
- Sim. Na verdade foi à parte que ele mais gostou.
Ele deu um breve sorriso de satisfação e voltou a olhar para o infinito do céu azul em silencio.
SAM LIBERMAN
O sol começava a se despedir no horizonte, seus raios se tornaram mais fortes em uma tentativa de não partir, tingindo as nuvens brancas de laranja fazendo um espetáculo no céu azul. Quando Adam era pequeno costumávamos ver juntos este show natural, ele ficava nos meus braços olhando hipnotizado para aquela cena, eu será seu super-herói.
Adam sempre foi estudioso, nunca dera nenhum problema. Filho e aluno exemplar, nunca me dera trabalho e hoje ele não esta mais aqui. Culpa minha admito, fui a pior pessoa que existiu na face desse planeta depois do que eu fiz e desde então eu tenho pesadelos com aquele dia.
A corda em minha mão e seu corpo imóvel no chão, ensanguentado. Como eu pude fazer isso com meu próprio filho? Meu único filho?
Meus olhos se encharcaram e levei minha mão a eles, enxuguei antes que caíssem, nunca fui de chorar ou lamentar, mas eu estava sendo castigado pelo o que tinha acontecido e por não ter aceitado. Eu havia perdido meu único filho.
Então Rebeca aperta minha mão mais uma vez e me tira desses pensamentos mesmo que seja por alguns instantes.
- Você quer vê-lo?
Fiquei em silencio e abaixei a cabeça, ela me abraçou forte e sussurrou em meu ouvido.
- Ele é seu filho e te ama não importa o que tenha acontecido.
Levantei meu olhar e pela primeira vez deixei que as lagrimas corressem pelo meu rosto, ela me abraçou e a aconcheguei em meus braços. Por mais que eu pensasse que o que eu fizera na época fora o correto a dor de ter feito me inundava a cada dia e eu não suportaria não ser perdoado por ele. Pela pessoa mias preciosa que tenho na vida além de minha amada esposa.
Aprendi do pior modo que não é nada errado ser “diferente” que ele ainda era meu filho, aquele que me abraçava quando eu chegava cansado do trabalho, que eu ensinei a andar de bicicleta, a escovar os dentes, a estudar para as provas, a consola-lo quando estava triste e acalma-lo quando chorava com medo no meio da noite. Percebi que nada dos conceitos que eu tinha eu tinha me importavam por que sem meu filho eles não valiam de nada.
- Ele perguntou por você, quando eu fui entregar-lhe a casa. – disse ela me acariciando.
- E... O que você disse? – falei com a voz embargada.
- Deixei para que você mesmo o responda, quando ele voltar para casa.
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De Repente Amor | Romance BL
Teen FictionOBRA REGISTRADA NA FUNDAÇÃO DA BIBLIOTECA NACIONAL. PLÁGIO É CRIME! De Repente Amor traz a historia de Rafael e Adam que se conhecem acidentalmente após ter chegado atrasado ao colégio Sigma. Rafael procura por um sentimento que nunca encontrou...