Capítulo 27 - Broken Strings

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“Deixe-me abraçá-lo pela última vez. É a última chance de sentir de novo. Mas você me machucou, agora eu não posso sentir nada.”

ADAM

O sol não adentrara pela janela naquela manhã, os pássaros não cantavam e o zumbido que vinha do lado de fora não se comparava em nada com o de uma brisa matinal em River Spring. O quarto estava escuro e o relógio despertador emanava a pouca luz do recinto. Espreguice-me e olhei para o lado de Rafael em nossa cama, mas ele não estava mais lá.

Alguns hábitos dele nunca mudam. Levantei-me. Fazia frio naquela manhã nublada olhei para o espelho na parede, meu corpo havia mudado eu estava mais forte, meus braços haviam crescido e meu abdômen estava mais definido, eu havia ganhado mais corpo e não percebera.

Eu estava usando apenas uma cueca boxer branca e o frio começara a me incomodar, então caminhei ate o guarda roupa e peguei uma camisa branca e uma bermuda curta que deixava minhas coxas a mostra. Dei meia volta e desci as escadas, Sara já estava na cozinha, eu sabia pelo fato do aroma do café que ela coava inundava todo o andar de baixo, olhei para o relógio de números romanos que tocava um musica diferente a casa hora com as badaladas das respectivas horas.

- Bom dia Sara. – falei em meio a um sorriso enquanto esfregava meus olhos.

- “Bum dia sinhor” – disse-me ela.

- E o Rafael?

- “Saiu cedin sinhor, mas disse que vorta pro aumoçu” – sorriu.

- Esta fazendo frio essa manhã. – reclamei enquanto tentava me esquentar.

- “O invernu é que ta chegandu, chuva nas noite e cuando a gente menos espera a nevi ta caindu do céu”.

- Verdade.

Sento-me no banco e me encosto na bancada enquanto ela pegava uma xícara no  armário e coloca sobre a bancada, colocando café me seguida e me entregando a xícara que emanava calor.

- Obrigado.

Ela deu um breve sorriso em resposta e voltou-se para a pia, eu tomei um gole e coloquei a xícara em cima da bancada.

- “To feliz por demais de ocês terem voltado”. – disse ela satisfeita. – “Ele fico mal essi tempu todu”

- Ficou?

Olhe para seu rosto e ela meneou com a cabeça confirmando o que dissera.

- “Foi difici, eli num queria cumer e nem levanta da cama. Foi triste di mais de si vê”

Abaixo a minha cabeça, eu não sabia que havia deixado ele daquela forma, a culpa tomou meu interior por completo então senti as mãos calejadas,  do trabalho pesado na roça, de Sara me reconfortarem, meus olhos estavam marejados então levantei-me e fui ate a pia, abri a torneira juntando minhas mãos e fazendo com que a água se acumula-se em minhas mãos, lavei meu rosto e abracei Sara, seguindo novamente pelo corredor para a entrada e voltar para o quarto. Então a campainha tocou.

- Eu atendo Sara. – avisei-a.

Fui ate a porta e em meio a um bocejo a abro e quando meus olhos se focam, a ultima pessoa que eu esperava encontrar depois de tanto tempo longe e a única que eu queria ver. Lá estava ela parada na soleira da porta da minha casa com um vestido florido que lhe caia bem e a barriga se sobressaia, sua mão acariciava ela enquanto me olhava com impaciência. Algo ruim estava a caminho eu tinha certeza.

- Vai me deixar aqui do lado de fora seu idiota? Ou vai me convidar para entrar?

- Claro. – revirei os olhos.

De Repente Amor | Romance BLOnde histórias criam vida. Descubra agora