ADAM
Então me virei para dar uma ultima olhada na casa e ele continuava ali parado olhando para mim, como se não acredita-se no que estava acontecendo, então respirei fundo me afastando da casa, caminhando em meio a escuridão da noite na estrada deserta enquanto eu finalmente deixava todas as lagrimas que eu havia prendido deslizarem pelo meu rosto.
- Eu te amo, para sempre. – disse por fim.
Os grilos cantavam pela estrada vazia e deserta enquanto aos poucos a luz da lua cheia iluminava o chão prateadamente, as lagrimas não paravam de deslizar pelo meu rosto ate que vi duas bolas de luzes que vinham ao longe pela estrada em alta velocidade e quando se aproximou de mim a luz branca ofuscou minha visão, o carro desviou do meu corpo eu fui alcançado pelo carro me jogando para o lado esquerdo da estrada.
O impacto me fez voar e enquanto as lagrimas inundavam meus olhos eu pude ver as estrelas no céu e uma única estrela que estava sozinha, de repente se apagou então me corpo ficou pesado e senti um baque forte. Minha cabeça pousou na grama verde enquanto meu nariz sentia o cheiro de ferrugem e sem lutar deixei que meus olhos se fechassem, partindo assim talvez para o fim de tudo aquilo que eu não merecia ter.
GUTHO
- Adam!
Eu gritava enquanto saia do carro, seu corpo estava deitado na relva verde no lardo esquerdo da estrada. Tudo havia acontecido tão rápido e nada daquilo estava do jeito que eu planejara naquele final de tarde.
Eu havia acabado de chegar do Sigma quando vi o Sr. Liberman com a picape estacionada na frente a sua casa colocando malas no porta-malas, então decidi falar com ele para saber se Adam estava bem. Atravessei a rua pouco movimentada naquele horário e me aproximei dele.
- Bom final de tarde Sr. Liberman!
Ele se voltou para mim e deu um breve sorriso enquanto ajeitava as malas no porta-malas.
- Bom.
- Como vãos as coisas?
- Vão indo bem na medida do possível.
- Esta indo viajar? Aposto que vaio visitar seu filho.
- Não – ele riu brevemente – Adam já voltou para casa, mas não vem para nossa casa. Rebeca acha que ele vai querer um tempo sozinho, pelo menos para colocar tudo no lugar.
- E onde ele esta?
- Na velha casa dos Albuquerque’s, mas ate a noite ele deve esta chegando, agora você me desculpa, mas preciso levar essas malas para a casa e ligar o aquecedor. – ele olhou para o céu – Vai chover.
Ele acenou e entrou no carro, deu a ré e saiu pela avenida. Observei de longe ate que ele fez a curva e entrou a direita do X-Mart. Voltei para a minha casa, adentrei e sentei-me no sofá da sala jogando as chaves do carro no sobre a mesa de centro que havia ali.
- Ele foi para a casa do Rafael, mas esta voltando para sua casa. Será que?
Levantei-me rapidamente e peguei a chave do carro, eu estava decidido eu ia atrás do Adam, por alguma razão eu sabia que ele precisava de mim. A avenida havia sido ultrapassada e eu já havia entrado na rua de lajotas lisa e negras, era uma rua tranquila e residencial, com arvores em toda a sua extensão ate chegar a uma estrada de chão batido. As arvores começavam a se aglomerar com mais frequência e o verde tomava conta da visão fazendo arcos, era final de tarde e o sol já dava seus últimos suspiros ate que sumiu no horizonte deixando que a escuridão domina-se a estrada. Liguei os faróis para poder ver melhor e acelerei o carro foi quando próximo a uma pequena curva na estrada já próximo a entrada das terras dos Albuquerques vi que havia alguém no meio da estrada em meio à escuridão.
Era Adam.
Tentei desviar, mas ouvi um baque e sem ao menos ter o menor dos cuidados freei o carro e sai vendo-o caído no chão.
- Adam!
Seu corpo estava deitado na relva verde no lardo esquerdo da estrada. então me aproximei dele e senti seu pulso, ele ainda estava vivo. Suspirei em alivio. Levantei sua cabeça com cuidado e avaliei o ferimento em sua cabeça, ao fora profundo pelo tamanho do corte, ele só havia desmaiado. Então o peguei nos meus braços cuidadosamente e o coloquei dentro do carro e com cuidado voltei para River Spring.
ADAM
O vento balançava a copa das arvores do lado de fora do meu quarto. O céu estava escuro, assim como a casa e meu quarto. Relâmpagos e raio bailavam pelo céu naquela noite enquanto um galho rascunhava a janela de vidro. Os pingos da chuva se acumulavam e escoriam pelo vidro em movimentos contínuos. O aquecedor estava ligado, mas ainda sim não evitava que minha cabeça doe-se enquanto com cuidado eu apalpava o curativo em minha cabeça.
Por um momento eu pensei que não acordaria mais daquele sono pesado, eu já estava totalmente entregue a escuridão quando o cheiro do álcool alcançou meus sensores olfativos me fazendo recobrar a razão. Tive que me concentrar para poder focalizar onde eu estava o teto branco e o cheiro de detergente e a enfermeira me olhava com um breve sorriso no rosto de satisfação me informaram o obvio.
Eu estava no hospital.
Gutho me olhava apreensivo e vi nascer em seu rosto um largo sorriso, ele segurou minha mão e me beijou suavemente.
- Me perdoa?
Não respondi só dei um meneio de cabeça enquanto meus olhos começaram a se encher de lagrimas, ele me abraçou forte e sem se importar com a enfermeira ele me beijou novamente.
- Eu amo você.
Já fazia duas semanas desde o incidente na estrada e desde então algumas coisas haviam mudado, eu não estava mais no Sigma Hight e não voltaria para lá. Gutho não saia de perto de mim já que eu acordava aos prantos no meio da noite com o mesmo sonho que me fazia relembrar as mesmas coisas todos os dias como um castigo.
A posta atrás de mim se abriu, era Gutho. Seu perfume se espalhava pelo meu quarto.
- Não aguento ver você desse jeito. Esse lugar não faz bem a você.
Não respondi.
- Falei com seu pai e sua mãe, mas não quero fazer nada sem que você aceite.
Virei-me para olha-lo então ele se aproximou e se sentou do meu lado olhando pela mesma a chuva que caia.
- Eu só quero uma chance de poder fazer você feliz. Quer casar comigo Adam?
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De Repente Amor | Romance BL
Teen FictionOBRA REGISTRADA NA FUNDAÇÃO DA BIBLIOTECA NACIONAL. PLÁGIO É CRIME! De Repente Amor traz a historia de Rafael e Adam que se conhecem acidentalmente após ter chegado atrasado ao colégio Sigma. Rafael procura por um sentimento que nunca encontrou...