I am not hungry!

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Eu poderia simplesmente ignorar o fato de Kellin estar bêbado, mas nada me tirava da cabeça o fato daquele perfume estar sobre todas as ruas roupas. O perfume de Kate. De tanto pensar nisso - até mesmo dormindo – eu acordei no meio da noite e acabei voltando para o meu quarto. Me deixei na cama ao lado de Larissa, que ainda estava acordada, usando o celular.

- Que foi? Não vai passar a noite com ele? — ela perguntou, ainda mantendo os olhos no visor do celular.

- Ele tá bêbado, fica resmungando. A minha cama está fedendo a álcool e também...

- O que? — ela me incentivou a continuar.

Suspirei, fitando o teto — Eu posso estar enganada mas... a camisa dele está com o perfume da... — virei para minha amiga bem em tempo de vê-la bloqueando o celular e olhar para mim — Da Kate.

- Mas, ela não está no hospital? E, talvez alguma fã com o mesmo perfume dela o abraçou, eu vi ele atendendo algumas fãs e, elas abraçavam ele e tal, pode ter sido isso.

Assenti fracamente — A Kate recebeu alta há uns dias. Mas... você tem razão, pode ter sido só uma fã. Por mais que eu não acredite muito em coincidências, ela não é a única pessoa do mundo que pode usá-lo. Eu devo estar um pouco paranoica, só isso.

- Yeah. — minha amiga murmurou. Poucos segundos depois, Kellin entrou no quarto pela varanda, ele me fitava com um olhar triste — Então... eu vou banheiro. — Isa falou, se levantando da cama e já saindo do quarto. Eu ia mencionar que eu tinha um banheiro no meu quarto, porém me toquei que ela havia feito aquilo apenas para me deixar a sós com o Quinn.

Me sentei na cama, arrastando o corpo até estar com as costas encostada na cabeceira e abracei minhas pernas. Kellin apenas foi até o banheiro, em silencio — Olha... — ele disse ao entrar, ligou a torneira e se olhou no espelho — eu não tenho mais nada com a Kate, você sabe disso. — pela porta aberta e pelo grande espelho, eu pude ver ele lavando o rosto.

- Então por que o perfume dela está nas suas roupas? — perguntei diretamente. Minha mente já imaginando milhares de possibilidades, e poucas estavam a meu favor. Aquela sensação de que algo estava prestes a dar errado trancava a minha garganta.

- Ela... ela estava no show. — respondeu — Ela foi pra lá já que marcamos de "devolver" a Copeland.

- Mesmo assim! Por que diabos, o perfume dela está na sua roupa? — aumentei meu tom de voz. O meu ciúme transbordando conforme as palavras deslizavam para fora da minha boca.

- Lunna... — seu tom era cauteloso, parecia o tom de um pai prestes a dizer algo ruim para seu filho — Eu vou te dizer, pois não quero que você saiba pela boca dos outros. Eu abracei ela, ou ela me abraçou, na verdade, e... — então ele suspirou, voltando para o quarto, parando em frente a minha cama. Seus lábios pressionados numa fina linha reta.

- "E..." o que?! — demandei.

- Ela me beijou. — admitiu após um longo suspiro cansado. Fitei-o diretamente nos olhos, eu não sabia se meus olhos poderiam enganá-lo, mas em meus lábios eu tinha um frio sorriso forçado.

- Kellin, por favor, sai do meu quarto. — falei num tom de voz mediano, não querendo gritar. Os outros não tinham nada a ver com a nossa vida pessoal e eu não precisava dar nenhum showzinho. Nós dois não precisávamos.

- Lunna! E-eu não correspondi o beijo. — ele se aproximou na cama, ameaçando subir na mesma — Ela viu a aliança no meu dedo e...

- Sai. Do. Meu. Quarto. Agora! — apontei com meu indicador para a porta. Eu não estava chorando, eu não estava profundamente triste nem nada. Eu só estava irritada, com raiva.

Sometimes You Gotta Fall Before You Fly...Onde histórias criam vida. Descubra agora