Capitulo 28

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Passagem de tempo:

OITO MESES DEPOIS

Lorena

Tinha me esquecido como é a sensação de ter uma vida em meu ventre, é algo tão inexplicável, tão cheio de amor.
Sentir esse bebê chutar, mexer, soluçar, meu coração se enche de amor à cada minuto que passa.
Não sei o sexo, mas meu coração me diz que é uma menina, não sei explicar, só sinto que é... Gostaria muito de saber como ela está, se está saudável, fazer um ultrassom para ouvir seu coraçãozinho, mas a única coisa que me faz ter certeza de que ela esta bem, é sentir ela mexer.
Mexe todos os dias, quando acordo, após meu almoço, quando estou brincando com Daniel, quando Raissa conversa com ela dizendo que tudo ficará bem, quando deito e as vezes, no meio da madrugada...

Tento esquecer que ele corre perigo, não sei o que Beto vai fazer com meu filho, não sei o que planeja, mas vindo dele, tudo pode acontecer.
Depois que minha barriga começou a crescer, Beto tem evitado entrar no quarto onde estou com Daniel, e sinceramente, eu agradeço por isso.

Esses oito meses longe do Heitor tem sido difíceis, não quero imaginar o quando ele pode estar sofrendo sem ter notícias sobre mim e sobre nosso bebê. Estávamos felizes, estávamos fazendo planos, estávamos sonhando com o rostinho do nosso filho, e agora,  além de estarmos separados, não sei o destino que meu filho vai ter.
Raissa me pede para não pensar nisso, pede para eu pensar que em breve tudo isso vai acabar, que poderei ser feliz com Heitor, mas sinceramente, não acredito em mais nada, tudo que quero é que meus filhos estejam seguros, o resto, é resto.

- Dorme, meu amor...

Selo meus lábios na testa de Daniel e sorrio vendo ele dormir tranquilo.
Escuto duas batidas na porta e logo Raissa surge, ela me encara com um olhar preocupado e fecha a porta a trancando, me sento devagar por causa do barrigão de 8 meses e franzo a testa olhando para ela sentando ao meu lado na cama.

- O que aconteceu?

- Estive com Beto agora...

Apenas a encaro, esperando ela continuar.

- Ele decidiu o que vai fazer com o bebê - Ela me olha e sinto meu coração acelerar. - Quando nascer, Beto decidiu mandar ela para um orfanato...

- Orfanato? O que? Meu Deus...

Levanto devagar, sentindo uma dor em meu coração, ele vai me afastar desse bebê, meu Deus, eu nunca mais vou ver meu bebê?

- Ele não pode fazer isso, Raissa! Ele não pode abandonar meu filho em um orfanato qualquer, deixando ele sem mãe, sem pai... É apenas um bebê!

- Eu sei... Eu pedi para ele repensar. Mas ele está decidido, querida! Quem vai levar o bebê para o orfanato sou eu, não tem o que fazer...

- Tem que ter... tem que ter... Eu não posso deixar isso acontecer. Não posso, Raissa!

Ando de um lado para o outro, tentando pensar em algo para livrar meu bebê de ir parar em um orfanato.
Raissa também está pensativa, com certeza tentando pensar em uma solução para isso.
Meu Deus... Heitor, meu amor, o que vai ser da nossa filha, o que vai ser, tudo seria diferente se estivéssemos aí, cuidariamos dela, você  seria um pai perfe...

- É isso!

- O que?

- Você vai levar ela não é?

Raissa balança a cabeça assentindo.

- Você pode dizer ao Beto que vai levar meu bebê para um orfanato. Mas na verdade, você vai levar ela para a casa do Heitor!

- O que?! Como assim, Lorena?

Sento na cama ao lado dela novamente e começo a explicar tudo o que veio em minha mente para salvar a vida do meu bebê e do Heitor.

- Beto vai acabar que você levou ele para um orfanato. Mas não, eu vou te passar o endereço da casa dos pais  adotivos de Heitor, então você vai deixar ele lá, junto de uma carta que vou escrever para ele... minha filha não vai estar comigo, mas estará com o pai, e isso me conforta.

- Acha que isso vai dar certo?

- Eu tenho certeza que vai! Vai... Beto confia em você, e essa é a única chance dela.

- Oh meu Deus... - ela reosisfa fundo. - Tudo bem, tudo bem, faremos isso! E sua filha vai ficar bem...

- Obrigada, Rai...

Sou interrompida quando uma dor aguda e dolorosa me invade, imediatamente me lembro das dores de contração.

- Aiii!

- Querida...

- Não... Não... - olho para Raissa - são, são as dores, dores, do parto...

- Parto? Agora? Mas...

- ... eu só estou de 8 meses - completo. - Tem alguma coisa errada, Raissa!

- Calma! Calma! Respira  fundo...

Ela diz me ajudando a colocar os pés na cama e encostar no travesseiro, depois, pega Daniel devagar e o coloca no berço.
Mais uma vez a dor imensa da contração me invade e me seguro para não gritar.

- Ela não pode nascer agora. Nao agora, Raissa. Está cedo. Muito cedo.

- Eii - diz pegando minha mão. - Não é você quem decide... Eu te prometo que tudo vai ficar bem, Lorena! Respira fundo...

Respiro.

- Por que não foi avisar o Beto?

- Querida, somos apenas eu e você... Beto foi para Paris novamente. Ele deixou o Caio para te vigiar, mas o Caio vai ter que ficar com o Daniel.

- Raissa... - aperto meus lábios sentindo. - Me diz que você vai trazer meu bebê ao mundo e que tudo vai acabar bem...? Me diz?

- Tudo! Lorena, tudo vai acabar bem! Eu te prometo!

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Voltiiii

Até amanhã!

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