Capítulo 24 - Represália

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Apesar de estar prestes a voltar para o palácio onde cresceu, Louis não estava nervoso. Nem assustado.

O que ele estava, no entanto, era bravo. Na verdade, ele estava furioso. O tempo que levou para navegarem para a Inglaterra foi preenchido com o pensamento de vingança e nada além de vingança. Não era como se a tripulação estivesse se sentindo muito diferente: cada membro da tripulação estava cheio de ódio e pronto para atacar. O capitão deles havia sido capturado e nenhum envolvido em sua captura ficaria impune.

Bem, quase ninguém.

"Nós vamos chegar a Inglaterra em menos de uma hora," Louis disse para a tripulação de frente a ele. Todos estavam no deck, seus olhares em Louis, quem estava em uma parte mais alta do deck para que eles pudessem vê-lo. Pareceu errado; esse era o lugar de Harry, do Capitão. Louis era um Intendente, não um Capitão. "Eu tenho certeza de que estão todos prontos, cheios de raiva e desejando represália."

Houve algumas salvas.

"Isso é bom. Eu também estou. Mas eu preciso lembrá-los de que nós vamos atacar a minha família, minha antiga casa," Louis continuou e de repente estava muito mais silencioso. "Se vocês encontrarem as minhas irmãs, as princesas, ou minha mãe, a Rainha, vocês continuam andando. Se muito, vocês a trancam em um quarto para a proteção delas. Minha mãe e minhas irmãs não serão machucadas."

Ele olhou para os homens em frente a ele por um momento.

"Há outro homem, se chama Bedford, eu tenho certeza que o conhecem," ele disse, ganhando alguns sons desapontados. "Ele é meu. Eu quero ser quem vai tirar a vida dele, e o mesmo vale para o Rei. Entendido?"

Alguns homens assentiram.

"Bom," Louis disse. "Agora, quem está pronto para resgatar o Capitão?"

Algumas salvas.

"Eu disse, quem aqui está pronto para resgatar o Capitão?" Louis repetiu, e dessa vez, ganhou as salvas desejadas, altas e fortes e preenchida por vingança que Louis precisava ouvir.

Ele sabia que alguns homens poderiam não sobreviver. Eles podiam não viver para ver a próximo sol da manhã, ou mesmo a lua naquela noite. Mas ele sabia que seus homens estavam cientes disso. Era isso que fazia aquilo tão incrível, de algum modo; apesar de saberem sobre o que poderia ser a possível morte deles, eles ainda estavam dispostos a lutar. Não havia mais espaço para sentir medo da morte, não havia por um longo tempo, e havia apenas espaço para lealdade indisputável.

Louis colocou uma mão em seu estômago distraidamente, mandando uma oração para os céus que Harry ainda estivesse vivo quando eles chegassem ao palácio. Ele queria que seus homens salvassem Harry, mas ele não queria mandá-los para as suas covas, sabendo que esse podia muito bem ser o caso se ele descobrisse que Harry já estava morto.

De qualquer jeito, Louis tinha que arriscar. Dias planejando um plano absurdamente bem planejado de resgate não podia se tornar inútil apenas porque Louis subitamente decidiu não ir até o fim. Ele não podia ter dúvidas; ele era o coração do plano. Cada cômodo, cada sombra e cada canto do palácio estava gravado em sua mente. Ele sabia onde estavam os melhores lugares para se esconder, onde os guardas eram menos vigilantes, quais corredores mal eram ocupados e quais portas nunca estavam trancadas.

Cada pedaço desse conhecimento tinha ido no plano, e era dever dele ter certeza que nada iria dar errado. Ele tinha prometido aos homens em frente a ele que eles poderiam pegar todas as riquezas que eles conseguissem carregar no caminho, sabendo que sua família tinha mais do que o suficiente para dar. Ele apenas rezava para que ele não acabasse encontrando suas irmãs, porque ele não conseguia suportar o pensamento de ver as expressões traídas quando elas entendessem que agora ele era um pirata, parte da tripulação mais temida dos sete mares.

A sea without water, a compass without directionOnde histórias criam vida. Descubra agora