Capítulo 18 - Materno.

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Jimin saiu da casa de Martin o mais rápido possível. Correndo pela calçada, ele tombava a cada passo que dava. 

As calçadas, incrivelmente claras que percorriam o bairro aonde se encontrava  a casa de Martin, eram todas brancas e parecia não ter terra ali perto. O sol forte refletia a cor ao máximo, a visão do sobrinho de Barbie ficou turva. Ele parou. Tentou recuperar o fôlego. Depois que teve aquela visão dentro da casa, se sentiu completamente cansado. Agora, mal se matinha em pé. As ruas estavam desertas e ele está apenas a algumas quadras da casa de onde saíra correndo. As imagens ao redor começaram a se juntar e logo formaram borrões. Em seguida, uma escuridão surgiu.



– A febre dele não está abaixando! – Barbie gritava com o médico em sua frente – Será que vou ter que levar o meu sobrinho de seis anos para o cemitério?

– Não é para tanto...

Ele tentava acalma-la, mas era interrompido pela gritaria dela e os relâmpagos vindo de fora na tempestade que havia recentemente começado.

– Estou tendo que esperar nessa fila. Você não vê o quão urgente é o estado de saúde dele?

–  É apenas uma pequena febre. Existem pessoas mais importantes e em estado grave para serem atendidas –  Ele colocou a mão no ombro dela –  Aqui é um hospital público.

Ela olhou para o seu sobrinho, que estava tremendo na cadeira. Ela encostou a mão nele. Ardendo. A tempestade parecia ter começado no mesmo momento em que Jimin começou a reclamar de dores no corpo. Dor de cabeça e um frio imenso. Barbie teve que levá-lo o mais rápido possível para o hospital, enquanto chegava ali, enfrentou um tempo que do nada se tornou violento a ponto de encher as ruas de água e os céus com trovões.

 – Eu sei que aqui tem uma ala privada...

Logo após de se informar sobre a ala privada, Barbie, pedindo informações para a enfermeira, foi direto ao caixa eletrônico que ficava no hospital.

Ela tirou um cartão da bolsa, que prometeu nunca usar, colocou no caixa eletrônico. Enquanto esperava a máquina ler as informações, ela lia a carta, que várias vezes havia lido.

"Para minha querida filha, espero que esse dinheiro lhe ajude sem que eu esteja por perto"

A conta foi acessada e Barbie retirou o dinheiro necessário para usar a ala privada. Essa foi a primeira vez que ela usou esse dinheiro vindo dessa conta. E à partir daí, nunca mais usou o plano de saúde público.



Dois anos haviam se passado desde o primeiro ataque de febre severa que Jimin teve, desde então, eles aumentaram.

– Esse menino vai morrer desse jeito – Barbie falava freneticamente no telefone – Eu não sei mais o que fazer Sheila. Talvez eu deva voltar para Árdio, me mudar pode ter sido um erro.

– Não foi um erro! Foi sua escolha, e Jimin estar doente não tem nada relacionado a isso – Sheila dizia no outro lado da ligação.

Barbie estava sentada em uma poltrona, perfeitamente confortável, ao lado de Jimin, em uma cama incrivelmente limpa. A ala privada do hospital em que Barbie atualmente morava, era boa, quase um hotel. Cara o bastante, mas Barbie podia bancar.

– Tia? – Jimin tentava falar ao mesmo tempo em que seus olhos estavam fechados e uma compressa de água fria estava em cima de sua testa –  Eu vou morrer?

Barbie congelou.

Sheila, ainda na ligação, pôde ouvir o que Jimin disse, e subitamente pediu para que o celular fosse dado a ele para ela conversar.

Era Pra Ter Sido Uma História De AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora