Capítulo 19 - Segunda Mãe.

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Clarissa entrou na cozinha.

Barbie estava lá, mas não foi isso que a surpreendeu. A surpresa foi ver ela usando o fogão.

Barbie estava fazendo chá.

Clarissa perguntou sobre Jimin. A empregada de Barbie não sabia, mas Jimin estava no hospital. Em um hospital público, aonde Barbie nunca iria pisar, se possível.

– A quantidade é essencial –  A Barbie disse olhando diretamente para o fogão.

Clarissa, segurando a vassoura em uma das mãos, ela olhava para a sua patroa, via o modo hipinótico em que ela se encontrava.

A chaleira apitou e o som dela ecoou tanto fora, quanto dentro da cabeça de Barbie.



– Barbará, lembre-se: a quantidade é essencial – Dizia a mãe dela, vindo de uma memória com um som de fundo de chaleira, já bem esquecida.


Ainda olhando para a chaleira, ela se lembrava de cada palavra dita no discurso do prefeito, logo após a passagem do furacão. Ela nunca iria esquecer de como ele se portou diante à situação enfadonha que a cidade se encontrava. Não era algo para se esquecer.

– Clarissa – Ela deu uma pausa antes de continuar – Onde está o meu óculos?

Clarissa a encarou. Não deu nenhuma resposta, mas o pensamento que teve era certo: Ela fazia essas loucuras com o sobrinho, agora sobrou para a empregada, que não recebia o suficiente para aturar essas loucuras extras.

– A senhora não usa óculos.

Barbie voltou a encara-la. Seus olhos se arregalaram, e ela socou a chaleira, derrubando todo o chá no chão. 

No momento que aquilo aconteceu, Clarissa correu para ajudar. A mão estava avermelhada, claramente queimada. Barbie não demonstrava reação nenhuma, muito menos de dor. Clarissa abriu a torneira e deixou a água corrente correr por cima da mão da patroa. Ela gritou. Parecia que só agora ela sentiu a dor.

– O que houve? – Barbie gritou.

– A senhora não se lembra de ter batido a mão na chaleira e derrubado ela? – Clarissa ainda estava segurando a mão queimada embaixo da torneira.

Barbie a encarou confusa. Se sentia meio tonta, estava com o equilíbrio abalado. Sua respiração começou a acelerar. 

– Precisamos levar a senhora para o hospital, para que cuidem dessa mão.

Barbie puxou a mão, deixando Clarissa surpresa.

– Sim – Barbie foi até a sala e pegou a sua bolsa, deixando os cigarros caírem – E você precisa cuidar dessa bagunça no chão da cozinha.

Barbie saiu da casa. Clarissa percebeu algo estranho enquanto recolhia os cigarros do chão da sala. Ela viu que ali possuía quase um maço inteiro, e também percebeu que não lembrava a última vez que viu sua patroa fumando.



Não era o momento exato e adequado para que Jimin revelasse ser um possível viajante do tempo, que sabia sobre os segredos do passado de cada um daquele cômodo de hospital público, ou parte deles.

– Alô? – Sheila atendeu o seu celular.

Namjoon e Martin cochichavam sobre algo relativamente curioso. Estavam felizes. Jungkook falava sobre o livro de filosofia e da extensão de maravilhas que possuía aquele conhecimento. Ele falava com uma paixão que contagiava e distraía Jimin. 

Era Pra Ter Sido Uma História De AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora