Véu IX

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Elis e sua mãe, Hipólita, e a poetisa Safo observavam da varanda do templo de Hera, a movimentação de amazonas na noite dedicada a continuidade de amazonas da ilha. A rainha estava sentada em um trono trazido em um liteira. Elis, tomou um gole da taça de vinho e deixou no parapeito da varanda. Uma criada veio com o cíato e derramou vinho para a rainha e a princesa-general, que parecia aflita.

— O que te aflige, minha filha? - Disse Hipólita, que vestia uma roupa fresca e colorida, apropriada para a ocasião.

— Minha mãe - Elis deixava vinho derramar por todo lado. - Pedi a Atalanta que reconsiderasse participar dessa festa e mesmo assim ela decidiu ir. Dá para acreditar?

— Se acalme minha filha...

— Homens são cães imundos, querida mãe! Eu jamais permitiria que...

Neste momento, Hildergarda se apresentou, ajoelhando a frente das duas.

— Rainha, com vossa licença. Preciso falar com sua filha, exclência.

— Me acompanhe, Hidelgarda. - Ordenou Elis, e jogou sua capa para se retirar da presença da rainha, quando foi interpelada.

— Também quero saber o que aconteceu, Hidelgarda. - disse Hipólita. As duas ficaram travadas.

Elis e Hidelgarda trocaram olhares. Elis parecia ainda mais frustrada, mas fez um gesto, indicando que Hildegarda prosseguisse. A amazona de Delphinus por sua vez, fez um sinal para algumas amazonas que estavam mais afastadas, nas sombras.

Eram quatro, cada uma carregava uma urna de armadura. Cada urna foi depositada a frente da rainha, onde eram iluminadas pelas tochas que amparavam o trono.

—Recebi hoje no porto, senhoras. As armadura são das donas que fugiram para o mundo dos homens, Vela e Puppis, além das duas que a senhora enviou, são elas: Serpent Cauda, Serpent Caput.

Isso significava quatro amazonas mortas. Hipólita fechou os olhos e fez uma oração silenciosa. Safo conteve o choro.

Elis olhava para Hidelgarda, incrédula. E disse ente os dentes:

—Onde está a armadura de Sora?

— Ela não chegou senhora. Não a recebemos. - respondeu a subordinada.

Elis parecia que ia explodir, segurava a capa com tal força, contraindo de raiva que até rasgou um pouco.

— Hildegarda, muito obrigado. - Hipólita dispensou a amazona responsável pelo porto da ilha.

— Esses homens malditos, mataram quatro guerreiras valiosas. - Lamentou Elis.

— O que aconteceu a Sora, minha filha?

— Eu as enviei ao mundo dos homens para que punisse as traidoras.

— E por que enviou Caput e Cauda? - o tom de Hipólita havia ficado mais grave.

— Para... para que pudessem vigiar Sora, querida mãe...

Elis foi paralisada. Suava frio. O cosmo de sua mãe queimava de forma opressora, existia muita raiva ali. Elis nunca tinha sentido nada parecido em toda sua vida.

— Você enviou três amazonas para o mundo dos homens, para punir duas mães por sair da ilha.

— Mãe, eu...

— CALA BOCA! Isso não foi uma pergunta!! Quatro urnas estão diante de mim. Isso significa que quatro amazonas foram mortas! Duas bebês estão abandonadas. Você tem noção do que você fez? - Elis tremia.

— Está na hora que partimos para o mundo dos homens e nos vingar pelo que eles fizeram as nossas compa... - Elis recebeu um golpe de sua mãe, tão forte, que a lançou para dentro do templo.

Um rebuliço começou entre as servas de Hipólita começaram um corre para lá e para cá, algumas começaram a chorar e Safo implorou que a rainha parasse.

Ao longe,  Himiko, Natássia, Alcione e Atalanta e até mesmo novatas como Reira e Ruka sentiram o ressonante cosmo de Hipólita.

 Sangue escorria dos lábios partidos de Elis, que ainda não havia se levantado.

— Como ousa falar de guerra comigo?! Como se atreve a tratar essas amazonas como meras peãs em seu jogo de xadrez? Eu dediquei décadas a construir uma ilha de paz soberana e agora uma cadelinha mimada resolve vir falar de guerra? Nunca, eu nunca fui a favor de uma disputa para decidir quem seria a próxima general, pois sabia que uma general precisa de muito mais de sabedoria do que físico para ficar ao meu lado. Imaginas o quão decepcionada estou a ver que a pior general desta ilha é justamente minha filha?

Elis cometeu o erro de queimar seu cosmo. Hipólita ao sentir, vestiu sua armadura e partiu para cima de sua filha, "Atrevida!" berrou. A rainha pisava na cabeça de Elis, que gritava não de dor, mas de ódio, por não poder revidar.

Safo do lado de fora, viu uma turba de amazonas se aproximando, curiosas para saber por que os cosmos de Hipólita e Elis queimavam. Gritou pelas filhas, que estavam sempre por perto, nas sombras. Iona de Columba, Anthy de Grus, Rose de Apus e Hime de Tucano vieram do ar e se ajoelharam diante da mãe, mas viradas para onde acontecia a briga. Anthy e Iona prontamente lançaram o único golpe que as quatro sabiam:

— Tiro do amor! - Disseram as duas.

Era um golpe que consistia em um movimento rápido com os dedos em riste, o cosmo se materializava em uma flecha e acertava o cérebro do alvo, dessa forma, o alvo tinha seu estado mental alterado.

Hipólita desfaleceu no chão dormindo e Elis também dormiu. Safo ordenou que Rose e Hime fechassem o templo e dispersassem a multidão, enquanto Iona e Anthy dariam um jeito na rainha e na princesa agora dormindo.  Safo, com ajuda das filhas conseguiu impedir que o pior acontecesse.

Saint Seiya - Amazonas Parte I: Além do VéuOnde histórias criam vida. Descubra agora