Véu XIV

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Sora observava o mar quebrar do alto das pedras. Ela se abraçava, tentando segurar a tristeza de ter deixado seu filho no mundo do homens. Mesmo sendo treinada a vida inteira, e sabendo das leis do seu povo, nada se comparava com aquela dor. Suas amigas diziam que esse sentimento iria passar logo, mas Sora tinha seu coração em pedaços. Apesar de tudo, ela conseguia manter uma pose diante de suas discípulas.

Dois pontos se aproximavam, vinham pelo mar. Era Reira e Ruka, que disputavam uma corrida correndo pela superfície da água. De repente as duas então saltaram, subiram pelo paredão usando apenas as pontas dos pés e Ruka pouso do lado da mestra. Reira logo em seguida.

— Você desenvolveu bastante enquanto estive fora, Ruka. Parabéns. - A garota de verde sorriu satisfeita. Enquanto Reira retomava o fôlego.

— Eu pensei que você nunca mais fosse voltar. - Disse lamentosa, Reira.

Sora sorriu e fez um cafuné na cabeça da perdedora.

— Vamos preparar nosso almoço. Estou com fome. - Sora deu alguns passos e parou.

Elis, acompanhada de duas soldadas grandalhonas, chegou naquela rocha. Ela vestia sua armadura de Crux e uma capa pesada. As duas se encararam e nenhuma ousou dizer nada.

— Quis vir ver com meus próprios olhos. Estou contente de que você ainda está viva, Sora. - Elis não sorria.

— Não parece, minha cara Elis. Considerando que você enviou duas pessoas para me matar. - Sora tinha apenas ódio e rancor em seus olhos.

— Não seja dramática. Você desrespeitou as leis sagradas das amazonas, ao fugir da ilha. - Elis sentia satisfação ao causar tais sentimentos em Sora.- Mas não se preocupe, agora que você voltou, irei te poupar. Pode continuar com seu treinamento das duas franguinhas.

Neste momento, Ruka e Reira queimaram seus cosmos.

— Eu nunca precisei de autorização sua para nada Elis e você sabe bem disso.

— Eu vou te mostrar quem é franguinha. - Ruka disparou para cima de Elis.

— Pirralha atrevida! - As soldadas de Elis reagiram para impedir Ruka, mas foram detidas por um gesto de Sora que as mandou para o ar. Deixando Elis desacompanhada.

— Estou sabendo de seus atos autoritários, mas jamais se esqueça Elis, você está neste cargo, pois eu permiti que você ganhasse. Elis tremeu

— Mentirosa! Traidora! - Elis ia queimar seu cosmo, mas foi interrompida por um outro cosmo, emanado de uma pena de pavão que veio do nada, e se fincou no chão entre Elis e o grupo de Sora.

Elis entendeu que estava sendo observada por sua mãe, Hipólita. A general jogou sua capa e voltou para o casa real.

Sora, por sua vez, desceu para seu barraco, onde iriam preparar o almoço.

xxx

Era noite na ilha, o mar estava calmo, havia poucas nuvens no céu. A noite estrela o suficiente para iluminar uma pessoas na noite. As guardas da ronda noturna nem repararam a mulher carregando uma urna, saindo da água.

Ela ia subindo a trilha que levava a cidade, quando uma guarda por fim a notou.

— Alto aí! Quem é? - Gritou uma amazona.

A mulher continuou a subir. Foi rapidamente então cercada por quatro amazonas.

— Quem é você, se identifique! - A amazona mais alta viu que a mulher misteriosa tinha cabelos loiros.

— É assim que vocês recebem suas antigas moradoras? Não tenho tempo para isso. - Tove disse irritada.

Ela queimou seu cosmo gelado e a as amazonas recuaram com frio. Uma das guardas que estava do lado avançou com um soco, Tove a segurou pelo braço, tornando o em gelo, deu chute meia lua nas duas atrás e jogou a que segurava, em cima da outra que estava a frente.

Tove continuou andando, indo em direção a cabana de Sora. 

Saint Seiya - Amazonas Parte I: Além do VéuOnde histórias criam vida. Descubra agora