Véu VII

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Sora despertou gritando. A luz vinha de uma lamparina do lado de fora da cela. Ela havia sido capturada e agora estava acorrentada a parede. Fazia frio e tudo era silencioso, exceto por algumas vozes masculinas vinda do lado de fora, onde era noite.

Algumas horas após ela ter acordado. Aiolos apareceu com um tigela de comida, abriu a cela e colocou perto da prisioneira.

—Qual seu nome? - perguntou o homem, seus músculos pareciam duros como uma pedra, mas sua pele emitia uma calor, mesmo na noite fria.

— Aonde estão os bebês? - Sora puxou as correntes.

Aiolos riu.

— Não se preocupe. Estão sendo bem cuidadas pelas mulheres da vila. O que aconteceu? Diotima falou de você, mas por que você veio matá-la? - Diotima deveria ter falado sobre a traição que cometera para Aiolos, que as recebeu.

Sora não conseguia botar em palavras o porquê de ter vindo para o Santuário, era tudo tão sem importância agora. Aiolos foi para um lugar fora da cela onde Sora, que devorava a papa que ele trouxe, não pôde ver. Ele então retornou com  armaduras em forma objeto, Serpen Cauda e Serpen Caputa e as posicinou fora da cela, no campo de visão de Sora.

Isso respondia quem eram os vultos que mataram Diotima e Olímpia.

— Essas armaduras são das assassinas de sua mestra. Elas quase conseguiram escapar do Santuário, mas tive de usar minha flecha para detê-las.

— Elas estão...? - Sora não conseguiu completar com a palavra "mortas". Lágrimas escorriam de Sora lembrando da última imagem de sua mestra.

— Sim, com apenas uma flecha transpassei as duas. - De algum modo, Sora se sentiu aliviada.

— Posso ver as bebês? - Sora tentava lutar contra as lágrimas, sem muito sucesso.

Aiolos saiu e retornou com as duas crianças no colo, duas senhoras ficaram na porta do lado de fora.

Sora sorriu pela primeira vez desde pisar no Santuário ao ver aquelas duas pequenas criaturas, mesmo que do lado de fora das grades. A amazona então se prostou diante de Aiolos, com o rosto encostando no chão de terra da cela e disse:

— Eu rogo, faça tudo o que quiser comigo, eu mereço a pior das mortes, por levantar a mão contra minha amada mestra, mas pela honra de Atena, não deixa que nada aconteça a essas crianças. As crie como fiéis amazonas de Atena, esse era o único desejo de suas mães. Eu fui enviada para matar Diotima e Olímpia, mas eu não queria, só Atena sabe o quanto eu não queria. Elis enviou as duas para garantir que a missão fosse comprida. - Sora soluçava e tremia de tanto chorar.

—No momento que percebi que seu cosmo hesitava, soube que você não iria cumprir sua missão. Acredito que seja uma boa amazona. Por isso te deixei viver e pedi ao Grande Mestre, custódia sobre você. Tenho muito interesse em saber como é a vida das lendárias amazonas e suas técnicas. Portanto, iremos fazer uma troca: Você me ensina tudo o que sabe e eu te deixo criar as meninas aqui no Santuário, o que acha?

Sora lentamente ergueu a cabeça. Naquela terra estranha, habitada pelos até então, mais terríveis homens, ela recebeu o acolhimento de um deles. Talvez o que lhe disseram sobre o mundo do homens não era verdade.

Saint Seiya - Amazonas Parte I: Além do VéuOnde histórias criam vida. Descubra agora