Saint Seiya - Amazonas Parte I: Além do Véu

Véu XX

Após a batalha entre Elis e Sora, as coisas se acalmaram na ilha. Atalanta assumiu o cargo como vice-rainha. A general foi atendida por uma médica da ilha que conseguiu mante-la viva, apesar da gravidade do ferimento. A doutora na realidade constatou que se Sora provavelmente tivesse feito mais um movimento, tiraria a vida de Elis, no entanto a poupou.

Todas as filhas de Safo voaram pela ilha, informando que deveriam se reunir no palácio da rainha no dia seguinte, onde Atalanta as iria receber todas que tinham recebido a flecha de Ártemis. Assim foi feito. Estavam presentes Himiko, Alcione e Tove, com suas flechas. Logo em seguida chegou Ruka, ela carregava a urna de Equulus.

— Então você aceitou a armadura, Ruka? - Perguntou Tove com um sorriso.

— Sim, Sora insistiu. Disse que eu merecia tanto quanto a Reira e que eu deveria superar o pesar e me tornar mais forte. - O rosto de Ruka parecia contrariado, mas não havia muito o que fazer, ela respeitava demais Sora e sabia que não havia mais armaduras disponíveis na ilha pelos próximos anos.

Mais tarde se aproximaram a asquerosa Molpadia de Bootes, uma das mulheres consideradas mais bruta da ilha, tanto na aparência quanto no jeito de lutar. Ela vestia uma armadura carmesim, que remetia a armadura de Elis. Em seguida entrou Iara de Volans, filha de Hildergarda de Delphinus, a amazona que vigia o píer da ilha. Iara era alta e esguia e tinha um certo olhar maníaco. Sua armadura remetia a da própria mãe, apesar de mais escura.

As seis guerreiras aguardam no salão do templo, decorado com enormes vazos de flores, quando Atalanta entrou acompanhada de Safo e Iona. Carregava em seu colo uma manta, que embrulhava um bebê. Atalanta caminhou e parou aonde pudesse ser vista por todas, virou-se e mostrou o rosto da criança para as amazonas.

— Conheçam Lune, a encarnação da deusa Ártemis. - A mãe descobriu o rostinho da criança com cuidado.

Ao revelar o rosto do bebê, uma tênue luz cálida emanava da pequena amazona. As guerreiras ali perceberam que se tratava do mesmo cosmo que sentiram quando receberam as flechas dias antes, na cremação de Reira. Portanto, não teria como ser um armação de Atalanta. Não existe como fingir um cosmo, cada um tem sua própria essência, por assim dizer. De pronto, Iara e Molpadia ajoelharam-se, prestando reverência. As companheiras de Sora apenas as observaram.

— Um, dois, três, quatro, cinco e seis... Está faltando uma amazona. - Observou Iona.

Ruka desamarrou um embrulho em um pedaço de couro, que carregava em uma das mãos e colocou aberto, a frente de Atalanta. Nele, Uma flecha partida ao meio.

— Minha mestra Sora se recusou a assumir o papel como Plêiade. - Atalanta suou frio só de ouvir aquele nome. Sua Elis poderia estar morta agora, se não fosse o desejo de Sora de não matar mais nenhuma amazona.

— Me perdoe, mas acredito que ela está no direito dela. Não há nada que a obrigue a assumir o posto. - Disse a escriba Safo.

— Pois bem, quando Elis se recuperar, conversaremos sobre isso. Por agora, fico feliz que tenham aceito. O templo de Ártemis já está sendo construído e assim que tudo estiver pronto, vocês logo assumirão seus postos. Até lá, continuem treinando.

E assim, a vida seguiu na ilha. Elis demorou um par de meses para se recuperar da ferida que Sora lhe causou, e essa por sua vez, vivia escondida nas pedras. Evitava ir a cidade, para não ser presa pelas guardas do palácio. Sora sozinha, serviu como a resistência a ditadura de Elis e Atalanta. A general e a sacerdotisa, comandavam a ilha, mas mantinham a ordem, com medo de Sora reaparecesse.

O templo de Ártemis demorou seis anos para ficar pronto, cada uma assumiu um dos sete jardins. Lune por sua vez, conforme ia se desenvolvendo ia perdendo o cosmo divino e ganhando o seu próprio. Em algumas noites, especialmente as de lua cheia, enquanto ela dormia o cosmo de Ártemis reaparecia, como que por descuido. Isso fazia com um culto fosse criado em volta de Ártemis.

A ordem reinou na ilha nos anos seguintes. Até a data que Lune se tornou uma moça e se encantou com um ousado cavaleiro de prata aventureiro.