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— Peggy... Pode me emprestar seu marido essa noite? — questionou Carol enquanto se jogava ao lado da mulher no sofá.

— Posso saber pra quê? — a garota virou o rosto para encarar o sorriso sapeca no rosto da loira.

— Cidade nova... Boates novas... Pessoas novas... Sabe como é... Temos 25 anos e precisamos aproveitar essas coisas enquanto estamos novos... — respondeu Danvers passando o braço pelo pescoço da garota e a puxando para um abraço de lado.

— Essa é sua teoria de vida Carol? — Peggy deixou um tapa na coxa de Carol e virou o rosto para encarar a TV.

— Digamos que sim... É melhor aproveitarmos agora que temos energia... — completou. — Deixa Peggy... Por favor... Eu prometo trazer ele sóbrio... Quer dizer... — afastou-se da mulher e levou uma de suas mãos ao queixo enquanto analisava sua frase. — Não prometo trazer sóbrio porque estamos em New York... E não dá pra ir em uma boate de NY e ficar sem encher a cara... — a mulher apertou a mão em sua coxa fazendo-a arquear pra frente e soltar uma risada. — MAS... Posso te prometer que não deixarei ele chegar perto de outra pessoa que não seja eu... — sorriu vitoriosa.

— Mas se estiver bêbado como irá cuidar dele? — Peggy levantou-se e caminhou em direção a cozinha, logo sendo seguida por Carol.

— Qual é Peggy... É o Steve... Meu melhor amigo... Claro que eu sei cuidar dele mesmo estando bêbado... E ai, você deixa? — juntou as mãos em frente ao peito como uma criança quando pede algo aos pais e sorriu inocente para a mulher que arqueou a sobrancelha e suspirou frustrada. Pegou um copo com água e passou pela loira parando na porta da cozinha para encará-la.

— Não cheguem muito tarde e cuidado na rua porque aqui é um lugar bastante perigoso... Não aceite e não deixe Steve aceitar bebida de ninguém a não ser que comprem e recebam do próprio barman... Não se deixem suas bebidas em qualquer lugar enquanto conversam e não deixe o Steve sozinho... — antes de terminar de falar um imenso e bobo sorriso tomou o rosto de Carol fazendo-a correr até a mulher e abraça-la apertado.

— Obrigado Peggy... — beijou a bochecha da garota que se remexia desconfortável tentando em vão se livrar dos braços da garota.

— Posso saber que agarração é essa aqui? — a voz rouca de Steve sussurrou atrás deles. Carol então largou Peggy e correu até o lado do amigo segurando em seu braço.

— Nada jovem Steven... Tchau Peggy... A gente te ama e não precisa esperar acordada... — antes de dizer mais nada arrastou Rogers pela porta ouvindo um "não voltem tarde" de Peggy antes de fechar a porta e seguirem para o estacionamento.

— Aonde vamos? — assim que chegaram ao carro Carol empurrou de forma nada sutil, Steve para o banco do passageiro logo depois dando a volta no carro e entrando. Colocou suas duas mãos no volante e suspirou profundamente fechando seus olhos.

— Carol o que houve? — tentou Steve tendo como resposta o silencio. — Você ta me assustando Danvers... Me conte o que houve... — sua voz soou grave e rouca agora.

— Seus olhos Steve... Houve os seus olhos... — gritou Carol levantando a cabeça para encarar o amigo que lhe olhava curioso.

— O que tem meus olhos?

— Você tava chorando... E nem adianta negar porque eu te conheço melhor que você mesmo... — Steve respirou fundo e o carro entrou em um silencio desconfortável sendo quebrado apenas pelos soluços de Rogers que começou a chorar se inclinando e deitando sua cabeça nas pernas de Carol.

— E-eu não... Eu não sei o que fazer Carol... E-eu... — nenhuma palavra coerente saia de sua boca, apenas soluços que faziam o coração de Danvers quebrar em pedaços.

— Porque você disse sim Steve? Se você gostava tanto assim dele porque aceitar se casar com a Peggy? — Carol levou suas mãos até os cabelos do amigo que chorava ainda mais alto que antes.

— E-eu não tinha c-condições de p-pagar o a-alugue do c-consultório... N-nós já havíamos recebido o c-comunicado de d-despejo da p-pousada p-por f-falta de p-pagamento... E o p-pai d-dela é r-rico... E-eu fiz isso por nós Carol... — chorou ainda mais agarrando as coxas da loira e enterrando seu rosto ali.

— Steve... Que droga... Você não devia ter feito isso... A gente teria encontrado outro jeito... E eu preferiria mil vezes morar na rua do que ter que ver você chorar no meu colo quase todos os dias... — disse sincera sentindo seus olhos arderem e algumas lágrimas escorrerem pelo rosto.

— E-eu só c-consigo p-pensar nele... N-no quanto ele era doce e gentil... Fofo e carinhoso... E-eu só queria... U-uma c-chance... — soluçou novamente. Dessa vez Carol agarrou seus braços e o puxou pra cima fazendo-o encarar e delicadamente segurou seu rosto em suas mãos.

— Para de chorar... Eu disse a sua mulher que iríamos nos divertir hoje e é isso o que iremos fazer... Primeiro nós iremos no apartamento da Nat porque eu to morrendo de saudade dela e depois vamos pra uma boate nos divertir... Okay? — seus olhos mantinham-se fixos nos azuis de Steve que assentiu em resposta e engoliu todo o choro e sorriu minimamente. Carol passou seus polegares nas bochechas do garoto e depositou um beijo em sua testa, logo voltando a olhar pra frente.

— Espera... Você sabe onde a Natasha mora? — perguntou assim que se recuperou da crise de choro arqueando a sobrancelha para a amiga.

— Sim... Digamos que antes de eu voltar pra casa hoje eu encontrei o amigo moreno dela e ele me passou o endereço... — deu partida no carro e sorriu. Steve apenas assentiu e afundou sua cabeça no estofado macio do banco.

A viagem fora silenciosa e bastante confortável já que Carol sempre respeitou o espaço de Steve e nunca o pressionou a nada. Por isso os dois eram tão amigos.

Depois de alguns minutos Danvers estacionou o carro em frente ao prédio de Natasha e logo desceu acompanhado de Steve. Os dois seguiram pela recepção e assim que o recepcionista disse o numero do andar de Romanoff os dois seguiram até o elevador onde Steve apertou o botão e virou-se para o amigo.

— Como estou? — abriu um imenso sorriso no rosto e Danvers gargalhou com aquilo. Steve tinha os olhos extremamente vermelho e suas bochechas estavam molhadas por conta das lágrimas, seus lábios estavam inchados de tanto morder e seu cabelo estava meio bagunçado.

— Adorável... — respondeu a loira apertando as bochechas de Steve e puxando-o para um abraço onde Rogers afundou seu rosto na curva do pescoço de Carol. O momento estava tão confortável que mal perceberam a porta do elevador abrir.

— Mas eu disse pro Tony que aquilo não era real... — Bucky parou de falar assim que encarou a cena em sua frente. Steve se desprendeu de Carol e ambos encararam o trio a sua frente.

— Oh meu deus... Não... Droga o que tão fazendo aqui? — o desespero começou a crescer dentro de Natasha. Todos os esforços que havia feito por dias, tentando afastar o máximo Steve de Tony, havia sido jogado fora naquele momento.

— Eu estava vindo visitar minha namorada perfeita... Porque o nervosismo? — Danvers virou o olhar para Steve que encarava fixamente o garotinho a sua frente.

Tudo naquele momento se resumiu ao castanho encarando o azul e o azul encarando o castanho.

— Droga Carol... É por isso que eu não queria que vocês viessem aqui... — gritou Natasha empurrando a namorada e entrando na frente de Tony cortando o contato visual dos dois.

— O que? — Carol estava perdido em toda aquela situação. Assim como Bucky.

— Nat o que ta fazendo? Porque esta agindo assim? — o garoto empurrou a amiga para o lado e eles já iam começar uma discussão quando Steve deu alguns passos em direção a Tony e hesitantemente levou sua mão até a bochecha do outro.

— Tony...

— Steve...

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