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— Tony... Querido... Ta na hora de voltar pra casa... Você nem deveria ter vindo... – a mulher riu de seu próprio comentário enquanto passava os dedos por entre os fios lisos dos cabelos de seu filho.

— M-mãe... Eu não posso... Não dá pra encarar o Steve depois de tudo... – sussurrou afundando seu rosto no travesseiro e bufando ao precisar erguer a cabeça em busca de ar.

— E porque não? Tenho certeza que ele esta com muita vontade de te ver... – depois de alguns segundos de carinhos no cabelo e silêncio, Maria achou melhor deixar seu filho sozinho para que pudesse pensar sobre o que faria.

O caso é que depois de sair no cemitério naquela noite, Tony voltou direto pra casa e arrumou duas grandes malas de roupas e chamou um táxi, indo direto pra casa de sua mãe, que chorou por uma boa meia hora dizendo o quanto havia sentido falta de seu bebê, e o puxou pra dentro em direção a cozinha onde seus primos, Harley e Morgan, se encontravam sentados estudando para uma prova de vestibular que teria na semana seguinte.

E agora dois meses depois, percebendo o quanto o filho estava abatido e triste, tentava a todo custo lhe convencer a voltar pra Nova York. Voltar pra sua casa.

Mas tudo o que conseguia era um Tony bufando e algumas vezes até chorando, enquanto dizia não estar preparado pra voltar.

— Só não se esqueça que quando você estiver pronto, pode ser tarde demais... – sussurrou deixando um ultimo beijo na cabeça do filho e seguindo até a porta, mas parou assim que ouviu o chamado do garoto, virou-se rapidamente para encará-lo.

— Você acha que ele ainda está me esperando? – sua voz não havia passado de um sussurro e as lágrimas escorriam de seus olhos agora. Maria sorriu terno e girou a maçaneta abrindo a porta e deu alguns passos.

— Ele sempre irá te esperar, Tony... – respondeu e saiu pela porta descendo as escadas e se jogando no sofá, fechando os olhos em seguida e suspirando.

Tony depois de alguns minutos pensando no que seria melhor, se levantou rapidamente e caminhou até o banheiro para tomar um longo banho.

O que Steve estaria pensando nesse momento? Será que ele ainda sentia sua falta? Era o que Tony se perguntava desde que tinha chegado.

A mágoa e a culpa se apossavam de seu peito. Ele sabia que tudo aquilo era sua culpa, tudo o que aconteceu a Steve foi por não ter conseguido manter o amor que Stephen sentia por ele. Talvez se ele tivesse se esforçado um pouco mais, seu ex namorado ainda estaria vivo. Estaria ali o protegendo e o amando, como sempre fora.

Porém de qualquer forma ele teria conhecido Steve. Fosse por um almoço em família, ou em alguma viagem. Eles sempre acabariam no mesmo lugar.

E pela primeira vez na vida, Tony acreditava em destino. Acreditava que a vida de duas pessoas poderia sim, ser decidida antes de nascerem.

E foi ali naquele banheiro, que ele percebeu que o amor que sentia por Steve, sempre existiu. A sensação de conforto ao estar nos braços do cacheado, a sensação de que ali era onde ele sempre deveria ter estado. Tudo era família demais.

E enfim, Tony entendeu que não poderia fugir do seu destino. Fugir de Steve.

Sorriu para o seu reflexo e voltou para o quarto abrindo o guarda roupa em seguida e vestindo sua camisa do Black Sabbath, calças pretas extremamente apertadas e um vans. Depois de respirar profundamente se abaixou na cama e pegou suas malas as colocando em cima da cama, rapidamente jogou todas as suas coisas nas duas malas e as fechou.

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