Somebody To Love ❣️

1.0

Não estava nada à espera de ver aquela pessoa a falar comigo novamente. Começa a criar uma enorme fila de carros atrás dele e eu cedi e entrei no carro.

- O que queres André? Deixa-me em paz!

- Tens de vir comigo, por favor!

Calei-me. Estava com receio do que ele me queria mostrar. Ele conduziu até à praia e ambos saímos do carro. Ele parecia querer contar algo mas não sabia como o fazer.

- O que queres dizer André? - pergunto quase que num sussurro.

- Porque não me contaste que foste quatro vezes para o hospital em coma alcoólico? - ele finalmente fala.

- Como sabes isso?

- Isso não interessa Leonor. Porque o fizeste?

- Tu não vais perceber. Eu precisava de tirar a dor que tinha. A dor que tu causaste. Eu fiquei sem ti e as tuas palavras deixaram-me tão mal que eu não sentia mais vontade de viver. Só queria esquecer o que se havia passado! - grito e começo a chorar.

- Mas o álcool não resolve nada! - ele diz.

- Mas porquê é que vens com esta conversa agora? Isso já foi há anos!

- Porque eu conheço-te e queria ouvir da tua voz!

- Pronto. Agora já sabes. Feliz? - reviro os olhos.

- Achas que eu estou feliz em saber isso? Foi tudo por minha culpa!

- Mas já passou e acabou ok André? Agora deixa-me. Não me baralhes mais a cabeça por favor!

- Tu ainda me amas não amas? - ele puxa-me o braço.

Permaneço em silêncio.

- Por favor, responde! - ele súplica.

- Sim. Eu ainda te amo! - viro-me para ele. - Sempre amei. Apesar de te odiar pelo que fizeste, o meu coração ainda palpita muito por ti!

Um sorriso forma-se na cara dele. Sinto os seus braços fortes a rodearem-me. Desabafo num choro enorme. Chorava por me lembrar de todos aqueles dias que sofri. De lembrar como os meus pais andavam super preocupados. De os ver a andar comigo de hospital em hospital devido às asneiras que eu fazia.

- Eu nunca deixei de pensar em ti... - o André susurra ainda abraçado a mim.

O seu perfume ainda era o mesmo. Sempre amei aquele cheiro e incrivelmente era só ele que o usava. Aos poucos fui abraçando o seu tronco.

- Eu fui tão mas tão estúpido pela merda que te fiz. Tu ias perdendo a vida por minha causa e eu não me consigo perdoar por isso! - ele diz por fim.

Entrámos no carro e fomos o caminho inteiro calados apenas com o som do rádio. Ele levou-me para casa e ao chegar, eu decidi não sair sem lhe dizer alguma coisa.

- Sabes André, nós aprendemos sempre com os erros. Nem que na vida toda tenhamos que errar até aprendermos o que é certo ou o que queremos. Nunca tinha vivido um desgosto tão grande como o que eu vivi à uns anos atrás. Mas nunca te deixei de amar porque para além do que me disseste ou fizeste, nós tivemos momentos surreais e eu sei que para ti também foram. Nunca pensei voltar a ver-te até àquele dia!

- Eu sei. O Pedro fez de tudo para que nós nos víssemos outra vez. Eles sempre nos quiseram juntos, tal como os teus pais. - ele ri-se ao lembrar. - Eu só quero voltar a consquistar a tua confiança e a tua amizade. Achas que podes dar-me isso?

- Sabes que vai levar o seu tempo!

- E eu vou esperar o tempo que for preciso. Por favor só não me afastes Leonor!

- Eu não o vou fazer...