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Acordo com uma enorme dor de cabeça. Olho para as horas no meu telemóvel. Ainda eram 08h20. Esfrego os olhos e fixo o meu olhar para o teto do meu quarto. Começo a assimilar tudo o que se havia passado ontem à noite.

- O melhor é falar com o Rodrigo e acabar tudo! - falo alto para eu mesmo ouvir.

Sabia que já não dava em nada tentar dormir, por isso, levantei-me e fui tomar um banho rápido. Já embrulhada na toalha, olho para o meu reflexo no espelho e penso no quanto a minha vida mudou. Aquela não era mais eu...

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- Como estás? - pergunta a Ana assim que chego perto dela.

- Com uma enorme dor de cabeça e tu?

- Muito sinceramente estou bem! - dá um pequeno sorriso. - Estás assim por causa de ontem? - afirmo com a cabeça. - Ouve Leonor, tens de seguir a tua vida e o teu coração!

- Eu já tenho uma decisão! - interrompo as suas palavras sábias.

- Como assim? Que vais fazer? - pergunta agora o Pedro.

- Vou falar a bem com o Rodrigo e acabar com ele!

- Precisas de acompanhamento? - pergunta o Pedro

- Agradeço imenso mas não é preciso. Vocês já fizeram demasiado por mim! - sorrio.

- Somos os teus melhores amigos! - diz a Ana com um sorriso perfeito.

- Que me fazem fazer de vela! - crio riso geral. - Bem, vou ver se o vejo para combinar a conversa. Até já meninos e juízo!

Vagueio pelos corredores da universidade a ver se encontro o Rodrigo. Vejo alguns dos seus amigos mas ele não estava com eles. Decido falar com o Tiago, um dos rapazes.

- Olá Tiago, sabes onde está o Rodrigo?

- Olá Leonor. Ahh...não sei! - coça a nuca.

- Já te disseram que mentes mal? - dou um sorriso.

- Desculpa Leonor mas não tenho nada haver com isto. Desculpa! - dito isto ele abala para dentro do auditório.

Olho para trás de mim e vejo o Rodrigo a entrar no corredor aos amaços com outra rapariga. Meto-me de frente para ele de braços cruzados.

- Ainda bem que te encontro. Precisamos falar! - digo.

- Não tenho nada para falar contigo! - diz Rodrigo super rude.

- Por favor. É a falar a bem. Precisamos pelo menos ouvir-nos!

- Espero por ti lá dentro! - diz a rapariga que entra de imediato no auditório.

- Que queres? Não chega a merda que fizeste ontem?!

- Calma. Tudo bem que não agi da melhor forma mas tu também não foste nada correto. Não dá para continuar-mos!

- Já calculava isso. Vai lá lamber os pés ao André Silva novamente para ele te deixar novamente como te deixou há anos atrás! - diz com cara de gozo.

- É mais homem que tu! - digo provocando. - Ao lado dele não és homem nem és nada!

- Voltas a repetir essa merda e não sabes o que te acontece! - diz enraivecido.

- Não te chateies tanto. Isso faz rugas e olha que elas já se começam a notar! - digo isto e abalo para perto da Ana e do Pedro que continuavam no mesmo sítio de sempre.

- Como correu? - pergunta a Ana.

Contei tudo o que se tinha passado e eles riram-se das minhas provocações. Agora sentir-me aliviada. Sinceramente acho que nunca precisei do amor do Rodrigo. Sinto que apenas o usei, tal como também sei que ele me usou.

Sentia agora um enorme alívio. Não tinha que dar justificações a ninguém e podia viver tranquilamente. Sei que a minha mãe ia ficar triste pelo sucedido mas ela iria entender.

Finalmente as minhas aulas tinham acabado. Caminho até ao metro. Ao passar na passadeira quase que sou atropelada. Olho para o lado e apenas ouço uma voz:

- Entra no carro por favor!

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