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Estávamos todos nas urgências. Sentados à espera que houvesse notícias do meu pai. Ao meu lado senta-se André com um café nas mãos para me dar.

- Toma. Tu precisas disto! - diz ele enquanto esticava a mão para me dar o café.

- Eu agradeço André mas agora não me apetece nada!

- Tu precisas de energias. Ainda não comeste nada!

Dou-lhe um sorriso breve e aceito então o café.

Estávamos à quase duas horas à espera de notícias do meu pai. O meu irmão andava de um lado para o outro, o André estava sentado ao meu lado e a minha mãe agarrava as minhas mãos com força, numa de ter esperança.

Ouve-se uns passos. Olhamos todos para o lado e era o médico do meu pai.

- Doutor, como está o meu marido? - pergunta desesperadamente a minha mãe.

- O prognóstico está muito reservado. Ele teve um ataque cardíaco. O miocárdio está muito fraco e estas horas são decisivas!

- O que quer dizer com isso? - pergunto eu.

- Ele agora tem de estar em repouso absoluto e tememos que algo o possa destabilizar. Como por exemplo alguma conversa ou algum pensamento que o atormente!

- Sabemos perfeitamente que ele não vai melhorar! - atira para o ar o meu irmão.

- Cala-te! - grito. - Quando o podemos visitar? - pergunto para o médico.

- Lamento mas só amanhã se os resultados forem conclusivos!

Passado uns minutos resolvemos todos ir embora. Mais atrás ia eu e o André. Nenhum de nós se atreveu a dizer qualquer coisa.

- Desculpa! - diz o André com uma voz de arrependimento.

- Porque estás a pedir desculpa? - olho para ele.

- Eu meti o teu pai em estado grave no hospital... - diz a olhar para o chão enquanto caminhávamos para o parque de estacionamento.

- Tu não tiveste culpa nenhuma André. Não te metas com ideias parvas!

- Se calhar será melhor nós nos afastar-mos por um tempo!

- É isso que tu queres? - paro de andar e olho para ele.

- Não. Mas não te posso meter contra a tua família. Nem quero!

- André, tu não tens nada a ver com isto. O meu pai sempre te adorou. Apenas está com medo que me voltes a magoar. Ele irá dar-te uma nova oportunidade. Se tu quiseres mesmo voltar a ter uma amizade comigo, não vais desistir de nós!

Ele dá um pequeno sorriso e isso tranquila-me. Despeço-me dele e entro no carro da minha mãe.

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