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Fui o caminho todo completamente nervosa. Tudo se estava a encaixar na minha cabeça. Isto só podia ser obra do meu irmão e do meu pai.

- Mas suspeitas de algo? - pergunta o André atento à estrada.

- Infelizmente suspeito! - digo desiludida.

A minha perna direita batia repetidamente no chão do carro. Um sinal de que estava muito nervosa. Após o carro parar os meus batimentos cardíacos começaram a ser mais fortes.

Saio do carro e vejo que o André vem atrás de mim

- Devo entrar? - pergunta a medo.

- Deves! - olho para ele e continuo a andar para o interior da minha casa.

Assim que entro ouço vozes vindas da sala. O meu pai e o meu irmão estavam mais uma vez a ver um jogo da NBA. Entro na sala de estar com a carta na mão e com um ar de desilusão encaro-os.

- Minha filha, que bela surpresa! - diz o meu pai levantando-se para me vir cumprimentar.

- Não se atreva a me tocar! - digo.

- Estás-te a passar Leonor? - pergunta o meu irmão.

- Vocês é que estão passados! - entrego a carta às mãos do meu pai. - Quero saber que porcaria é essa!

Nisto sinto a presença do André atrás de mim.

- Eu...eu não sei o que é isto! - diz o meu pai. - Esse homem atrás de ti não é mais bem vindo a esta casa! - diz ríspido o meu pai.

- Ele não vos fez mal nenhum! - grito.

- Estás a gozar? Tu quase morreste por causa dele! - diz desta vez o meu irmão.

- Não têm nada haver com isso! - volto a gritar. - Pelo menos assumam de uma vez por todas que foram vocês a inventar essa treta!

Eles enteolham-se.

- Fizemos isto só para o teu bem filha! - começa o meu pai. - Sabes o que é ver um filho sofrer por outra pessoa? Dói demais!

- Nós passamos meses sem saber o que fazer com medo que não voltásses para nós! - comoleta o meu irmão.

- Vocês não tinham o direito de fazer isto. Falavam comigo primeiro!

- Não te voltes a influenciar pelas palavras dele Leonor. Ele vai voltar a magoar-te! - grita o meu pai.

- Não. Deixem-me ter a liberdade de ser amiga de quem eu quiser! - volto a gritar.

- Se ficares do lado dele, podes crer que não voltas a entrar nesta casa! - grita o meu pai.

O meu sangue pára. Olho para ele estática e as lágrimas escorregam pela face.

- A escolha é tua Leonor Sofia!!

- Um dia vai-se arrepender tanto do que disse! - grito.

Viro costas e começo a andar para o exterior da casa. Ouço um grito desesperado do meu irmão.

- Pai, socorro! - ouve-se da sala.

Corro até eles e o meu pai encontrava-se sem reação no chão. O meu irmão chorava e a minha mãe ligava desesperadamente para o 112. Num impulso ajoelho-me e chamo pelo meu pai. Ele não podia ficar ali assim...

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