12 - Atropelado

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      Doía, e doia muito. Ela usava a lâmina do punhal estranho para ferir sem piedade, bem lentamente, enquanto eu gritei de dor ela murmurava um encanto em outra língua.

    Porém percebi que de meus gritos, nada saia, nem mesmo um suspiro mais pesado. Senti meu rosto molhado pelas lágrimas do pavor que eu estava passando.

   Ela me olhou com uma cara de quem parecia está triste com o que fazia e disse:

Lúcia - Que pena Valentin, eu tinha gostado muito de você. Se tivesse sangue de vampiro aqui comigo, iria te dar pra tomar... E mesmo quando eu arrancasse seu coração, é claro que você ainda morreria...  Mas na noite do dia seguinte você retornaria como um vampiro. E seria meu escravo mais querido. Enfim, não se pode ter tudo não é mesmo?

    Nesse momento ela levanta a mão que segurava o punhal e unia outra e posição de crava-lo em meu peito. Fecho meus olhos. Esperando ela desferir uma punhalada mortal.

     Esperei e esperei e a dor não veio.

     O que aconteceu em seguida, deixou a nós dois de surpresos.

     Com uma explosão a porta foi feita em estilhaços. O som se assemelhou a uma bomba.

       No segundo seguinte entram quase como se materializando no local, o Flávius, a Amélia e dois outros homens. Um deles eu já havia visto na boate, mais o outro nem de longe eu o reconhecia, pois, jamais o tinha visto antes.

Flávius - Se você o tiver machucado, eu vou...

Lúcia - Querido, você irá fazer o quê? Na verdade você não fará nada seu tolo... Nem entrar aqui vocês podem!!!! Kkkkkk

Flávius - Sua...

Amélia - Nós não!!!

........Mas eu posso... ( Diz Willian, entrando acompanhado de mais dois lobos gigantescos.

Lúcia - Pois é! Mais eu já esperava por isso. E dessa vez estou preparada seu intrometido...

     Ela falou algumas palavras estranhas e do solo começou a sair algumas caveiras e corpos de pessoas muito deformadas em fase de decomposição.

     Eram zumbis??? Muitos deles. Uns quinze até onde pude contar.

     Iniciou-se uma luta feroz entre eles e os lobisomens. Eu vi Willian se transformar em questão de segundos em um lobo gigante de pelagem quase vermelha de tão marron escuro que era. Avançou de surpresa em Lúcia que perdeu o controle de sua magia e me libertou sem querer, me fazendo cair ao chão. 
   
      Um dos zumbis faltando as pernas se agarra em mim, mas, antes mesmo que eu gritasse, um dos lobos o estraçalha. Depois fica só me olhando e eu entendo que deveria fugir, mais rápido que eu pude eu ao menos tentei. Quando saia para a rua encontrei mais zumbis. Do nada a Amélia apareceu e os destruiu, ou melhor os estraçalhou. O problemas é que quanto mais ela destruía mais zumbis apareciam no local.

Amélia - Fica atrás de mim ...

Eu - De onde está saindo tanto zumbi???

Amélia - Essa bruxa tem mais de 300 anos. Eles são todos vítimas dela. Aqui já foi um cemitério. E ela sempre enterra suas vítimas dentro de casa. Pra quando precisar, os usar como escravos que lutarão suas batalhas.

    Apareceu alguns zumbis de cachorros e o Flávius foi quem desta vez apareceu pra ajudar a Amélia. Já eu, não pensei duas vezes e saí correndo em disparada pra rua. Um carro veio do nada e me pegou de cheio.

     Foi tão forte o impacto que tombei por cima do capô e caí à uns três metros de distância. Um segundo depois Flávius já estava ao meu lado. Eu estava muito ferido. Sentia meus braços quebrados e talvez minha perna direita, mais algumas costelas.

     Ao deduzir minha situação. Apenas mordeu seu próprio pulso e o colocou em minha boca. Senti algo quente invadir a minha garganta de um sabor inicial  horrível, para em seguida tornasse delicioso.

      Apaguei em seguida, e não lembro de mais nada.

     Para mim, foram apenas alguns segundos, ou, no máximo um minuto que passei desacordado. Porém durou o resto daquela fatídica e trágica noite.

     Ao abrir meus olhos, já estava em uma cama toda forrada de preto, quarto pintado de cor igual e com janelas e vidro fumê. As únicas luzes que entravam ali era as luzes das velas de uns dois ou três candelabros. 

     Do meu lado com uma cara apreensiva e preocupado estava o Flávius.

    Achei até fofo a forma que ele me olhava.

Flávius - Oi! Como você está?

     Me assustei ao ver ele tão próximo a mim, me afastei bruscamente e me encolhi no outro canto da cama. Lhe olhei com medo, esyava sem entender o que realmente aconteceu.

      Após alguns esforços minha memória foi voltando, e só então notei que meus machucados e quebrados, estavam todos curados. Como se a noite passada não tivesse sido mas além de um terrível pesadelo. Inclusive as feridas, causadas pelos cortes de Lúcia para desenhar a estrela bestial em meu peito, haviam cicatrizados.
  
    Olhei pra Flávius com um olhar interrogativo, o qual me respondeu com um sorriso e me explicou, que  quando eu prestes a sucumbir e desmaiar em decorrência ao acidente. Ele agiu rápido e sem pensar muito me deu seu sangue. Sangue esse que  enquanto eu dormia, me regenerou por completo.

    Eu estava literalmente curado de todos os ferimentos.

Eu - Isso quer dizer que eu sou um vampiro?

Flávius - Infelizmente não!

Eu - E porque não? Eu estou com seu sangue dentro de mim e morri com ele em meu organismo!!

Flávius - Você apenas desmaiou, e se não fosse por conta de meu sangue, até você fosse levado ao hospital para humanos sem o meu sangue, aí sim você teria morrido a caminho do hospital.

Eu - Nossa, se tudo que passei não me matou? Não quero morrer mais não, pois, já sofri demais...

Flávius - Para de dizer besteiras garoto. Eu não deixaria você sofrer. E tenho certeza de que meu sobrinho também não deixaria nada de mal te acontecer.

Eu  - Sobrinho? Que sobri... Ah, você fala do Willian?

Flávius - Sim ele mesmo. Não nos damos bem, mais quando o assunto é a maldita Lúcia, isso nos une. E agora por "você" faremos qualquer coisa!

Eu - Flávius, eu achei que você me forçaria te namorar ou me transformaria em vampiro só pra ter poderes sobre mim...

Flávius - Não... Nunca... Jamais. Você terá de vir comigo ou com o Willian de livre escolha.

Eu - E se eu não escolher ser vampiro ou lobisomem? E se eu quizer ser humano e morrer como um?

Flávius - Você infelizmente nasceu pra isso. E terá de escolher. Está em seu destino. Você será o nosso rei... Rei do dia e da noite. Você nos ajudará a matar Lility.

Eu - Eu não consigo nem matar a Lúcia, que foi uma puta de uma cachorra comigo. Quem dera matar  lendária Lility!?!?

Flávius - O Willian já cuidou disso pra nós. Não te preocupes mais.

Eu - Ele a matou ?

CONTINUA....

NÃO ESQUEÇAM AQUELE COMENTARIO, MESMO QUE SEJA SÓ UM EMOTICON...

 

GARRAS DE LOBOOnde histórias criam vida. Descubra agora