twenty seven

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Não foi o despertador que me acordou de manhã, e sim o corpo pesado de Chris sobre o meu, seus braços estavam em volta de mim, e sua cabeça encostava em minha barriga. Abri meus olhos lentamente, tentando acostuma-los na luz que era refletida na sala, e os esfreguei para limpá-los. Tentei me mover sem acordar o homem deitado sobre mim, mas era uma missão impossível, já que ele parecia estar tão confortável naquela posição.

Enquanto tentava me desvencilhar, senti suas mãos apertarem minha cintura, e percebi que ele se espreguiçava, levantando-se lentamente para ficar ao meu lado, mas seus olhos continuavam fechados.

-Já é dia? -Ele perguntou com a voz rouca, ainda sem abrir os olhos, e o vi deitar sua cabeça em meu peito, abraçando-me novamente.

-Uhum. -Concordei baixinho, respirando fundo enquanto esperava o sono deixar meu copo por completo, mas estava difícil.

Tateei o chão em busca de meu celular, torcendo para que nós não tivéssemos deixado de tomar café da manhã com todos da família, e o achei perdido embaixo da poltrona que estava ao nosso lado. Movi meu corpo vagarosamente, já que Chris parecia não estar interessado em sair de cima de mim, e consegui checar que horas eram.

-Precisamos levantar. -Disse, acariciando seu cabelo lentamente, e o vi se mexer para sair de cima de mim, olhando-me com sua expressão mais sonolenta do que nunca.

-Como pode ser tão linda mesmo tendo acabado de acordar? -Ele encostou seu rosto no meu, fechando seus olhos, fiz o mesmo, e pude sentir sua respiração encontrar com a minha.

-Precisa parar de dizer isso. -Ele beijou o canto da minha boca, encostando seu nariz no meu.

-Quero te levar num lugar. -Ele disse, e franzi o cenho, vendo-o se levantar lentamente de onde estávamos, levantando seus braços para se espreguiçar.

Fiquei de pé, começando a andar pelo o quarto em busca de algo para cobrir meu corpo nu, e ouvi Chris assoviar atrás de mim. Ri com seu ato, jogando um de meus saltos em sua direção, vendo-o desviar do objeto.

-Então essa é a visão do paraíso? -Ele perguntou com um sorriso bobo no rosto, também ficando de pé, e imaginei que aquilo sim era a visão do paraíso. Ele me viu encarando, e veio em minha direção, passando sua camisa por meus ombros. -Gostou do que viu?

Revirei os olhos, rindo de sua pergunta. Peguei meu vestido no chão e o vesti rapidamente, dando um selinho breve em Chris, e saí em direção ao meu quarto, com o objetivo de me aprontar para seja lá onde ele estava interessado em me levar.

*****

Os pais de Chris haviam ido à praia junto de Liam e Miley, e nós soubemos disso pelo mordomo da casa, que deixaria posto uma mesa de café da manhã para nós, que éramos os únicos restantes naquela casa enorme. Chris desceu correndo pela escada, e nem ao menos me deixou comer, embalando tudo o que tinha para pôr numa cesta que ele carregava em seus braços.

-Para onde vai, Chapeuzinho? -Perguntei, e ele gargalhou, me empurrando para o lado, depois pegando minha mão para irmos em direção ao carro.

Chris decidiu que vendaria meus olhos, e reclamei sobre isso durante todo o percurso, enquanto ele me segurava pela cintura, evitando que eu caísse em algum lugar no caminho. Quando ele finalmente tirou as vendas, dei de cara um espaço completamente florido, percebendo que era só um cantinho no jardim de sua casa, mas que parecia ter sido arrumado por uma criança. No canto, havia uma plaquinha escrita Kiptoder, e imaginei se ali era o lugar que Chris brincava em sua infância.

Ele sorriu, estendendo uma toalha no chão e organizando toda a comida por cima dela, e me puxou para o seu lado, servindo poções para nós dois.

-Piquenique de café da manhã. -Ele disse, passando um pote de frutas para mim, que peguei nem demora, estava faminta desde que acordei.

-Que lugar é esse? -Perguntei, e ele mastigou sua comida antes de me responder, era a primeira vez que eu não o ouvia falar de boca cheia, e sorri ao perceber isso.

-Meu lugar favorito no mundo inteiro. -Ele disse, apontando para todo o lugar antes de finalmente falar: -Aproveite, não trago ninguém aqui.

-Clichê. -Brinquei, e ele revirou os olhos rindo, voltando-se novamente para sua comida. O observei comer com meus olhos semicerrados, e o vi disfarçar seu olhar para mim enquanto mastigava, algo estava estranho. -Por que me trouxe aqui, Christopher?

-Por que só me chama pelo nome quando parece preocupada? -Ele pôs o pote com frutas para o lado, e pegou o que estava em minhas mãos para fazer o mesmo, me deixando sem comida.

-Acho que chama sua atenção. -Respondi, vendo-o se aproximar de mim, ainda sentado.

-Bem, eu acho sexy. -Ele disse, e vi um sorriso brotar em seu rosto, suas mãos pegaram as minhas, e o encarei confusa. -Acho muitas coisas sobre você bastante sexy.

Por algum motivo, meu coração acelerava, e meu corpo parecia saber o que estava prestes a acontecer, pois minha respiração foi ficando cada vez mais lenta, e tudo o que eu conseguia era encarar o homem à minha frente com uma certa ansiedade.

-Conheci uma mulher em Atlanta, ela era maravilhosa, e nós... bem, começamos algo numa noite. Mas não consegui, Amelia, nem por um segundo, não consegui tirar você da cabeça, e a mandei embora por causa disso. Não acho que meu coração aceite alguém que não seja você.

-Chris... -Comecei, mas fui interrompida pelo mesmo, que continuou a falar.

-Sabe o quanto foi difícil não te ligar a cada segundo que estive longe? Foi a viagem mais entediante da minha vida, e não porque eu fui à diversas reuniões, mas porque você não estava lá.

Ele pôs uma mecha de meu cabelo por trás da orelha, e àquela altura minha garganta já estava seca, meus lábios não sabiam mais como formular palavras e todo o meu corpo estava trêmulo, ele deve ter percebido, já que não soltara minha mão durante todo o seu discurso.

-Toda vez que olho para você, a única coisa que me vem à cabeça é que estou perdidamente apaixonado por alguém que prometi apenas ter um lance casual, e eu sei que você provavelmente vai brigar comigo por isso, mas não dá para escolher quem a gente ama, Amy, e eu amo você.

Ele me encarou por longos minutos, e senti meu corpo estremecer diante de seu olhar. Engoli o seco, e tentei controlar o turbilhão de pensamentos que rondavam a minha mente naquele instante. Eu sabia o que eu sentia, e sabia o quão era difícil lidar com isso, e Chris estava ali, se abrindo para mim, como se fosse tão fácil quanto respirar.

-Eu não estou pedindo para que você diga que sente o mesmo... -Ele continuou, sem esperar por uma resposta minha. -Só queria que soubesse, não sou o tipo de homem que esconde o que sente, e estava morrendo por não poder te contar que o meu dia só vale a pena por você fazer parte dele.

Seu rosto carregava um semblante preocupado, porém aliviado, e fechei meus olhos por alguns instantes para tentar absorver toda aquela informação. Chris soltou minha mão, e o ouvi arrumar a cesta que estava ao nosso lado. Quando finalmente abrir os olhos, ele me deu um selinho demorado, acariciando meu rosto enquanto o fazia.

-Vou te dar um tempo, tudo bem? -Assenti vagarosamente, e ele sorriu fraco para mim, levantando de onde estávamos. -Me desculpa por isso.

the proposal • chris hemsworthOnde histórias criam vida. Descubra agora