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POINT OF VIEW LÍVIA

- Agora fodeu - Melissa diz.
- Não fodeu nada não, para com isso gente, na boa - Digo.
- Não, o Noventa tá certo - Meu irmão fala - Você não vai com ele, Lívia.
- Você não manda em mim, Pedro.
- Mas o pai manda - Ri - Você quer que eu ligue pra ele e conte o que tá acontecendo? Ele já não curte muito o Mayke, se eu falar então...
- Na moral, vocês são uns arrombados, porque estão se metendo no que não é da conta de vocês? - Mayke pergunta impaciente e continua apertando meu pulso.
- Dá pra soltar o braço dela? - Noventa dá um passo pra frente.
- Mano, a namorada é minha, faço o que eu quiser.
- Pode fazer o que você quiser, desde que não machuque ela e que seja alguma coisa que ela também concorde.
- Gente, para - Tento soltar meu braço - Amor, me solta.
- Lívia, vamos logo.
- Eu não quero ir.
- Vamos embora, Lívia - Fala mais firme.
- Qual foi a parte do "eu não quero ir" que você não entendeu? - Noventa fala chegando mais perto ainda - Na boa Mayke, nós somos amigos a muito tempo, não tô afim de brigar com você cara.
- Então é fácil: só não se meter onde você não foi chamado.
- Pelo amor de Deus - Puxo meu braço com força e me solto - Já deu vocês dois, Mayke, eu não vou com você.

Ele me olha com uma cara não muito agradável, vira as costas e desce em direção contrária da festa. Olhei pros meus amigos e todos eles estavam em silêncio, me encarando.

- Alguém pode me levar embora? - Pergunto - Não quero subir sozinha.
- Vamos - Meu irmão diz - Ju, a gente se fala depois.
- Não Pedro, pode ficar - César diz - Já deu de rolê pra mim, eu levo ela.
- Mais cê não ia ficar na minha casa, viado? - Noventa pergunta.
- Ia - Ri - Mas vou levar ela lá.
- Eu vou com vocês, tô com fome.
- Gente...
- Quieta Lívia, vamos logo.

Nós nos despedimos de todo mundo e então nós três subimos a rua, seguindo pra minha casa.

•••

- Na moral, tô com fome - Noventa fala assim que paramos em frente a minha casa.
- Eu vou fazer alguma coisa pra gente comer - Abro o portão.
- Não precisa não, ele come em casa - César diz.
- Não ué, já que ela vai fazer, bora comer.
- Meu Deus, você não tem jeito mesmo.
- Vou recusar comida? Lógico que não.

Entramos em casa e fomos direto pra cozinha, evitando fazer barulho, já que meu pai estava dormindo. Peguei algumas coisas e preparei alguns sanduíches pra gente. Sentamos pra comer e a cada mordida que o Noventa dava no sanduíche, falava alguma merda diferente, eu ria e César apenas balançava a cabeça em sinal de negação. Já estávamos acabando quando meu celular começa a tocar: Amor 💛

- Oi? - Atendo.
- Sai aqui fora, precisamos conversar.
- Quem disse que eu tô em casa?
- Eu sei que tá, as luzes estão todas acesas e eu trombei seu irmão no baile de novo.
- Eu não acho uma boa, agora não.
- Por favor meu amor, eu te amo tanto, vem aqui, vamos nos resolver.

insônia 💭• noventa mcOnde histórias criam vida. Descubra agora