insônia 💭• noventa mc

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• POINT OF VIEW NOVENTA •

- Mayke, espera, por favor - Lívia diz passando do corredor dos quartos pra sala - Não faz isso.
- Sai fora mano, cê uma vadia - Ele fala sem olhar pra trás.

Vejo os dois saindo da sala em direção a rua e Cavati logo sai do quarto e vem até nós.

- O que aconteceu? - Melissa pergunta.
- O Mayke surtou - Mostra o canto da boca cortado, provavelmente depois de ter levado um soco ali.
- Como assim, surtou? Tem que ter um motivo - Yara questiona.
- O motivo é que talvez, ele tenha entrado no quarto quando eu tava tentando beijar a Lív - Diz rapidamente.
- Você o que? - Pergunto.
- Ah mano, eu falei a real pra ela, que gostava dela e tal e aí quis beijar ela, mais bem na hora o Mayke chegou e começou a xingar ela, fui tentar defender e ele socou a minha cara.
- Bem feito - Digo indo em direção a porta.
- Onde cê vai? - Melissa pergunta.
- Trazer a Lívia pra dentro antes que ele faça alguma coisa com ela.

Segui passando pela sala, área e portão, até chegar na calçada. Olhei pro lado e os dois estavam discutindo, ou melhor, ele estava discutindo enquanto ela olhava pro chão chorando.

- Sabe qual a minha vontade agora? - Ouço ele dizer - Pegar você pelo pescoço e te erguer, até ouvir você ficar sem ar.
- Opa, opa, opa - Digo me aproximando - Que papo é esse? Tu tá maluco?
- Sai fora cara, não se mete.
- Me meto sim - Paro ao lado dela - Ou você acha que eu vou deixar você ficar falando essas coisas pra ela? Nem fodendo, na boa, vai pra casa pensar, não rolou nada, o Cavati tava fazendo graça.
- Graça foi o que ela fez com a minha cara, de certo tá achando que eu sou palhaço - Ri - Mina nenhuma me tira de otário não, tá ouvindo, Lívia?
- Tô - Ela fala baixinho.
- Desgraçada, vagabunda.
- Para Mayke, na moral cara.
- Não se mete mano, isso não tem nada a ver com você, não foi você que foi tirado de otário não, eu vou matar essa menina.
- Vai matar o caralho, para com esse papo idiota, cê não é palhaço mais tá parecendo um retardado agora.
- Cê tá de graça comigo também? Cê apóia o que eles estavam fazendo.
- Não apoio nada porque eles não estavam fazendo nada - Digo - Na boa, vai pra casa pensar e amanhã vocês conversam.
- Eu não quero conversar não cara, não tem o que conversar.
- Então vai embora, porra.
- Na moral Noventa, não tô te entendendo não cara, qual é a sua em? Levando minha mina pra comer, dormindo aqui, pagando de bom amigo, mais acho que você...
- Espera aí, pagando de bom amigo não, eu sou amigo dela e sério, para com essa idéia errada cara, você não é exemplo de nada não.
- Como é que é? - Me encara.
- Para, não preciso ficar falando não, você sabe muito bem o que faz e que é errado, o certo seria você pedir desculpa pra Lívia por tudo isso, principalmente por fazer ela tão mal.
- Mano - Ele olha pra trás e quando volta a olhar pra mim, fecha o punho e acerta um soco no meu rosto - Vai tomar no cú.

Passei a mão e senti o inchaço no rosto, dei um passo pra frente mais então ela entrou no meio e me olhou.

- Não faz nada, por favor, vai pra dentro.
- Eu não...
- Sai daqui - Mayke puxa ela com força e a empurra pra longe - Deixa que a gente vai resolver essa parada como tem que resolver.
- Mayke, para com isso, por favor.
- Cala a boca - Diz num tom alto.
- Não fala assim com ela.
- O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI? - Era o pai dela.

Olhei pro lado e todos os nossos amigos e até alguns vizinhos estavam ali, nos observando. Então Mayke esbarrou o corpo em mim e foi até o carro dele, ligando o mesmo e saiu acelerando.