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{ POINT OF VIEW LÍVIA }

— Sei lá, ué - Olho pra ele.
— Eu hein - Ri enquanto guarda o papel no bolso.
— Gente, vamo procurar uma mesa? - César sugere.
— Vamos - Lelê concorda enquanto começa a andar e puxa a fila.
— Dorme lá em casa essa semana? - Ele pergunta no meu ouvindo enquanto andamos.
— Que dia?
— Não sei, vou ver e te falo, mas cê promete que vai?
— Prometo - Ri.

Ele passou as mãos pela minha cintura e encostou em mim, então andamos assim em direção às mesas. Logo achamos algumas vazias e juntamos pra fazer uma mesa maior. Dudu e Mel foram comprar pipoca e pedi pra eles trazerem pra mim, então o restante de nós ficamos conversando. Meu pai ligou pro Pedro pra saber onde nós estávamos e logo ele e Patrícia chegaram com mais alguém que só vi quem era depois que estava perto.

— Oi de novo - Mayke diz - Oi Lív.
— Oi Mayke, cê tá bem melhor, né?
— Tô sim - Sorri - A gente pode conversar?
— Pode falar.
— Queria que fosse só nós dois - Me olha.
— Mayke...
— Por favor Lív, é importante.

Senti a mão do Noventa descer pela minha perna e apertar firme minha coxa. Olhei pra ele e sua expressão era do tipo "Não vai, por favor". Suspirei fundo e sorri pro Mayke.

— Não vou Mayke, desculpa.
— Mas...
— Onde tá a barraca dos doces? - Patrícia pergunta o interrompendo.
— Ali - Yara aponta o lugar - Vou com você, quero comprar um bolo.
— Então vamos lá - César se levanta.
— Lívia...
— Mayke, não.
— Cê tá me tratando igual um cachorro, na moral mesmo - Parece começar a ficar nervoso.
— Ela falou que não quer ir e cê ainda tá enchendo o saco mano, aí é foda - Noventa diz - Bola pra frente irmãozinho, para de remoer isso.
— Cara, cê não tem nada a ver com isso, não se mete.
— Opa, opa, opa - Meu pai diz - Já deu, vamo parar com isso.
— Eu... A gente ainda vai conversar.

Diz antes de sair irritado pelo meio das pessoas. Suspirei fundo e encostei a cabeça no braço do Noventa e ele beijou minha testa. Todos voltaram a conversar, mas na real eu estava um pouco preocupada com o Mayke. Eu já não gostava dele como antes, eu realmente tava gostando do Noventa, mas ainda sim, não gosto de tratar ninguém mal e nem que fiquem chateados comigo.

— Que foi meu anjo? - Pergunta baixinho
— Nada, só pensando.
— Fica assim não - Beija minha testa.
— Lív - Fernanda, que estava me ajudando na barraca me chama.
— Já acabou minha pausa? - Pergunto.
— Não - Ri - São pra você.

Ela me entrega alguns chocolates e quatro papéis com mensagens:

"Gata, quero conhecer até seus defeitos, se é que você tem algum. (E)"

"Além de ser linda, simpática, perfumada, gente boa e gostosa o que mais você faz? (P)"

"Você precisa de um doador de órgãos? Porque te dou meu coração. (F)"

"Tá vendo aquela estrela? Mandei pendurar pra você. (W)"

Dei risada de todas elas enquanto minhas amigas liam o que estava escrito. Noventa pegou os papéis em seguidas e cada vez que lia uma, sua sombrancelha arqueava mais.

— Que foi? - Pergunto rindo.
— Quatro? E um diferente do outro? Cê que tá desejada aqui.
— Deve ser os meninos da minha sala zoando, menos esse W que é um menino que cursa Direito, tá no terceiro ano já e ele vem insistindo pra gente ficar já faz uns dias.
— Entendi - Pega o copo de refrigerante e dá um gole.
— Ciúmes, João Paulo? - Pergunto rindo.
— Claro que não.
— Imagina - Lelê diz e todos nós rimos.
— Cêis tem que firmar isso - Meu pai diz - Não quero saber desse negócio de namorinho escondido não.
— Pai! - O repreendo.
— Relaxa, Marcão - Noventa diz rindo - Quando cê menos esperar eu apareço lá na sua porta com um par de alianças.
— Estamos ansiosos por isso - Júlia diz e todos riem.

[ ... ]

insônia 💭• noventa mcOnde histórias criam vida. Descubra agora