Prólogo

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Prólogo.

Mayara sorriu para o cobrador do ônibus envergonhada, ela tinha ficado levemente presa na catraca outra vez, não que fosse tão gordinha assim, mas estava cheia de malas carregando toda suas coisas que trouxera de Minas Gerais.

Ela estava no Rio de Janeiro pela segunda vez, sua irmã queria que passasse suas férias junto com ela na cidade maravilhosa. Quase não acreditou quando Maísa ligou alguns dias atrás pedindo para que vim esse ao Rio passar as ficar alguns dias com ela, fazia anos que não se viam. Mayara estava para se formar em pedagogia tinha tantos trabalhos da faculdade da para fazer que decidiu dar um tempo e aproveitar um pouco a vida, ela era de Pirapora uma cidade que fazia divisa com a Bahia. Cursava a faculdade publica de Minas. Tinha juntado toda a  sua grana do estágio para comprar a passagem de ônibus e vir direto para o Rio passar aquele tempo com a irmã gêmea. Sentia saudades dela, Maísa era cinco minutos mais velha do que ela. E por esse motivo sempre foi mais cabeça dela.

Mayara era muito tímida quase não tinha amigos. Sua vergonha era simplesmente por causa de seu corpo, era acima do peso ao contrário de sua irmã que mantinha um belo corpo digno de revistas. Desde novinha costumava ser bem mais encorpada que a irmã mais velha.

Só piorou depois que chegou a puberdade e os quilinhos amais começaram a incomodar de certo modo, enquanto Maísa chamava atenção de todos os garotos bonitos Mayara era atribuída apenas como a gêmea feia. Então sempre se manteve longe dos garotos de sua própria idade. Ela viu de perto sua irmã perder o BV, a viu perder a virgindade com um dos rapazes mais bonitos da escola.

Maísa sempre contava tudo para ela enquanto ela com dezesseis não sabia nem o que era um beijo na boca.

Maísa sempre foi a preferida não só dos garotos, mas também da família, sua mãe idolatrava a mais velha e sempre pegava nos pês dela.

―  Você tem que emagrecer Mayara, se não nunca vai arranjar um marido.

Era o que Luzia sua mãe sempre falava, como se homem fosse a coisa mais importante do mundo. Foi criada sem pai nunca soube quem era seu progenitor. E aos poucos esses pequenos delates a fizeram se afastar tanto de sua mãe como também de sua irmã, que com Dezoito veio para o Rio cursar Enfermagem com sua tia Lucinda pagando todos os custos inclusive deixar Maísa morar na casa dela por alguns anos.

Depois de três anos sem se ver lá estava ela seguindo para a casa de sua irmã a onde lá morava com o marido, na qual ela nunca se quer viu. Só sabia que ele morava em uma comunidade como muitas pelos Rio. Estava ansiosa nunca esteve sozinha em uma cidade muito menos tinha viajado para qualquer outro lugar sozinha.

Então tudo aquilo era muito novo.

Se sentou no banco alto do ônibus esperando que ele lhe levasse mais perto possível do complexo da Mare a onde sabia que sua irmã morava. Colocou sua bolsa jeans sobre a perna e a abriu pegando o celular.

O nome de sua irmã era mostrado pela tela trincada no canto esquerdo, estava com aquele celular já a alguns anos, quase três, então era  normal que ele já desses sinais que já estava quase todo insuavel.

―  Alô!

―  May, você já está já aonde?

A voz de Maísa estava abafada, tinha alguma coisa estranha e aquilo deixou Mayara alerta.

―  Estou chegando, eu acho! Por quê?

Perguntou olhando pela janela para ver se estava perto de seu destino.

―  Não é porque... Não vou estar em casa agora rolou alguns problemas aqui com meu marido e eu vou ter que sair para resolver, mas você pode ir subindo o morro. Tem uma chave debaixo do tapete na porta. É só abrir está bom?

Mayara ergue uma sobrancelha estranhando toda aquela situação, mas confiava em sua irmã de olhos fechados então decidiu esquecer aquele seu sexto sentido maluco.

―  Está bom Isa, eu confio em você, só não demora eu nem sei andar aqui no Rio direito tenho medo de me perder e o meu celular já estar descarregando.

Maísa demorou alguns segundos para responder parecia está chorando.

―  Eu não vou demorar, eu prometo!

Mayara ponderou as palavras da irmã, mas em seu íntimo sabia que alguma coisa estava errada.

―  Ok, já estou chegando...

Então elas finalizaram a ligação.

Quando Mayara chegou a onde sua irmã morava se assustou quando viu o morro que teria que subir, para uma sedentária que ela era aquilo seria um grande sacrifico sua irmã a pagaria por aquilo.

Aquela era um acena um tanto esquisita para ela, assim que chegou tinha alguns homens armados olhando para qualquer pessoa que ousasse subir aquele lugar, mas o engraçado era que em nenhum momento eles a barraram simplesmente a deixaram subir com suas malas.

Viu alguns meninos pegarem algo que parecia rádio comunicador falando com alguém, ela não sabia o que era mais seus instintos de sobrevivência estavam a mandando-a correr e nunca mais voltar naquele lugar.

Mas era teimosa e confiava de olhos fechados em sua irmã.

Como Maísa tinha dito a chave estava debaixo de um tapete fora da casa, era uma casa bem bonita vermelha com janelas de vidro e tudo que tinha direito, então constatou que o marido de sua irmã tinha muito dinheiro porque era bem nítido que aquela casa era uma das mais bonitas da favela.

Jogou sua bolsa em cima do sofá negro que tinha ali e começou a olhar ao redor, era bem bonita por dentro também e aquilo não a surpreendeu.

Subiu uma pequena escada que levava a apenas um quarto, na verdade era um enorme quarto com uma cama que só de olhar já dava um pouco de sono.

Saiu na janela e pode ter o deslumbre de ver toda  a comunidade dali. Era uma vista muito bonita se a câmera do seu celular fosse boa com certeza aquela seria sua primeira foto no Rio.

Assim que ouviu alguns barulhos no andar debaixo da casa andou ate a escada, poderia ser sua irmã então sorriu e desceu calmamente a escada estava com saudades, mas também não queria morrer com a queda.

Assim que seus pês tocaram os últimos degraus seu sorriso se desfez e todo o medo que manteve guardado quando subiu o Morro se apossou de seu corpo volumoso.

Tinha quatro homens armados em sua frente carregando armas pesadas em mãos e não pareciam muito felizes em vê-la ali.

―  Maísa ― Um homem alto e com os cabelos descoloridos chamou sua irmã, mas ela sabia que ele certamente estava a confundido com ela ― Não achou que iria voltar aqui e ficar viva, não é? Depois de toda a porra que você aprontou.

Sua garganta secou, ela estava nervosa.

―  Não sei do está falando senhor, meu nome não é...

―  Foda-se, agora você vai nos pagar.

Tentou correr, mas logo foi alcançada pelos homens que a prenderam impossibilitando de se mexer, seu coração estava acelerado, ela estava com muito medo. Aqueles homens com certeza a mataria. Seus olhos castanhos já trasbordaram com suas lagrimas.

―  Por favor, não me matem...

Ela implorou olhando para o platinado que tinha um sorriso sádico nos lábios.

―  Quem disse que você vai morrer? O que temos para você é bem pior, sua talarica filha da puta!





Visitá Íntima  ( Volume 3) DESGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora