– Eu vou falar com o Cristóvão na segunda. – Gustavo deu um beijo na mão dela.
– Papi, papi! Eu quero sorvete!
Dulce chegou ofegante perto de Gustavo, de tanto que estava brincando e se sentou ao lado dele, salvando o pai de falar mais sobre o assunto de se divorciar da Teresa.
– E eu acho que você precisa de um banho também. – Gustavo apontou pra roupa da menina suja de terra e Teresa deu risada logo atrás dela enquanto Dulce sorriu sapeca.
– Eu vou buscar o sorvete.
Cecília se voluntariou animada pelo alívio que estava sentindo depois da conversa com Gustavo e se levantou, indo até o sorveteiro. Havia uma pequena fila à espera do sorvete e, por isso, ela tinha que esperar chegar sua vez.
– Vamos brincar!
Dulce pulou da cadeira e puxou o pai para fazer o mesmo assim que Cecília se afastou deles.
– Você não acabou de dizer que queria sorvete? – Teresa perguntou estranhando.
– Eu quero brincar com vocês. O sorvete pode esperar.
Ela segurou as mãos dos pais e os arrastou pros brinquedos. Gustavo e Teresa se olharam, mas não se atreveram a dizer nada para o outro. Cada um sabia o motivo da filha agir daquela maneira: ela queria brincar só com eles. Os dois colocaram Dulce em uma casinha cheia de obstáculos, ficando um em cada ponta e a observaram atravessar várias vezes.
Teresa e Dulce sentaram no gira-gira enquanto Gustavo dava impulso para que o brinquedo rodasse mais e mais rápido, divertindo as duas que gargalhavam felizes com a velocidade e o vento batendo no rosto. Teresa se atreveu a soltar os braços do apoio e fechou os olhos sorrindo sentindo a velha sensação de adrenalina passando pelo corpo. Ela se desequilibrou e quase caiu pra trás do brinquedo, se não fosse pela agilidade de Gustavo em segurá-la pela cintura. Os dois se encararam com o súbito choque que passou pelo corpo de ambos e por pouco não derrubaram Dulce Maria do brinquedo também.
– Aqui está o sorvete.
Cecília chegou de surpresa bem a tempo de ver a cena a frente e os dois trataram logo de se recompor. Ela não gostou nem um pouco do que viu. Gustavo fugiu pro lado de Cecília e Teresa se aproximou de Dulce, ainda tremendo do susto, para tirá-la do brinquedo.
– Seu sorvete, Dulce.
Gustavo pegou o sorvete da mão de Cecília e o entregou para a menina sentindo seu coração bater forte e o corpo zumbir onde tinha tocado em Teresa. Ele conhecia muito bem aquela sensação de formigamento quando a tocava e lembrou que era viciado em senti-la.
– Obrigada.
Ela o pegou da mão do pai e lambeu a parte de cima da casquinha com uma cara séria por ter sido contrariada na brincadeira com os pais. Sem querer querendo e como forma de uma pequena birra, Dulce Maria derrubou o sorvete na areia dizendo um grande "ops".
– Dulce!
Teresa repreendeu a menina e Dulce deu de ombros, reagindo como se não tivesse sido nada demais ter deixado o sorvete cair. Nem estava tão bom assim.
– Foi sem querer. – Dulce respondeu olhando pra Cecília com uma carinha séria.
– Gustavo, acho que está na hora de irmos. Está ficando tarde. – Cecília encarou o noivo. Ela estava começando a ficar incomodada com a situação e queria ir embora.
– O que? Ah não! Agora não! Por favor, papi, eu quero ficar mais com a mamãe! – Dulce pediu indo pro lado de Teresa pegando sua mão como um apoio.
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Uma vez mais
FanfictionUma outra perspectiva da volta de Teresa, dessa vez justamente quando tudo parecia estar caminhando para um final feliz de Gucilia. A história começa pouco antes do casamento de Gustavo Lários e Cecília Santos. - Espero que gostem! 💖