Capítulo 14

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Como se não bastasse todo aquele conflito envolvendo o triângulo amoroso mais famoso de Doce Horizonte, Dulce Maria acabou adoecendo no colégio e foi trazida de volta para casa até que se recuperasse por ordens médicas.

- O que ela tem?

Gustavo ligou para Teresa para avisar sobre a filha estar em casa doente.

- O Dr. André a examinou e disse que era uma infecção, mas que não era para nos preocuparmos. Ela está com febre e vomitou algumas vezes.

Eles mal se falaram depois do fatídico dia do divórcio, mas ali se tratava da filha deles, as diferenças teriam que esperar.

- Eu queria vê-la. - Teresa pediu sem jeito.

- Claro que você pode vir, Teresa. O tempo que quiser.

- Então eu vou passar aí depois do trabalho. Hoje terei que cobrir uma colega, então só poderei ir um pouco mais tarde.

- Ela está dormindo a maior parte da tarde, mas vai querer te ver no momento em que acordar.

Teresa passou o dia preocupada com a sua carinha de anjo doente, enquanto Gustavo permaneceu ao lado de Dulce quase todo o tempo.

Depois de sair do colégio, Cecília visitou a menina, mas decidiu ir embora para não agita-la, pois elas ainda não estavam em um bom lugar por causa de Teresa. Gustavo agradeceu mentalmente que Teresa teve que chegar mais tarde para que as duas não se encontrassem no apartamento e ficasse um clima tenso. Era a última coisa que ele queria naquele momento por causa da Dulce Maria.

- Papi, chama a minha mãezinha.

Dulce pediu manhosa, ainda sob efeito do remédio para febre.

- Ela já está sabendo e chega daqui a pouco, filha. Descansa para que você possa vê-la quando chegar. - Ele alisou o cabelo suado da filha.

Gustavo mediu a temperatura de Dulce e suspirando aliviado que ela já estava mais baixa que mais cedo. Teresa conseguiu chegar um pouco mais tarde do horário do jantar.

- Desculpa o atraso, tive um monte de imprevisto no trabalho. Como ela está?

- Ainda febril e com dor, mas não vomitou mais. Ela perguntou por você várias vezes.

Teresa se sentiu culpada por não estar com sua carinha de anjo quando ela precisou. Quis sair mais cedo do trabalho, mas teve que esperar que outra pessoa chegasse para poder ir. Gustavo a levou até o quarto de Dulce Maria e ela parou na porta, observando o ambiente. Era a primeira vez que ela vinha nesse lugar desde muito tempo e sentiu o choque inicial da mudança. Dulce gemeu no meio do sono despertando Teresa de seus pensamentos. Ela caminhou até a cama da menina que claramente estava com expressão de dor.

- Oi, minha carinha de anjo. - Teresa sussurrou próximo a Dulce alisando seu cabelo. - A mamãe está aqui.

Os olhos de Dulce tremeram até que ela os abriu vendo Teresa bem a sua frente.

- Mamãezinha. - A voz derramada em dor segurando a barriga. - Minha rabiga dói.

- Eu sei que sim, minha menina, mas logo vai passar. - Teresa massageou a barriga dela. - Ela já tomou remédio?

Teresa se dirigiu a Gustavo que estava em pé no fim da cama.

- Sim. É a cada oito horas. - Ele olhou no relógio. - Daqui a pouco ela tem que tomar de novo.

- Deita aqui comigo, mamãe.

Dulce pediu e Teresa se ajeitou na cama com a menina dando um beijo na cabeça dela.

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