Capítulo 20

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      Quando Teresa e Gustavo chegaram a cobertura, encontraram Dulce Maria brincando com Emílio no quarto, enquanto Estefânia já tinha ido embora a pedido de Victor.

– Mamãe! Achei que você não vinha mais. – Dulce disse fazendo beicinho sentada no chão do quarto ao ver Teresa aparecendo.

– Claro que não deixaria de vir te ver, minha carinha de anjo. – Teresa levantou a menina que deu um beijo molhado na bochecha dela. – O beijo mais gostoso e  melecado do mundo! – Ela sorriu e Dulce se sentou no chão novamente.

– Mamãe, esse aqui é o meu amigo, Emílio. Emilio, essa é a minha mamãe, Teresa.

– Oi, mãe da Dulce! Parece que eu te conheço há um tempão de tanto que a Dulce fala de você. – Emílio respondeu acenando animado.

– Oi, Emílio. Que bom que você está aqui fazendo companhia a Dulce. – Teresa deu um beijo nele.

– Ela é minha melhor amiga e eu tenho que vir ver se ela já está melhor. – O menino balançou a cabeça e os cachos de seu cabelo balançaram junto fazendo Teresa sorrir.

– Fico feliz que vocês sejam amigos. Então, vamos jantar? Emilio, você fica com a gente?

– Eu nunca nego comida da Fran, mas não fala pra minha mãe, se não ela fica com ciúmes.

– Pode deixar, seu segredo está guardado comigo. – Teresa respondeu divertida.

Dulce e Emilio saíram na frente enquanto Teresa os acompanhou até o andar de baixo. Logo após um descontraído jantar, Emilio foi embora deixando Dulce Maria pronta para dormir. Ela tinha esgotado a pouca energia que tinha recuperado depois de estar adoecida e Gustavo estava mais do que agradecido por isso. Com a presença do menino, ele não tinha tido a oportunidade de contar a Dulce que tinha terminado o relacionamento com Cecília e, pelo estado cansado dela, isso só iria acontecer no dia seguinte.

– Parece que alguém não vai dar trabalho para dormir hoje, ham? – Gustavo escutou Teresa dizendo enquanto deitava com a Dulce na cama dela.

– Hoje eu brinquei muito. – Dulce disse já sonolenta.

– Então isso quer dizer que já está boa para voltar ao colégio.

– Não, papi, eu ainda estou me recuperando.

A menina respondeu rápido, divertindo a mãe.

– Você já faltou muita aula, minha carinha de anjo.

– Prometo que na segunda eu estarei boa. Por favor?

Dulce suplicou olhando para os pais. Teresa olhou para Gustavo esperando sua resposta, afinal, ele era o guardião legal da filha.

– Só porque amanhã já é sexta. Mas segunda você vai de qualquer jeito. – Dulce e Teresa comemoraram.

– Agora dorme, minha filha, amanhã é outro dia.

Teresa ficou de conchinha com a menina que fechou os olhos suspirando contente. Ela cantou baixinho para Dulce que começou a ficar mole nos braços dela, sinal de que estava entrando no mundo dos sonhos.

– Estou tão feliz que você está aqui, mamãe... Eu te amo!

Foi a última coisa que a menina disse antes de cair no sono profundo e Teresa se emocionou dando um beijo na cabeça dela.

– Eu também te amo, minha carinha de anjo. – Ela falou baixinho e continuou cantando para a menina até que finalmente Gustavo segurou sua mão, tirando-a da cama.

– Eu também estou feliz que você esteja aqui.

Gustavo deu um beijo na testa dela e depois um em sua boca. Teresa sorriu e foi conduzida por ele para fora do quarto para não acordar Dulce Maria. Eles fecharam a porta e ali, no corredor, Teresa trancou seus braços ao redor do pescoço de Gustavo e o beijou com ternura, feliz de poder fazer isso sem medo.

– Hoje foi um dia e tanto. – Ela suspirou seguindo para o quarto que tinha dormido na noite anterior.

– Onde você vai? – Gustavo perguntou parado no lugar.

– Pro quarto. – Ela apontou pro quarto de hóspedes.

– O seu quarto é esse. – Ele apontou para o quarto deles.

– Gustavo... – Teresa suspirou. – Combinamos de ir devagar, lembra? – Ela não se mexeu do lugar e ele se aproximou dela.

– Combinamos de ir devagar com a Dulce Maria e ela já está dormindo. Venha comigo, por favor!

Gustavo estendeu a mão e Teresa olhou para ela e depois para ele, decidindo o que fazer. Ela deu um pequeno sorriso e segurou a mão dele, sendo conduzida para o quarto deles. Era a primeira vez que ela entrava ali depois que tinha voltado e observou cada detalhe do ambiente.

– Às vezes não posso acreditar que se passaram tantos anos. Lembro que acordei e achei que tinha passado… Não sei, uns dias só. – A mulher pegou o porta retrato com uma foto do dia do casamento deles.

– Eu não posso sequer imaginar tudo o que você passou nesses anos. – Ele se aproximou e massageou os ombros dela que estavam tensos e cheios de nós.

– Hum... – Ela gemeu ao sentir aos mãos dele passeando pelas costas.

– Você está tão tensa...

– Não é pra menos com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Teresa respirou fundo e tentou relaxar conforme a pressão que ele fazia com as mãos nas costas dela. Ela deixou que ele continuasse porque estava bom. Gustavo ia amassando cada ponto duro fazendo-a gemer ao sentir seus "nós" se desfazendo debaixo dos dedos dele, assim como ela estava. Teresa inclinou a cabeça pro lado, dando-lhe acesso ao seu pescoço e sentiu Gustavo plantar um beijo ali.

– Isso é bom? – Ele desceu as mãos por seus braços nus, fazendo os pelinhos de Teresa se eriçarem num arrepio gostoso.

– Humm. – Ela suspirou de olhos fechados sentindo os dedos de Gustavo voltarem para seus ombros na mesma carícia.

– Eu sempre sei que estou fazendo um bom trabalho quando você não consegue responder uma frase inteira.

Ele respondeu divertido no ouvido dela e ela se virou para ele, dando um sorriso preguiçoso enquanto Gustavo se aproximava ainda mais dela, atravessando seu cabelo com a ponta dos dedos e massageando sua nuca. Teresa inclinou a cabeça pro lado mais uma vez, fazendo os dedos dele passarem pela sua bochecha e ela fechou os olhos num convite para que ele fizesse mais. Estavam tão próximos que ela podia sentir o cheiro familiar de seu perfume masculino.

      Teresa deu um passo para frente, finalmente juntando sua boca e a dele tentando transmitir que ela estava ali para ele e que faria qualquer coisa que ele quisesse. Gustavo parou o beijo e se afastou dela apenas o suficiente para que ela olhasse para ele e visse seus olhos cautelosos e ela tremeu, sentindo a decepção correr pelas suas veias.

– Você não quer? – Teresa perguntou incapaz de esconder o tremor na voz.

Uma vez maisOnde histórias criam vida. Descubra agora